O nosso governador sempre se escudou em um vernáculo escorreito e atraente para prestar as entrevistas que concedia aos jornalistas, a respeito dos temas enfocados e também durante suas atividades oficiais. Essa é uma conquista pessoal, própria de quem efetivamente se esforçou em estudar a nossa língua portuguesa para encantar a todos com as colocações envolventes e significativas.
Mas, ao mandar um jornalista “ tomar no fiofó”, apenas porque cumpria o seu ofício de informar e esclarecer a população sul-mato-grossense sobre quando ocorreria a inauguração do Aquário do Pantanal, uma das mais importantes obras de seu governo, o Dr. André tisnou o nosso vernáculo. Desrespeitou a imprensa, e remeteu a todos acostumados com as suas colocações sempre enriquecidas, com as próclises, as mesóclises e as ênclises, a ficarem estarrecidos.
O nosso governador é um homem público experiente, habilidoso no trato da coisa pública e, por essas razões e, outras tantas que poderiam ser alinhadas, não precisava de forma nenhuma utilizar dessa argumentação “chula” para responder, sem nenhuma ofensa, à pergunta que lhe foi feita.
O que o povo espera e aguarda do seu governante é que se constitua sempre no curso do seu mandato em uma bússola, em um conselheiro, enfim, em um norte seguro para iluminar a sua caminhada, auxiliando-o, sobremaneira, a vencer os desafios que o destino está a reservar para cada um.
Não pode existir nenhum motivo fundado para a exteriorização desse tipo de comportamento anômalo. Se o nosso governador esposou em outros comportamentos similares para deixar patenteada negativamente a sua marca no triste episódio, então, que me desculpe, S. Exa., a sua culpa, à toda evidência, resultou qualificada, porque escolheu o pior dos exemplos para se projetar como chefe do nosso governo estadual.
O pedido de desculpa pelo feio exemplo que deixou não tem prazo para prescrever. Ele é imprescritível. E seria de bom alvitre que o governador ao ensejo das festas natalinas, que já resultam vivenciadas fortemente em todos os nossos lares como um forte indicativo que somos todos homens de paz, de compreensão e que sabemos pedir desculpas, e perdoar.
Dê também esse passo bastante significativo para fechar com chave de ouro o seu período de governo. Se essa ação resultar formalizada, à toda evidencia, constituir-se-á de valor inestimável para a sua biografia, ao mesmo tempo em que legitimará o exercício e a força da sua autoridade, o seu poder de conciliar, mas sobretudo, o respeito ainda maior que conquistará junto às nossas famílias que gostam das declarações sempre enriquecedoras , de bons propósitos e de esperanças na concretização de seus desideratos. Se esse passo for efetivamente dado, a nossa Imprensa vai agradecer. O nosso povo mais ainda.