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André Borges: "Impeachment e a virtude da prudência"

Advogado

Redação

24/05/2017 - 02h00
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A delação dos donos da JBS fez surgirem pedidos de impeachment do presidente da República e do governador do MS. A prudência foi esquecida. Tudo ainda está muito na fase inicial, apenas tendo sido iniciada a investigação em torno dos crimes objetos do acordo feito pelos irmãos Batista. Muito ainda terá de ser apurado. Delação não é prova, mas apenas caminho para se chegar a ela. Momento grave da vida nacional e estadual, como este, exige cautela e moderação, para evitar prejuízos à população. 

Os que foram citados na delação ainda nem tiveram a oportunidade de defesa, garantida a todos (devendo ser ampla). A própria delação está sendo questionada no STF, podendo ser invalidada, considerados os inúmeros e exagerados benefícios obtidos, inéditos no Brasil. Os delatores, custa acreditar nisso, valeram-se da própria torpeza (após a confissão da prática de crimes), comprando vários milhões de dólares no dia seguinte, porque sabiam que a moeda americana se valorizaria após o escândalo. 

A economia nacional foi seriamente atingida (a queda da Bolsa de Valores envolveu vários bilhões de reais). O presidente da República vem adotando medidas que têm gerado efeitos positivos (inflação baixa, taxa de juros caindo, índice de empregos aumentando, investimentos voltando). Já se via, com nitidez, a saída iminente da grave recessão econômica em que nos encontramos. 

Em Mato Grosso do Sul da mesma forma: governo trabalhando, reduzindo gastos, aprovando medidas saudáveis na Assembleia Legislativa, vendo-se esforço conjunto de todos os poderes na busca de alternativas para a crise financeira. Mesmo assim, porém, parte-se, de afogadilho e sem medir as consequências, para a grave medida do impeachment, que tem como resultado a deposição do chefe do Executivo. O momento requer mais moderação.

A toda hora, surgem fatos novos (sendo exemplo a gravação da conversa do presidente da República, que está sendo questionada quanto à sua validade). O STF fez o que lhe cabia: suspendeu tudo e aguardará a perícia do áudio, para depois avaliar se anula ou não toda a operação. 

Mas nossa opinião não pode ser lida como protetiva dos interesses dos poderosos. Bem pelo contrário, pois a moderação defendida não envolve nenhuma imunidade. Quem fez algo de errado merece ser investigado e punido, ainda mais quando se trata de malversação de recursos públicos. Mas as regras para a investigação e a punição constam da legislação vigente, que precisam ser observadas. Ademais, impeachment é processo de natureza estritamente política.

Negada a abertura do processo (pelo presidente da Câmara dos Deputados, quanto ao presidente; pelo presidente da Assembleia Legislativa, no caso do governador), nem sequer caberá questionamento pela via recursal ou por medida judicial. Isto porque é pacífica a jurisprudência do STF: a rejeição da imputação por crime de responsabilidade, à luz das regras do Regimento Interno dessas Casas de Leis, é matéria interna corporis, essencialmente política, não cabendo qualquer espécie de controle, nem mesmo o judicial (STF, MS 33.558, Rel. Min. Celso de Mello). 

Ou seja: se insistirem mesmo no impeachment, num momento inadequado, basta que o presidente do Legislativo tudo mande para o arquivo, fundamentadamente e observado o Regimento Interno. O problema estará resolvido, sem contestação, mas sem prejuízo do processo ser iniciado num outro momento, onde os fatos estejam mais claros (e após a consagração do direito constitucional de defesa).

Claudio Humberto

"Não dá mais para esconder o elefante atrás do arbusto"

Senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre denúncias de censura no Brasil feitas nos EUA

20/04/2024 07h00

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‘É o pior dos governos Lula’, alerta Osmar Terra

Ex-ministro e deputado federal há quase 30 anos, Osmar Terra (MDB-RS) avaliou o terceiro mandato do presidente Lula (PT) como “o pior dos governos Lula”. Em entrevista ao podcast Diário do Poder, no ar a partir deste sábado (20) no YouTube, o gaúcho afirmou que o petista promove “descaminho” na economia e “está muito mal assessorado”. Disse ainda que Lula poderia ter promovido a pacificação política, como chegou a afirmar na campanha, mas ao invés disso “acirra” a polarização.

Acirramento

“Toda vez que abre a boca, fala mal do [ex-presidente Jair] Bolsonaro”, criticou o deputado que foi ministro nos governos Temer e Bolsonaro.

Intento

“Parece proposital, para manter a polarização”, analisou Osmar Terra sobre as críticas perenes de Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sem resultados

“Não estou vendo resultados concretos para a saúde pública brasileira na gestão (Nísia Trindade, no Ministério da Saúde)”, afirmou Terra.

Perigo

Em relação às tensões entre o Legislativo e Supremo Tribunal Federal, Terra disse que “se passa dos limites, pode se tornar incontrolável”.

PEC antidrogas ‘some’, mas vai passar na Câmara

Deputados desconfiam que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse de qualquer quantidade de drogas vai tramitar a passos de tartaruga na Câmara. Maurício Marcon (Pode-RS) estranha o sumiço da PEC desde a aprovação no Senado, “essa semana nem sequer comentamos”. A avaliação geral, mesmo na base de Lula na Casa, é de que o texto vai ser aprovado. “Vai passar tranquilo, pode apostar”, crava o vice-líder do governo, deputado José Nelto (PP-GO).

De lavada

No Senado, mesmo aliados de Lula, que é contra o projeto, votaram pela aprovação. O placar ficou em 52 a 9, com larga maioria para criminalizar.

Cenário adverso

Líder da Frente Evangélica, Eli Borges (PL-TO) crê na aprovação, mas com “cenário mais adverso”, “aqui vamos ter trabalho”, avalia.

Chá de sumiço

Kim Kataguiri (União-SP) diz que nem mesmo ouve-se falar sobre o tema na Câmara, “não sei nem se o [Arthur] Lira pauta. Vamos ver.”

Justiça vai decidir

Virou representação na Justiça contra Vinicius Marques de Carvalho (CGU) o contrato entre a Novonor, ex-Odebrecht, e escritório de advogados do ministro. O Partido Novo vê conflito de interesse no caso.

Morte, impostos e...

Relator e principal defensor do Projeto da Censura (PL 2630) no Lula 3, o deputado Orlando Silva (SP), do Partido Comunista do Brasil, chamou de “inevitável” a regulação das redes sociais.

Recados

Até mesmo os indígenas resolveram dar um chega pra lá em Lula, que tem visto a popularidade do governo derreter. O petista não foi convidado para o principal ato indígena em Brasília, o Acampamento Terra Livre.

Bomba Pacheco

Problema para Estados e União: será do ministro Fernando Haddad (Fazenda) a missão de convencer senadores a vetarem o quinquênio, penduricalho bilionário para juízes inventado por Rodrigo Pacheco.

VAR Musk

Deltan Dallagnol, um dos principais procuradores da Lava Jato, fez longo apelo, em inglês, ao dono do X, Elon Musk. O ex-deputado denunciou o processo que cassou seu mandato e mais de 344 mil votos, em 2023.

Engana bobo

Reunião de emergência de Lula com ministros para acertar os rumos do governo, nesta sexta (19), foi vista com ceticismo por parlamentares. “Agora vai? Até parece!”, duvidou a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Viagem, luxo

A Câmara vai convocar a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) para explicar a gastança com viagens mundo afora. Teve até passagem de R$54 mil, denuncia o deputado Kim Kataguiri (União-SP).

Checagem

Publicação de Sâmia Bomfim (Psol-SP) na rede social X recebeu alerta de que poderia “induzir o leitor” ao erro ao tentar associar a Starlink, que leva internet a locais remotos da Amazônia, ao garimpo ilegal.

Pensando bem...

...meio acerto é meio erro.

PODER SEM PUDOR

Reunião espírita

Leonel Brizola confiou ao economista Marlan Rocha a missão de percorrer o interior do País para organizar o PDT, que acabara de fundar. Ao chegar em Barreiras, na Bahia profunda, Marlan procurou um militante getulista histórico, Aluízio Mármore, e pediu para organizar uma reunião com velhos trabalhistas das redondezas. Mármore apenas sorriu: “Amanhã cedo pego você no hotel e vamos ao cemitério. Estão todos lá.”

 

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Vacinação: um pilar da saúde

18/04/2024 07h30

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Entre os muitos desafios enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil, as estratégias de imunização se destacam como um pilar fundamental para a prevenção de diversas doenças. Reconhecer a relevância deste assunto e informar sobre a vacinação são ações essenciais para garantir o bem-estar coletivo e evitar novas epidemias e mais mortes.

Esta mobilização é urgente. Segundo dados do IBGE, mais de 60% dos municípios brasileiros não conseguiram atingir a meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2023. Este déficit é especialmente alarmante quando falamos das vacinas administradas durante o primeiro ano de vida, para a proteção dos bebês.

Um dos principais obstáculos para alcançarmos a taxas ideais de vacinação é a disseminação de informações incorretas e falsas, as fake news, amplificadas pelas redes sociais. Teorias infundadas e mitos sobre os efeitos colaterais das vacinas e de outros medicamentos têm afastado muitos brasileiros da imunização, comprometendo seriamente as estratégias de saúde pública.

Mais do que nunca, as informações claras e objetivas devem ser o propósito de todas e todos que trabalham pela Educação em Saúde em nosso país.

Diante desse cenário, iniciativas da sociedade civil desempenham um papel vital no apoio à incorporação de novas vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS). A recente inclusão do imunizante contra a dengue é um exemplo do impacto positivo que a mobilização social pode ter na ampliação do acesso à prevenção e tratamento de doenças.

A Colabore com o Futuro, primeiro negócio social criado para atuar com advocacy em saúde da América Latina, trabalhou ativamente para a inserção da vacina contra a dengue no sistema público de saúde. O mesmo empenho está sendo colocado para a inclusão da vacina contra a Influenza Quadrivalente no Programa Nacional de Imunização (PNI), visando a proteção de pessoas com 80 anos ou mais. Além disso, defendemos a implantação da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma medida fundamental para prevenir infecções respiratórias em recém-nascidos e crianças.

Devemos fortalecer os esforços de conscientização e educação sobre a importância da vacinação e lutar contra a desinformação. Por meio das consultas públicas, um processo simples de participação popular nas decisões estratégicas em Saúde, é possível opinar e contribuir para definição do que vai ser oferecido pelo SUS e pelos planos particulares.

A saúde é um direito básico de todos os cidadãos, e a imunização é uma ferramenta poderosa para proteger indivíduos e comunidades contra doenças evitáveis. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável para o Brasil.

 

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