Cidades

RIO GRANDE DO SUL

Vídeo mostra pai de Bernardo à procura do filho em Três Passos

Vídeo mostra pai de Bernardo à procura do filho em Três Passos

G1 RS, com informações do Fantástico

21/04/2014 - 08h43
Continue lendo...

Imagens exclusivas, obtidas pelo Fantástico, mostram o pai de Bernardo, encontrado morto na segunda-feira (14) da semana passada, chegando a uma pizzaria na área central de Três Passos, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul, à procura do filho. O médico cirurgião Leandro Boldrini, de 38 anos, pergunta ao dono, Edson Müller, onde está o filho. Eles conversam por 30 segundos e Leandro sai do estabelecimento. As câmeras de segurança do local gravaram ele no domingo, dia 6 de abril, dois dias depois da morte do garoto, conforme apontou a Polícia Civil. Foi a primeira vez que Leandro procurou por Bernardo.

Müller é pai de um dos melhores amigos de Bernardo. “Ele chegou e perguntou: ‘Onde está o guri?’. Eu respondi: ‘Não sei do teu guri’. Ele não estava nervoso, nem um pouco”, relata o dono da pizzaria. Em seguida, Leandro registrou o boletim de ocorrência de desaparecimento do filho. Depois, foi até a casa da família Müller e encontrou Simone, a esposa de Edson, e o filho do casal, Lucas, amigo muito próximo de Bernardo. Uma semana depois, ligou para a Rádio Farroupilha para falar que o filho estava sumido.

Dia 4 de abril, sexta-feira, data do crime, segundo a Polícia Civil. A câmera de um posto de combustível flagrou o momento considerado decisivo para o esclarecimento do crime. As imagens mostram a assistente social Edelvânia, sentada numa mesa de bar. Em seguida, chega a madrasta, a enfermeira Graciele Boldrini, em uma caminhonete preta com Bernardo. Os dois descem, encontram Edelvânia e seguem em direção a um carro de cor prata. Por volta das 17h, as duas mulheres retornam sem o garoto. De acordo com a polícia, para convencer Bernardo a ir com ela, a madrasta disse que ia comprar uma televisão para ele. Os dois foram a Frederico Westphalen, município a 80 km de Três Passos. No caminho, Graciele Boldrini foi multada por excesso de velocidade. Ao chegar, ela se encontrou com a amiga, Edelvânia Wirganivicz.

À Polícia Civil, Edelvânia apontou o local onde estava o corpo do garoto. Segundo o jornal Zero Hora, a assistente social disse que Graciele aplicou uma injeção letal em Bernardo e ele foi perdendo a consciência. Contou que a madrasta jogou soda, uma substância corrosiva, no corpo do enteado e que depois enterraram o menino sem conferir se ele estava vivo. Edelvânica confessou que recebeu R$ 6 mil adiantados pela participação no crime, de um total de R$ 20 mil. O corpo de Bernardo foi encontrado no dia 14 de abril. “Eu informei primeiro a madrasta que a gente tinha encontrado o corpo.

Ela foi extremamente fria. Não demonstrou tristeza nenhuma. Peguei e fui falar com o pai e ele também não esboçou nenhuma reação”, conta a delegada Caroline Virgína Bamberg, responsável pelo caso. Os três estão presos, em local não revelado pela polícia, que tem certeza da participação de todos no crime. “Arquitetaram antes o crime. Isso a polícia não tem dúvida. Ninguém tem direito de matar ninguém, ainda mais um anjo que era ele. Ele só procurou amor”, diz a delegada.

O advogado de Leandro, Jader Marques, sustenta que seu cliente é inocente. “O que pude apurar me dá absoluta tranquilidade para afirmar sua inocência. Muita tranquilidade mesmo. Percebi uma pessoa realmente atingida por tudo isso. Isso é visível no primeiro contato já”, destaca. Porém, Jader admite a falta de amor que Bernardo recebia do pai. “Se a acusação fosse essa, ele (Leandro) diria que todos estariam com a razão. Ele poderia ter sido um pai melhor.”

Em janeiro deste ano, Bernardo foi sozinho ao Fórum de Três Passos. Reclamou de falta de afeto e disse que não queria mais morar com o pai e com a madrasta. A Promotoria abriu uma ação judicial para passar a guarda dele para a avó materna, que mora em Santa Maria, na Região Central do estado, a 300 km do município. No entanto, segundo o juiz que analisou o caso, Leandro se comprometeu a ser mais atencioso com o filho que, por sua vez, aceitou dar mais uma chance ao pai.

Leandro e Graciele tiveram uma filha, que tem pouco mais de um ano atualmente. Depois do nascimento da irmã, Bernardo teria sofrido uma tentativa de homicídio por parte da madrasta, conforme relata a ex-babá do garoto, Elaine Terezinha Rader. “Ele falou que ele estava dormindo e daí ele acordou naquele susto, sufocado, e começou a gritar. Dai ele perguntou: ‘O que houve?’. Ela respondeu: ‘Não, só vim aqui fechar a janela’. Ele (Bernardo) viu ela com um travesseiro na mão. Ela tentou asfixiar ele. Acho que ela tentou matar ele mesmo”, afirma. “Uma outra vez ele me contou que ela tinha batido nele de vassoura. Que ele era maltratado, que ela não gostava dele. Ele também não gostava dela”, conta.

O resultado da perícia deve sair nas próximas semanas. Os laudos vão tentar responder se Bernardo foi enterrado vivo, se jogaram soda no corpo dele e qual foi a substância usada na injeção letal aplicada no garoto. Imagens obtidas pelo Fantástico, de dezembro do ano passado, mostram Bernardo encenando uma peça de teatro com a turma da escola. “Você não vai falar das minhas bicicletas? As minhas bicicletas oferecem liberdade. Minha arte é inspirada em automóveis. E gestos largos”, dizia o garoto. “A coisa que ele mais gostava era de dar abraço. Ele estava sempre com aqueles bracinhos abertos para dar e receber abraço. Essa é a lembrança que a gente tem e vai sentir falta do abraço do Bernardo”, recorda a avó materna, Jussara Uglione.

CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

Continue Lendo...

O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

Assine o Correio do Estado

MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

Continue Lendo...

Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).