"De 2009 para cá tivemos um aumento de 30% na frota de motos." Há três anos vítimas de acidentes com motos lotam enfermarias e UTIs dos hospitais campo-grandenses.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, os custos anuais de resgate, transporte, internamentos, seguros de pessoas acidentadas e funerais alcançam cerca de R$ 5 bilhões.
No encontro, a secretária-adjunta revelou que mais de R$ 1,2 milhão de repasses obtidos pela bancada federal não foram liberados para o município de Campo Grande. "Corremos desesperadamente para não perder o dinheiro destinado à atenção básica", disse Ana de Oliveira. Outros R$ 2,5 milhões provenientes de emendas parlamentares caminham para o contingenciamento"
"Apenas obras físicas não resolvem, precisamos da saúde preventiva, para evitar que as pessoas madruguem na fila", apelou a vereadora Thaís Helena (PT). Ana de Oliveira informou-lhe que a marcação de consultas por telefone, um dos itens da prometida humanização da saúde, receberá recursos "até a próxima 5ª feira, 15." "A qualidade deve melhorar", previu.
Para o médico infectologista da Fundação Oswaldo Cruz e professor associado da Universidade Federal de MS, Rivaldo Venâncio da Cunha, que também participou do encontro, a capital necessita com urgência de laboratórios de especialidades e diagnósticos diferenciados de doenças cerebrais, endoscopia digestiva, entre outras. "Não se iludam: a solução não virá de hoje para amanhã, num passe de mágica."
Lamentou que a maioria das prefeituras sul-mato-grossenses ainda não formaram equipes mínimas para trabalhar com as causas externas. "Elas continuam matando muito." No entanto, ponderou: "Não cabe ao SUS resolver abastecimento d’água e carências de saneamento básico, grandes causadores de doenças."
Trauma, um nó górdio
A universalização proposta pelo SUS deveria resolver 70% dos problemas na denominada base da pirâmide social, mas é obstruída pelo excesso de pacientes traumatizados vindos do interior, vítimas de diversos tipos de acidentes.
"Iguatemi, Itaquiraí e Naviraí não deveriam enviá-los; antigamente engessava-se o braço do menino, agora colocam pino."
Cunha criticou a "triste e vergonhosa omissão" das autoridades quanto ao cumprimento da lei secam na capital: "Estamos criando uma geração de amputados, sem solução à vista; faltam blitz nas lojas de conveniências e nos locais necessários."
Conclusões do 1º Encontro: combater o preconceito: assentados pelo Incra e populações indígenas "devem ser tratados com política e não com polícia"; melhorar a saúde do homem; ter cuidado com a judicialização: às vezes se ingressa na justiça para obter remédios que nem sequer estão registrados na Anvisa.


