Política

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Senado vai debater ICMS para importados

Senado vai debater ICMS para importados

AGÊNCIA SENADO

24/11/2011 - 00h01
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A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou ontem (23) requerimento do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) para realização de debate sobre a redução a zero da alíquota do ICMS incidente nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados. Ricardo Ferraço é relator do projeto de resolução que estabelece a redução (PRS 72/2010), proposta pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

O impacto do PRS 72/10 sobre o equilíbrio federativo brasileiro foi invocado por Ricardo Ferraço para justificar a realização da audiência pública. Embora a proposta se restrinja a regular a saída de produtos importados e com destinação interestadual, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, já teria admitido ser este o ponto de partida de uma reforma tributária mais ampla, cujo destaque seria a ingerência do governo federal sobre o ICMS, um tributo estadual.

Por sugestão do relator, devem participar do debate, além do próprio Nelson Barbosa, os governadores de Goiás, Marconi Perillo; de Santa Catarina, Raimundo Colombo; e do Espírito Santo, Renato Casagrande; o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade; o coordenador de projetos da Fundação Getúlio Vargas, Fernando Blumenschein; e o economista-chefe da Rosenberg & Associados, Luís Paulo Rosenberg. A discussão ainda não tem data marcada.

Ex-presidente da CNI, o senador Armando Monteiro(PTB-PE) propôs a inclusão de mais dois convidados: o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, e o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes. Armando Monteiro é contra a concessão de incentivos à importação, mas acredita que desafios postos pela economia mundial às vezes impõem medidas mais rápidas, que não podem esperar pela conclusão de uma reforma tributária.

Programas de incentivos

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) concordou com a urgência levantada pelo senador por Pernambuco, mas rejeitou a forma de intervenção proposta no PRS 72/2010, argumentando que a medida derrubaria programas de incentivos já estruturados em alguns estados.

Em meio a um cenário de crise econômica mundial, Romero Jucá está convencido de que "o incentivo à importação é um problema a ser enfrentado com urgência". Daí a pressão para ver o PRS 72/2010 aprovado ainda nesta legislatura, movimento com o qual Demóstenes não concorda.

A introdução de alíquota zero nas operações interestaduais com mercadorias importadas do exterior inviabiliza, conforme argumenta Jucá na justificação da proposta, a oferta de vantagens comparativas a esses produtos por alguns estados. Ao eliminar ou reduzir esse tipo de benefício, seria restabelecida isonomia de tratamento entre o produto nacional e o importado, de forma a manter parâmetros equilibrados de competitividade.

De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, citada por Jucá na argumentação ao PRS 72/2010, levantamento do Instituto Aço Brasil revelou a oferta de benefícios fiscais para importações sem autorização do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) por 13 estados. A concessão desse tipo de incentivo estaria resultando, na prática, em redução do ICMS devido nessas operações.

A matéria também será votada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde já recebeu parecer pela aprovação, com emendas, do relator, senador Delcídio Amaral (PT-MS).

ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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