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Senad evita a colheita de mais de 300 toneladas de maconha na fronteira

Senad evita a colheita de mais de 300 toneladas de maconha na fronteira

EDILSON JOSÉ ALVES – PONTA PORÃ

27/02/2011 - 00h00
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Agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), do Paraguai, estão desenvolvendo mais uma força-tarefa visando a erradicação de lavouras de maconha na região de fronteira com o Brasil. Até este sábado pela manhã mais de 100 hectares da droga foram destruídos, evitando a colheita de mais de 300 toneladas da droga e causando um prejuízo de mais de US$ 3 milhões aos traficantes. As lavouras foram identificadas com sobrevôos de helicóptero e estavam situadas a cerca de 70 quilômetros da divisa com Ponta Porã.

Conforme as informações repassadas pela Senad, o trabalho faz parte da operação “Nova Aliança I - 2011”, contando com apoio da Polícia Federal do Brasil. Os agentes paraguaios recebem reforço logístico da Força Aérea do país vizinho, que cede helicópteros para sobrevôo na região para identificar as lavouras de maconha e também para transportar os agentes que cortam os pés de maconha com facões.



De acordo com as autoridades paraguaias a operação demonstra mais uma vez que é preciso reforçar a cooperação com os países vizinhos, principalmente com o Brasil, para erradicar a maconha. A estimativa é de que mais de 80% da maconha produzida em território paraguaio depois de colhida é enviada para abastecer facções criminosas no Brasil, principalmente os integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV).

O promotor de justiça, Justiniano Cardoso, que acompanha os policiais nas incursões nas lavouras de maconha, disse que provavelmente o entorpecente se fosse colhido sairia da fronteira para o Rio de Janeiro. Numa reserva ambiental situada em Bella Vista Norte, os policiais conseguiram erradicar 17 hectares da droga, que renderam em média 51 toneladas. A lavoura estava em ponto de colheita.

Já na quinta e sexta-feira os trabalhos ficaram concentrados na localidade de Sarambi, distante 70 quilômetros da divisa de Ponta Porã com Pedro Juan Caballero. Até neste sábado, os policiais já tinham erradicados 101 hectares de maconha, que se fosse colhidos renderiam cerca de 303 toneladas. A Senad calcula que a força-tarefa policial já causou um prejuízo superior a US$ 3 milhões para as quadrilhas de traficantes que agem na região.

Além dos 101 hectares de lavouras destruídos, os policiais também destruíram 14 acampamentos que serviam de abrigo para os traficantes e para armazenamento de drogas, além de 10 prensas de madeira, utilizadas para transformar a maconha picada em formato de tabletes de cerca de 1 kg cada.

Helicóptero

De acordo com a Senad a erradicação das lavouras de maconha só é possível com o auxílio de helicópteros, já que as plantações normalmente são feitas no meio de reservas ambientais, locais de difícil acesso. Um helicóptero da Força Aérea do Paraguai fica a disposição para levar e buscar os agentes da Senad que atuam nessas operações especiais.

 

Fotos Divulgação

TRÁFICO DE DROGAS

PRF prende suspeito em flagrante em Operação Duplicis no interior do Estado

Combate ao tráfico de drogas, Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão, e prende investigado em flagrante

16/12/2025 09h35

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas Divulgação/PRF

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Na manhã desta terça-feira (16), a Polícia Federal deflagrou a Operação Duplicis, e cumpriu sete mandados de busca e apreensão, por tráfico de cocaína em duas cidades do interior do Estado.

Com objetivo de combater o tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul, a ação aconteceu em Corumbá e em Miranda, cidades a 426 quilômetros e a 207 quilômetros de Campo Grande respectivamente.

A ação iniciou quando um investigado foi preso em flagrante na BR-262, que seguia de Corumbá para a Capital sul-mato-grossense. Na ocasião, a droga encontrada com o suspeito seria distribuída em Miranda, que fica entre o trajeto Corumbá-Campo Grande.

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas

Então, com as investigações e apuração do caso, a PRF pôde identificar outros suspeitos envolvidos no esquema criminoso.

Entre os sete criminosos, um deles estava escondendo tabletes de cocaína em sua casa, e foi preso em flagrante após a polícia bater em sua porta e encontrar os pacotes de droga armazenados.

Os mandados foram expedidos devido às provas coletadas na investigação, que identificou também os eventuais fornecedores dos entorpecentes que estavam vindo do outro município.

A Polícia Federal levou a droga apreendida para ser periciada e analisada. Quanto aos investigados, os sete poderão responder pelo crime de tráfico de drogas, que tem pena base de 5 a 15 anos, além de multa, a depender do agravamento de cada caso.

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CONFLITOS AGRÁRIOS

Queda do marco temporal preocupa produtores de MS

Em julgamento no STF, os ministros Gilmar Mendes e Flávio Dino já votaram pela inconstitucionalidade da tese que limita as demarcações de terras indígenas

16/12/2025 08h40

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento Dourados News/Clara Medeiros

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A retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da tese do marco temporal, ferramenta que determina que terras só podem ser demarcadas se indígenas as estivessem ocupando quando a Constituição Federal foi promulgada, em outubro de 1988, tem causado preocupação aos produtores rurais de Mato Grosso do Sul, estado com a terceira maior população indígena do País.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, a conciliação realizada ao longo de 10 meses no STF entre produtores rurais e representantes dos indígenas foi produtiva e rendeu alguns apontamentos, entretanto, a possibilidade de derrubar a tese do marco temporal, que foi aprovado pelo Congresso Nacional mesmo após a Corte o ter entendido como inconstitucional, preocupa o setor.

Ao Correio do Estado, Bertoni afirmou que a discussão no STF rendeu “pontos positivos”, como a indenização aos donos das propriedades demarcadas, a possibilidade de o produtor ficar com a posse da área até ela ser paga, o acompanhamento de todo o processo de levantamento de dados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a reintegração de posse.

“O que nos deixa preocupado é a queda do marco temporal. Discutimos muito isso, dizendo que o marco temporal não limita os direitos dos povos originários, ele simplesmente mostra a trava que tem naquele período em que os indígenas ocupam as suas terras e as próximas áreas eles teriam que comprar e desapropriar. Isso está no Estatuto do Índio, onde diz que a qualquer tempo eu posso criar novas reservas, então, a preocupação nossa é só com o marco, para fazer com que isso seja travado e dali para a frente começar a fazer indenização justa e prévia, e que a União não quer indenizar. Então, não adianta eu resolver uma injustiça com os indígenas criando outra com os produtores rurais”, declarou o presidente da Famasul.

Até este momento, dois ministros já votaram no julgamento, Gilmar Mendes, que foi o relator da matéria no STF, e Flávio Dino. Ambos votaram pela inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Os votos foram proferidos ontem, durante sessão do plenário virtual da Corte, que julga quatro processos sobre a questão.

Em sua manifestação, o ministro Gilmar Mendes considerou o marco temporal inconstitucional. No entendimento dele, o Legislativo não pode reduzir direitos assegurados aos povos indígenas.

“A imposição do marco temporal implicaria restrição indevida ao princípio da vedação ao retrocesso e à proteção insuficiente dos direitos fundamentais”, afirmou.

O ministro também determinou que todas as demarcações de terras indígenas devem ser concluídas no prazo de 10 anos.

Flávio Dino acompanhou o relator e disse que a proteção constitucional aos indígenas independe da existência de um marco temporal.

“Qualquer tentativa de condicionar a demarcação de terras indígenas à data da promulgação da Constituição de 1988 afronta o texto constitucional e a jurisprudência consolidada pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou Flávio Dino.

A votação ficará aberta até o fim da noite de quinta-feira. Ainda faltam oito ministros proferirem seus votos.

BRIGA

O julgamento é necessário porque em 2023 o STF considerou a tese do marco temporal inconstitucional. Além disso, o marco também foi barrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vetou parte da Lei nº 14.701/2023, aprovada pelo Congresso Nacional. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto presidencial e promulgaram a medida.

Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal.

Por outro lado, entidades que representam indígenas e partidos governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a constitucionalidade da tese.

É neste cenário de divergência que o Supremo volta a analisar a matéria.

Em paralelo ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Senado aprovou, na semana passada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 48/2023, que insere a tese do marco temporal na Constituição Federal, em novo capítulo da briga entre Legislativo e Judiciário.

*SAIBA

Em meio à votação da constitucionalidade do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF), indígenas ontem bloquearam parcialmente a rodovia MS-156, em Dourados. O grupo protestava contra a tese do marco temporal para demarcações de terras.

(Com agências)

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