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Sem motivação religiosa, educação domiciliar cresce nos EUA

Sem motivação religiosa, educação domiciliar cresce nos EUA

terra

05/11/2013 - 07h00
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Até algum tempo atrás, quando se ouvia falar em educação domiciliar nos EUA, a primeira imagem que vinha à mente era a de famílias religiosas em pequenas comunidades rurais, que preferiam ensinar seus filhos em casa por não concordar com os valores morais disseminados na escola.

De alguns anos para cá, porém, vem crescendo cada vez mais o número de famílias urbanas, sem motivação religiosa, que optam pela prática. Segundo o Departamento de Educação americano, no último ano letivo, 1,77 milhão de alunos de cinco a 17 anos (ou 3,4% da população em idade escolar nos EUA) foram educados em casa.

Em 2007, esse número era de 1,5 milhão (2,9% da população em idade escolar), e em 2003, de 1,1 milhão (2,2%). Entre os estudantes educados em casa, 489 mil estão nas grandes cidades, a maioria em lares de classe média, onde os pais têm formação universitária.

"Há um número crescente de famílias que estão insatisfeitas com as escolas públicas tradicionais e preferem educar seus filhos em casa", disse à BBC Brasil o especialista em educação Michael Brickman, do Thomas B. Fordham Institute, em Washington. "Essa tarefa ficou mais fácil com as novas tecnologias, ferramentas gratuitas online, que permitem aos pais elaborar um plano de educação sob medida para seus filhos."

 

Motivos
São vários os motivos que levam os pais a optar pela educação domiciliar. Alguns querem oferecer um ambiente mais criativo do que o das salas de aula. Muitos manifestam preocupação com problemas como bullying e insegurança nas escolas.

Outros não têm dinheiro para pagar escolas particulares e não estão satisfeitos com a qualidade das públicas. Há ainda os que têm filhos muito inteligentes, muito tímidos ou com carreiras artísticas que os impedem de seguir os horários de uma escola tradicional.

"A educação doméstica permite que você desenvolva um plano de ensino específico para seu filho de uma maneira que nem o melhor dos professores conseguiria fazer", disse à BBC Brasil a nova-iorquina Natividad Hawkins, de 44 anos.

Em 2010, ela abandonou a carreira de executiva para educar em casa o filho William Daniel, hoje com 10 anos e iniciando a quarta série do ensino fundamental (nos EUA o ano letivo começa em agosto). Sua filha mais velha, Alessandra, 18 anos, foi educada em escolas particulares.

"Não passei muito tempo com minha filha, trabalhava em horários malucos", lembra. "Hoje me sinto privilegiada por poder passar esse tempo com meu filho. Não há nada que possa competir com isso."

 

Troca de experiências
Hawkins começou a educar William Daniel em casa quando a família morava na Flórida. As dúvidas iniciais sobre se estava no caminho certo foram dissipadas quando o filho teve pontuação acima da média em sua primeira prova nacional de avaliação – tendência verificada na maioria dos estudantes educados em casa, segundo estatísticas nacionais.

Em janeiro deste ano, o marido, William, recebeu uma proposta de emprego em Nova York, e a família retornou à terra natal de Hawkins. Em Williamsburg, no Brooklyn, onde moram, encontraram outras famílias adeptas do ensino domiciliar. Hawkins também participa de uma das muitas associações nos EUA que reúnem pais que educam seus filhos em casa, e diz que a troca de experiências é essencial.

 

Rotina
O tipo de rotina escolar costuma variar de acordo com cada família. Algumas buscam reproduzir o dia a dia de uma escola tradicional, com hora para começar e terminar as aulas, lição de casa, testes e boletins. Há aqueles que são completamente contra qualquer tipo de currículo, teste ou memorização, e preferem ensinar os filhos por meio das experiências cotidianas.​

Outros pais, especialmente quando os filhos estão em séries mais avançadas, unem-se para contratar instrutores em determinadas disciplinas. Hawkins diz que costuma fazer uma reunião às segundas-feiras e discutir com o filho o conteúdo a ser abordado naquela semana, sem rigidez de horários. "Trabalhamos em casa, no metrô, na biblioteca", afirma.

Assim como muitos nova-iorquinos, ela tenta aproveitar ao máximo a oferta de museus e instituições culturais da cidade na educação do filho. Alguns desses locais oferecem cursos e workshops específicos para alunos de ensino doméstico.

"Há algumas semanas, fomos à ópera no Met (Metropolitan Opera House) e vimos Tosca. Aproveitei para ensinar sobre Napoleão e o que estava acontecendo na Europa naquele período", conta.

 

Polêmica
A educação domiciliar é legal em todos os 50 Estados americanos, mas cada um tem suas próprias regras. Em muitos, os pais devem notificar a secretaria de Educação e recebem instruções sobre currículo e material.

Apesar da popularização, a prática ainda gera polêmica. Uma das principais críticas é a de que essas crianças são menos sociáveis do que as que frequentam a escola tradicional.

"Não concordo. Meu filho é muito sociável", diz Hawkins. "Todos os pais adeptos de educação domiciliar estão conscientes da necessidade de que os filhos desenvolvam sua sociabilidade. Mas não confinados em uma sala de aula."

Educação e ensino

UFGD divulga gabarito preliminar do vestibular 2026; confira

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

17/12/2025 18h18

Divulgação/ UFGD

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulgou nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital.  

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

Confira a lista preliminar da 1ª opção de curso aqui!

Confira a lista preliminar da 2ª opção de curso aqui!

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Cidades

Tribunal de Justiça aprova projeto com 300 cargos para assessores de confiança

Aprovado na LOA para 2026, TJMS terá orçamento avaliado em mais de R$ 1,4 bilhão, o que equivale a um aumento de 7,3% em relação ao valor atual

17/12/2025 17h30

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul Foto: Divulgação / TJMS

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul aprovou, nesta quarta-feira (17), projeto que cria novos cargos em comissão de assessoria. De acordo com o órgão público, a medida busca enfrentar o aumento da demanda processual, reduzir atrasos e garantir melhores condições de trabalho às unidades judiciais, especialmente aquelas com maior acúmulo de processos.

Ao todo, o projeto prevê a criação de 300 cargos para assessores comissionados, sendo 50 vagas para assessor de desembargador e 250 para assessoria vinculados a juizes de primeiro grau, divididos em 150 para a entrância especial, 75 para a segunda entrância e 25 para a primeira entrância, além de cargos de assessoramento jurídico-administrativo. 

Durante a discussão na sessão administrativa do Órgão Especial, foi destacado que o Judiciário estadual enfrenta dificuldades decorrentes da vacância de cargos e da elevada carga de trabalho em determinadas varas. Como alternativa, a administração propôs a ampliação do número de assessores, priorizando juízos mais sobrecarregados, de forma gradual e conforme a disponibilidade orçamentária.

A iniciativa da presidência do TJMS, sob o comando do desembargador Dorival Renato Pavan, será submetida à apreciação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, após os trâmites necessários, poderá ser implementada conforme as possibilidades financeiras do Tribunal.

Aumento na gastança

Em meio ao cenário de corte de gastos por conta da queda na arrecadação de tributos, o Governo do Estado publicou, na terça-feira (16), no Diário Oficial, a Lei Orçamentária Anual (LOA), que prevê aumento de gastos nos Poderes.

Enquanto os orçamentos dos respectivos setores aumentaram em 7,9%, a estimativa de crescimento geral de receitas do Executivo, responsável pelos repasses a estes órgãos públicos, teve acréscimo de apenas 2,9%. 

O Tribunal de Justiça, que terá mais 300 salários de assessores para pagar caso seja implementado o projeto, simplesmente acrescentou R$ 100 milhões ao orçamento de 2026, passando dos atuais R$ 1.364.912.200,00 para R$ 1.464.780.100,00, o que equivale a um acréscimo de 7,3%.

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