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Santa Casa volta a fazer transplantes de coração

Santa Casa volta a fazer transplantes de coração

BRUNA LUCIANER

19/06/2011 - 00h00
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Depois de seis anos, Campo Grande voltará a realizar transplantes de coração. A boa notícia foi dada ao Correio do Estado pelo chefe da equipe de transplantes cardíacos da Santa Casa, doutor João Jazbik, que estabeleceu o prazo médio de um mês para a retomada dos procedimentos. De acordo com o cirurgião, os novos Centros de Tratamento Intensivo (CTIs) geral, cardíaco e de transplante cardíaco do hospital estarão prontos até a segunda quinzena de julho. "A reforma das salas está em fase final e todos os equipamentos novos já chegaram", relata.

A retomada dos transplantes de coração em Campo Grande chega junto com o anúncio de um projeto nacional que pretende capacitar centros de transplantes em 14 Estados, inclusive Mato Grosso do Sul, além de melhorar a remuneração das equipes. Elaborado pelo Comitê Estratégico para Desenvolvimento de Novos Centros de Transplantes, órgão consultivo criado pelo Ministério da Saúde, o projeto propõe treinar equipes nos 14 Estados que hoje não realizam transplantes de forma regular para fazer a captação de órgãos e capacitar médicos para a realização da cirurgia de transplante.

Com 40 anos de profissão, 17 mil cirurgias e 16 transplantes de coração no currículo, João Jazbik já foi convidado pelo cirurgião Silvano Raia, coordenador executivo do comitê, para assumir a coordenação estadual do projeto. O texto deve ser submetido à avaliação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nos próximos dias e, uma vez implantado, fará com que o Estado receba mais recursos para capacitação de profissionais e aquisição de remédios e equipamentos. "Não tenho dúvida de que voltaremos a ser a 6ª cidade do país em transplante de coração, como fomos em 2000", espera Jazbik.

Hoje, há 14 pacientes cadastrados na Central Estadual de Transplantes a espera de coração. Um deles é a dona Fátima Pereira de Souza, de 44 anos, diagnosticada com cardiopatia em 2002. Fátima toma sete comprimidos por dia, gasta cerca de R$ 150 por mês com os remédios que o Sistema Único de Saúde (SUS) não oferece e, apesar de ter um quadro estável e conseguir levar uma vida relativamente normal, recebeu com alegria a notícia da retomada dos transplantes. "Dá um fôlego novo, sem dúvida", comemora.

O último transplante de coração realizado pela Santa Casa aconteceu em 2005 e, de lá para cá, o centro, que já foi referência nacional neste tipo de cirurgia, simplesmente parou. "Falta vontade política, falta vontade por parte dos colegas médicos, falta lutarmos por um ideal estabelecido. A retomada dos transplantes cardíacos só será possível graças a uma doação feita pelo senhor Antônio de Moraes e meses de trabalho em busca dos melhores preços de equipamentos", esclarece Jazbik.

Antes de voltar a realizar o procedimento, a Santa Casa precisa reaver a autorização junto ao Ministério da Saúde, suspensa desde o ano passado. "A autorização precisa ser renovada a cada dois anos. Em 2010, não recebemos os documentos necessários e a autorização está suspensa", explica a coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Claire Miozzo. De acordo com Jazbik, o CTI precisa estar pronto para passar por avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Só então os documentos serão encaminhados à Central. "Eu mesmo realizo esses trâmites e garanto que o processo é ágil", esclarece o médico.

 

Rins

Único hospital do Estado autorizado a fazer transplantes de rins, a Santa Casa também já foi referência neste tipo de cirurgia, chegando a realizar 60 procedimentos por ano. Agora a situação é outra: de janeiro para cá, apenas cinco transplantes de rim foram realizados, média de menos de uma cirurgia por mês. "A situação é caótica. De 2005 para cá, a Santa Casa praticamente parou", lamenta José Roberto Ost, paciente renal que está na fila para transplante há seis anos.

José Roberto está entre os 390 pacientes aptos a transplante de rim cadastrados na Central Estadual, um número que só faz crescer. No final do ano passado, a Santa Casa encaminhou um ofício à Central Estadual de Transplantes comunicando que só realizaria transplantes de rim entre pessoas vivas. "Só neste ano, ofertamos seis rins de cadáveres para outros Estados. Isso significa que a captação funciona muito bem, o problema está no transplante", explica Claire.

Procurada para explicar a situação, a assessoria de imprensa da Santa Casa informou que a licença para realizar os transplantes de cadáveres está vencida. "Este tipo de procedimento precisa de uma autorização específica da vigilância sanitária, que venceu. Já estamos viabilizando a renovação da licença", garantiu a assessoria do hospital.

 Córneas

Mas nem tudo são espinhos. Se tem um tipo de transplante que funciona extremamente bem em Mato Grosso do Sul, é o de córneas. Hoje, 20 pessoas estão na fila à espera do tecido, mas não devem esperar muito tempo. "A fila para o transplante de córnes não é grande porque todo o processo funciona muito bem: temos muitas doações, muitas equipes de médicos e estabelecimentos aptos para realizar o procedimento", explica Claire.

Em Campo Grande, o hospital São Julião atende pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e outras três clínicas atendem pacientes particulares ou de convênios. Também há uma clínica particular em Três Lagoas autorizada a realizar o procedimento. "O interesse para realizar transplantes precisa partir da clínica. Ela precisa montar estrutura e equipe e, só então, buscar a autorização do Ministério da Saúde", esclarece a coordenadora da Central.

O que beneficia o interesse pela realização de transplantes de córneas são alguns detalhes importantes. Córneas são tecidos que podem ser retirados do cadáver até seis horas após o óbito, o que confere à equipe médica mais tempo para convencer a família a autorizar a doação. Já órgãos sólidos, como coração e rins, precisam ser retirados do doador com morte encefálica, ainda no CTI. "A família, muitas vezes, vê o coração batendo artificialmente no CTI e não tem coragem de autorizar a retirada dos órgãos", ilustra Claire.

De janeiro até agora, Mato Grosso do Sul ofertou 13 córneas, três corações e um fígado para outros Estados. Quando um doador é encontrado e não há possibilidade de transplante no Estado de origem, a Central Nacional, em Brasília, é acionada. Ela entra em contato com as centrais estaduais e o órgão, ou tecido, viaja em encontro do futuro receptor. Nenhum hospital de Mato Grosso do Sul realiza transplante de fígado; não há estabelecimento nem equipe autorizada pelo Ministério da Saúde.

Educação e ensino

UFGD divulga gabarito preliminar do vestibular 2026; confira

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

17/12/2025 18h18

Divulgação/ UFGD

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulgou nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital.  

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

Confira a lista preliminar da 1ª opção de curso aqui!

Confira a lista preliminar da 2ª opção de curso aqui!

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Cidades

Tribunal de Justiça aprova projeto com 300 cargos para assessores de confiança

Aprovado na LOA para 2026, TJMS terá orçamento avaliado em mais de R$ 1,4 bilhão, o que equivale a um aumento de 7,3% em relação ao valor atual

17/12/2025 17h30

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul Foto: Divulgação / TJMS

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul aprovou, nesta quarta-feira (17), projeto que cria novos cargos em comissão de assessoria. De acordo com o órgão público, a medida busca enfrentar o aumento da demanda processual, reduzir atrasos e garantir melhores condições de trabalho às unidades judiciais, especialmente aquelas com maior acúmulo de processos.

Ao todo, o projeto prevê a criação de 300 cargos para assessores comissionados, sendo 50 vagas para assessor de desembargador e 250 para assessoria vinculados a juizes de primeiro grau, divididos em 150 para a entrância especial, 75 para a segunda entrância e 25 para a primeira entrância, além de cargos de assessoramento jurídico-administrativo. 

Durante a discussão na sessão administrativa do Órgão Especial, foi destacado que o Judiciário estadual enfrenta dificuldades decorrentes da vacância de cargos e da elevada carga de trabalho em determinadas varas. Como alternativa, a administração propôs a ampliação do número de assessores, priorizando juízos mais sobrecarregados, de forma gradual e conforme a disponibilidade orçamentária.

A iniciativa da presidência do TJMS, sob o comando do desembargador Dorival Renato Pavan, será submetida à apreciação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, após os trâmites necessários, poderá ser implementada conforme as possibilidades financeiras do Tribunal.

Aumento na gastança

Em meio ao cenário de corte de gastos por conta da queda na arrecadação de tributos, o Governo do Estado publicou, na terça-feira (16), no Diário Oficial, a Lei Orçamentária Anual (LOA), que prevê aumento de gastos nos Poderes.

Enquanto os orçamentos dos respectivos setores aumentaram em 7,9%, a estimativa de crescimento geral de receitas do Executivo, responsável pelos repasses a estes órgãos públicos, teve acréscimo de apenas 2,9%. 

O Tribunal de Justiça, que terá mais 300 salários de assessores para pagar caso seja implementado o projeto, simplesmente acrescentou R$ 100 milhões ao orçamento de 2026, passando dos atuais R$ 1.364.912.200,00 para R$ 1.464.780.100,00, o que equivale a um acréscimo de 7,3%.

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