Cidades

MATO GROSSO DO SUL

Projeto Padrinho quer ampliar área de atuação

Projeto Padrinho quer ampliar área de atuação

ROBERTA CÁCERES

28/06/2011 - 08h41
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Em comemoração aos 11 anos do Projeto Padrinho em Campo Grande, completado no último domingo (26), uma novidade visa ampliar sua área de atuação no Estado, que está ligado à Coordenadoria da Infância e da Juventude. O projeto já começou a ser implantado nas demais comarcas de MS.

Criado em Campo Grande, em junho de 2000, por iniciativa da então juíza da Infância e Juventude da Capital, Maria Isabel de Matos Rocha, o Projeto Padrinho tornou-se referência nacional e já está em 10 comarcas do interior, proporcionando a centenas de padrinhos e afilhados a oportunidade de crescerem um com o outro.

Ao oferecer carinho ou acolher temporariamente em sua casa, os padrinhos auxiliam no desenvolvimento afetivo das crianças e essa relação beneficia os dois lados.

Existem várias opções de apadrinhamento para atender as necessidades de todos que desejam ser padrinhos:
- padrinho afetivo: proporciona atenção e carinho à criança abrigada; 
- padrinho voluntário: faz algum tipo de trabalho esporádico nas entidades de acolhimento; 
- prestador de serviço: aquele que atende os abrigos de acordo com sua especialidade profissional, de maneira gratuita ou com ajuda material.

Na Capital e nas comarcas em que o projeto já foi implantado estão cadastrados como padrinhos professores de balé e judô, psicólogos, dentistas, além de famílias acolhedoras que recebem a criança em casa até que o processo judicial seja concluído e definida a situação da criança, que será a adoção ou retorno à família.

O Projeto Padrinho atende cerca de 20 entidades, atua auxiliando o judiciário como um apoio técnico e ainda cria oportunidades de crianças fora da faixa etária de adoção convencional serem adotadas em razão do convívio familiar.

“É importante destacar a questão afetiva, pois assim que a criança é inserida na convivência familiar e comunitária, por meio da apadrinhamento, melhora sua autoestima, pois ela recebe afeto e ganha qualidade em sua formação pessoal” ressalta a psicologa Rosa Pires Aquino, coordenadora do

Projeto Padrinho e do Núcleo de Orientação e Fiscalização das Entidades de Abrigos.
Para mostrar a atuação do Projeto Padrinho, a psicologa cita uma criança adotada aos 9 anos que, por meio da adoção internacional, foi morar na França. Hoje com 12 anos, ela vem passar as férias na casa do padrinho afetivo. “Uma criança que tem um padrinho nunca esquece”, finaliza.

Os responsáveis pelo projeto fazem a captação dos padrinhos e mantêm parcerias com empresas universidades e agências de publicidade, chamados padrinhos prestadores de serviços. Esses estabelecimentos auxiliam na divulgação do projeto, na doação de camisetas, na manutenção dos projetos voltados para crianças e adolescentes que vivem em entidades de acolhimentos.

Em 2007, o Projeto Padrinho foi premiado como melhor projeto na área de infância e juventude pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). O projeto também tem como parceira a Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude (Abraminj).
Ampliação: Em Três Lagoas, o projeto completou um ano em abril e, nesse período, passaram pela iniciativa 90 padrinhos entre afetivos, voluntários, doadores de bens e material, além de algumas empresas madrinhas.

Atualmente existem 25 crianças/adolescentes abrigados apadrinhados, porém há ainda 20 crianças esperando por um padrinho, alguém que possa doar um pouco de carinho.
A assistente social da Comarca de Três Lagoas, Elisângela Nascimento, comemora um dos principais benefícios que o projeto trouxe para a comunidade: “Foi muito bom quebrar o paradigma de que as crianças necessitam apenas de coisas materiais e mostrar que é muito importante elas receberem carinho e afeto”, ressaltou.

Os 11 anos de projeto são comemorados com alegria na Capital e no interior, pois é importante lembrar que o apadrinhamento é considerado uma via de mão dupla, em que ganham as crianças, por receberem carinho e afeto, e os padrinhos, por receberem todo esse amor de volta em forma de sorrisos e gratidão.

Serviço

Mais informações sobre o Projeto Padrinho podem ser obtidas na Coordenadoria da Infância e da Juventude, situada na Rua das Garças, 1140, em Campo Grande, ou pelos telefones 3317-3984/3446. 

(Com informações de TJMS)

TRÁFICO DE DROGAS

PRF prende suspeito em flagrante em Operação Duplicis no interior do Estado

Combate ao tráfico de drogas, Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão, e prende investigado em flagrante

16/12/2025 09h35

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas Divulgação/PRF

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Na manhã desta terça-feira (16), a Polícia Federal deflagrou a Operação Duplicis, e cumpriu sete mandados de busca e apreensão, por tráfico de cocaína em duas cidades do interior do Estado.

Com objetivo de combater o tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul, a ação aconteceu em Corumbá e em Miranda, cidades a 426 quilômetros e a 207 quilômetros de Campo Grande respectivamente.

A ação iniciou quando um investigado foi preso em flagrante na BR-262, que seguia de Corumbá para a Capital sul-mato-grossense. Na ocasião, a droga encontrada com o suspeito seria distribuída em Miranda, que fica entre o trajeto Corumbá-Campo Grande.

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas

Então, com as investigações e apuração do caso, a PRF pôde identificar outros suspeitos envolvidos no esquema criminoso.

Entre os sete criminosos, um deles estava escondendo tabletes de cocaína em sua casa, e foi preso em flagrante após a polícia bater em sua porta e encontrar os pacotes de droga armazenados.

Os mandados foram expedidos devido às provas coletadas na investigação, que identificou também os eventuais fornecedores dos entorpecentes que estavam vindo do outro município.

A Polícia Federal levou a droga apreendida para ser periciada e analisada. Quanto aos investigados, os sete poderão responder pelo crime de tráfico de drogas, que tem pena base de 5 a 15 anos, além de multa, a depender do agravamento de cada caso.

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CONFLITOS AGRÁRIOS

Queda do marco temporal preocupa produtores de MS

Em julgamento no STF, os ministros Gilmar Mendes e Flávio Dino já votaram pela inconstitucionalidade da tese que limita as demarcações de terras indígenas

16/12/2025 08h40

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento Dourados News/Clara Medeiros

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A retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da tese do marco temporal, ferramenta que determina que terras só podem ser demarcadas se indígenas as estivessem ocupando quando a Constituição Federal foi promulgada, em outubro de 1988, tem causado preocupação aos produtores rurais de Mato Grosso do Sul, estado com a terceira maior população indígena do País.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, a conciliação realizada ao longo de 10 meses no STF entre produtores rurais e representantes dos indígenas foi produtiva e rendeu alguns apontamentos, entretanto, a possibilidade de derrubar a tese do marco temporal, que foi aprovado pelo Congresso Nacional mesmo após a Corte o ter entendido como inconstitucional, preocupa o setor.

Ao Correio do Estado, Bertoni afirmou que a discussão no STF rendeu “pontos positivos”, como a indenização aos donos das propriedades demarcadas, a possibilidade de o produtor ficar com a posse da área até ela ser paga, o acompanhamento de todo o processo de levantamento de dados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a reintegração de posse.

“O que nos deixa preocupado é a queda do marco temporal. Discutimos muito isso, dizendo que o marco temporal não limita os direitos dos povos originários, ele simplesmente mostra a trava que tem naquele período em que os indígenas ocupam as suas terras e as próximas áreas eles teriam que comprar e desapropriar. Isso está no Estatuto do Índio, onde diz que a qualquer tempo eu posso criar novas reservas, então, a preocupação nossa é só com o marco, para fazer com que isso seja travado e dali para a frente começar a fazer indenização justa e prévia, e que a União não quer indenizar. Então, não adianta eu resolver uma injustiça com os indígenas criando outra com os produtores rurais”, declarou o presidente da Famasul.

Até este momento, dois ministros já votaram no julgamento, Gilmar Mendes, que foi o relator da matéria no STF, e Flávio Dino. Ambos votaram pela inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Os votos foram proferidos ontem, durante sessão do plenário virtual da Corte, que julga quatro processos sobre a questão.

Em sua manifestação, o ministro Gilmar Mendes considerou o marco temporal inconstitucional. No entendimento dele, o Legislativo não pode reduzir direitos assegurados aos povos indígenas.

“A imposição do marco temporal implicaria restrição indevida ao princípio da vedação ao retrocesso e à proteção insuficiente dos direitos fundamentais”, afirmou.

O ministro também determinou que todas as demarcações de terras indígenas devem ser concluídas no prazo de 10 anos.

Flávio Dino acompanhou o relator e disse que a proteção constitucional aos indígenas independe da existência de um marco temporal.

“Qualquer tentativa de condicionar a demarcação de terras indígenas à data da promulgação da Constituição de 1988 afronta o texto constitucional e a jurisprudência consolidada pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou Flávio Dino.

A votação ficará aberta até o fim da noite de quinta-feira. Ainda faltam oito ministros proferirem seus votos.

BRIGA

O julgamento é necessário porque em 2023 o STF considerou a tese do marco temporal inconstitucional. Além disso, o marco também foi barrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vetou parte da Lei nº 14.701/2023, aprovada pelo Congresso Nacional. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto presidencial e promulgaram a medida.

Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal.

Por outro lado, entidades que representam indígenas e partidos governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a constitucionalidade da tese.

É neste cenário de divergência que o Supremo volta a analisar a matéria.

Em paralelo ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Senado aprovou, na semana passada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 48/2023, que insere a tese do marco temporal na Constituição Federal, em novo capítulo da briga entre Legislativo e Judiciário.

*SAIBA

Em meio à votação da constitucionalidade do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF), indígenas ontem bloquearam parcialmente a rodovia MS-156, em Dourados. O grupo protestava contra a tese do marco temporal para demarcações de terras.

(Com agências)

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