Política

VOTAÇÃO DO MÍNIMO

PMDB foi 100% fiel a Dilma e PT apenas 88%

PMDB foi 100% fiel a Dilma e PT apenas 88%

folha

17/02/2011 - 09h16
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No primeiro grande teste parlamentar do governo Dilma Rousseff, o PMDB entregou ao Planalto a totalidade de seus 77 votos. Algo que jamais ocorrera sob Lula.

A legenda governista que registrou a menor taxa de fidelidade a Dilma (59,26% dos votos) foi o PDT do ministro Carlos Lupi (Trabalho).

Depois do PDT, o PT de Dilma foi, entre os sócios do consórcio governista com mais de dez deputados, o que exibiu o menor índice de fidelidade (88,24%).

Além do PMDB, revelaram-se mais leais do que o PT: PP, PR, PSB, PTB, PSC, PCdoB e PRB.

Foram a voto na noite desta quarta (16) duas emendas propondo como valor do salário mínimo cifras maiores que os R$ 245 ofertados pelo governo.

Uma, do PSDB, sugeria R$ 600 reais. Foi derrotada por 376 votos contra 106. Houve sete abstenções.

Na outra, o DEM propôs R$ 560. A proposta obteve mais votos. Mas foi igualmente derrotada: 361 a 120. Onze abstenções.

Com base no quadro de votação desta segunda emenda, a dos R$ 560, o blog calculou o índice de fidelidade de cada partido governista ao Planalto.

Foram considerados os votos contra e a favor do governo e as ausências. Vai abaixo o resultado da contabilidade:

 

Taxa de fildelidade dos partidos governistas:

- PT: 88,24%

Maior agremiação da Câmara, a legenda de Dilma Rousseff possui 85 deputados. Desse total, 75 votaram contra a elevação do salário mínimo para R$ 560.

Presidente da sessão, Marco Maia não votou. Sete petistas (8,24% da bancada) não deram as caras no plenário.

Dois (2,35%) votaram a favor da emenda do DEM: Eudes Xavier (CE) e Francisco Praciano (AM).

- PMDB: 100%

Dono da segunda maior bancada –77 deputados—, o partido do vice-presidente Michel Temer compareceu em peso ao plenário.

Não levou ao painel eletrônico um mísero voto contra o governo. Até os cerca de 25 pemedebês que apoiaram José Serra na eleição votaram com o Planalto.

- PP: 93,02%

Terceira maior legenda governista, o PP soma 43 deputados. Sonegou ao governo apenas três votos.

Um (2,33%) se ausentou do plenário. Dois (4,65%) votaram a favor da emenda que elevaria o mínimo para R$ 260: Jair Bolsonaro (RJ) e Paulo Maluf (SP).

- PR: 92,5%

Quarta maior bancada do consórcio partidário que dá suporte congressual a Dilma, o partido soma 40 deputados. Entregou ao governo 37 votos.

Dois deputados do PR (5% da bancada) não compareceram à sessão. Um (2,5%) votou a favor do mínimo de R$ 260: Zoinho (RJ).

O estreante Tiririca deu um susto no partido. Votou a favor dos R$ 600 propostos pelo PSDB. Erro, alegou. Corrigiu-se depois, votando contra os R$ 560 do DEM.

- PSB: 96,77%

Quinto maior aliado do governo na Câmara, o partido presidido pelo governador pernambucano Eduardo Campos possui 31 deputados federais.

Apenas um deputado (3,23%), ausente à sessão, deixou de votar com o governo. Os outros 30, liderados por Ana Arraes, mãe de Campos, prestigiaram Dilma.

O ex-jogador Romário, mais nova aquisição do PSB, não faltou ao Planalto. Aferrado ao mínimo de R$ 545, votou contra as emendas que elevariam a cifra.

- PDT: 59,26%

Dono de 27 cadeiras, o partido do ministro Carlos Lupi (Trabalho) é o sexto maior “aliado” do governo na Câmara.

Apenas 16 deputados foram fieis a Dilma, votando contra o salário mínimo de R$ 560, defendido por Paulinho, da Força Sindical.

Nove deputados do PDT (33,33% da bancada) disseram “sim” aos R$ 560. Entre eles o líder Giovanni Queiroz (PA), Paulinho (SP) e Miro Teixeira (RJ).

Um deputado pedetê (3,7%) faltou à sessão. Outro (3,7%) preferiu se abster.

Entre todos os sócios do consórcio governista, a legenda que tem Lupi como presidente licenciado foi a que registrou o menor índice de fidelidade ao Planalto.

- PTB: 95,45%

Com 22 deputados, a legenda presidida pelo deputado cassado Roberto Jefferson, é a sétima bancada governista. Entregou 21 votos ao Planalto.

Apenas um deputado da tribo dos petebês (4,55%) votou a favor do mínimo de R$ 560: Arnaldo Faria de Sá (SP).

- PSC: 100%

É a oitava bancada do governo na Câmara. Embora seja tratada com menosprezo na distribuição de cargos e verbas, entregou todos os seus 17 votos a Dilma

- PCdoB: 100%

Nona bancada mais numerosa do bloco governista, o PCdoB, aliado de primeira hora de Lula e do petismo, votou integralmente com o Planalto: 15 votos.

- PRB: 100%

Partido do ex-vice presidente José Alencar, o PRB é, em termos numéricos, a décima agremiação governista. De seus 12 deputados, nenhum foi infiel.

 

Entre os sócios minoritários do governo, com menos de dez deputados, as taxas de fidelidade ao Planalto oscilaram entre 50% e 100%.

O PMN, com cinco deputados, deu quatro votos (80%) a Dilma. Um parlamentar (20% da bancada) faltou à sessão.

O PTdoB, dono de quatro cadeiras na Câmara, foi 100% fiel a Dilma. No PHS, dono de dois votos, um votou com o governo. Outro contra. Índice de fidelidade de 50%.

O PRP e o PRTB, cada um com dois deputados, votaram fechados com o Planalto. Nenhuma defecção.

O PSL e o PTC, partidos que têm um mísero deputado cada, também se alinharam ao governo. Ambos rejeitaram cifras superiores aos oficiais R$ 545.

Na oposição, DEM e PSDB não conseguiram nem sequer ser fieis a si mesmos.

Os ‘demos’ somam 46 deputados. Cinco (10,87%) faltaram. Dois (4,35%) votaram contra a emenda do próprio partido: Jairo Ataíde (MG) e Vitor Penido (MG).

Os outros 39 (84,78% da bancada) votaram a favor da emenda subscrita pelo líder ACM Neto, que elevaria o mínimo para R$ 560.

Entre os tucanos, 52 deputados no total, um faltou (1,92%), dois votaram contra o mínimo maior (3,85%): Carlos Alberto Lereia (GO) e Manoel Salviano (CE).

Os outros 49 tucanos (94,23% da bancada) aturaram como oposicionistas genuínos.

O PPS de Roberto Freire, com 11 deputados, votou fechado com a oposição. Nenhuma ausência. Nenhum ‘silvério’ neogovernista.

A oposição foi engrossada pelo PSOL, cujos três deputados também votaram a favor do salário mínimo mais generoso.

De resto, o PV de Marina Silva, que na Câmara atua em bloco com o PPS, deu mostras de que já não pode ser computado como governista.

Seus filiados tornaram-se espécies de oposicionistas envergonhados. Com 14 deputados, o PV anotou no painel eletrônico 10 abstenções (71,43%).

Dois verdes (14,29%) votaram a favor do mínimo de R$ 560. Outros dois (14,29%) votaram contra.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

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Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

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