Cidades

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Os vice-governadores de Mato Grosso do Sul

Os vice-governadores de Mato Grosso do Sul

WAGNER CORDEIRO CHAGAS

22/03/2010 - 01h13
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Nos bastidores políticos de todo o País as articulações visando às eleições desse ano estão a todo vapor, e nesse contexto um dos assuntos mais frequentes diz respeito a quem vai compor as coligações como candidato aos cargos de vice. Tais discussões em torno desse cargo se devem à sua importância. Em conformidade com a Constituição Federal vigente no País, o vice-governador, assim como o vice-prefeito e o vicepresidente da República, têm suas atribuições garantidas por lei. Cabe aos que exercem a função de vice, auxiliar o titular do cargo, substituí-lo em caso de afastamento, doença ou morte. No período de 1979 a 1983, os governadores de Mato Grosso do Sul – nomeados pelo governo federal – Harry Amorim Costa, Marcelo Miranda Soares e Pedro Pedrossian não contaram com a figura do vice-governador. Como consequência disso, a administração estadual foi entregue, por duas vezes, ao então presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Londres Machado, quando da demissão de Harry e Marcelo de suas funções, pelo então presidente da República, João Figueiredo. A part ir de março de 1983, momento em que os dirigentes eleitos pela população assumiram o governo do Estado, exerceram a função de vice-governador os seguintes personagens: Ramez Tebet, George Takimoto, Ary Rigo, Braz Melo, Moacir Kohl, Egon Krackekhe e Murilo Zauith. Ramez Tebet (PMDB) foi vice de Wilson Barbosa Martins (PMDB) entre 1983 e 1986 e posteriormente, em virtude da renúncia de Wilson para concorrer ao Senado nas eleições de 1986, assumiu o governo do Estado, administrando até 1987. Anteriormente a isso, Ramez administrou o município de Três Lagoas-MS (1975-1978) e exerceu mandato de deputado estadual (1978-1982). Em 1994, elegeu-se senador da República, e se reelegeu em 2002. Ministro da Integração Nacional no governo Fernando Henrique Cardoso, no ano de 2001, logo depois exerceu a presidência do Congresso Nacional entre 2001 e 2003. Faleceu em 2006 no exercício do mandato, substituído por seu primeiro-suplente, o exdeputado federal Valter Pereira (PMDB). George Takimoto atuou como vice na segunda gestão de Marcelo Miranda Soares (PMDB) nos anos de 1987 a 1991, pelo PFL, atual Democratas (DEM). Médico douradense foi o primeiro de uma série de vice-governadores escolhidos na segunda maior cidade do Estado. Em 1990, elegeu-se deputado federal, cujo mandato se estendeu até 1995. Atualmente, preside o Partido Progressista (PP) na cidade de Dourados-MS. Ary Rigo, representante da região de Maracaju-MS, elegeu-se vice governador na chapa de Pedro Pedrossian (PTB) no pleito eleitoral de 1990. Na ocasião do mandato chefiou a Secretaria da Casa Civil desse governo. Em 1994, concorreu ao Senado pelo PTB, mas foi derrotado pela dupla Ramez Tebet (PMDB) e Lúdio Coelho (PSDB). Antes de ser vice-governador, Ary Rigo cumpriu três mandatos de deputado estadual. Nos dias atuais, este exerce seu sexto mandato no legislativo estadual pelo PSDB. Braz Melo, prefeito do município de Dourados de 1989 a 1992, tornou-se vice-governador nas eleições de 1994, na chapa do então senador Wilson Barbosa Martins (PMDB). Contudo, em 1997, Braz voltou ao comando do poder executivo municipal douradense e renunciou a vice-governadoria. Sem mandato desde 2001, quando transmitiu o cargo de prefeito a Laerte Tetila (PT), Braz tem se destacado ultimamente como um assíduo escritor em jornais douradenses. Moacir Koh l (PDT), ex-vereador e ex-prefeito do município de Coxim-MS, ascendeu ao poder executivo estadual, como vice-governador, por meio da coligação Muda MS, encabeçada por Zeca do PT, a qual venceu as eleições de 1998. Na primeira gestão Zeca, assumiu também a Secretaria de Estado de Produção. Em 2002, após rompimento de seu grupo com o governo petista, Kohl candidatou-se a governador e ficou em terceiro lugar. Em 2004, a população de Coxim deu-lhe o terceiro mandato como prefeito daquele local. Sem cargo político, encontra-se atualmente filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Egon Krackekhe, militante histórico do PT douradense, atuou como vice-governador entre 2003 e 2007, no segundo governo Zeca. A ntes do cargo, lecionou no curso de Agronomia da UFMS, campus de Dourados, atual UFGD. Nas eleições municipais de 1992, concorreu a prefeitura de Dourados. Chefiou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Cultura e Turismo, no primeiro governo do PT e como vice, acumulou funções de secretário de Estado de Planejamento, Ciência e Tecnologia. Em 2006, havia uma possibilidade de o governador Zeca renunciar para ser candidato ao Senado, fato que acabou por não ocorrer. Com isso, optou-se por lançar Egon ao cargo de senador, candidatura essa que ficou em segundo lugar. Desde 2007, o ex-vice-governador é secretário de extrativismo do Ministério do Meio Ambiente. Murilo Zauith (DEM), eleito na coligação de André Puccinelli (PMDB) em 2006, é o quarto vice-governador por Dourados. Empresário do ramo da educação foi deputado estadual por duas legislaturas (1995–1999 e 1999–2003). Nas eleições municipais de 2000, disputou à Prefeitura de Dourados, porém saiu derrotado por Laerte Tetila (PT). Também exerceu mandato de deputado federal de 2003 a 2006. Ao concorrer pela segunda vez à Prefeitura de seu município, em 2008, perdeu para o atual prefeito Ari Artuzi (PDT). Hoje, é um dos possíveis candidatos ao Senado Federal na chapa do atual governador nas eleições de 3 de outubro. Realizado esse breve levantamento a respeito daqueles políticos que figuraram como vice-governadores do Estado de Mato Grosso do Sul, é possível observar o quanto é importante o trabalho dessas pessoas. Resta agora, a nós eleitores, aguardarmos as definições político-partidárias e procurarmos conhecer a trajetória, não somente dos candidatos a governador, mas também dos postulantes a vice-governador. Afinal, como não se pode prever os acontecimentos futuros, principalmente ao tratar-se de política, é necessário que o Estado tenha um substituto digno de administrá-lo e que possibilite atender todas as demandas que uma Unidade da Federação brasileira necessite.

Novela da saúde

Estado e Município têm 90 dias para apresentar Plano Emergencial para caos na Santa Casa

O hospital enfrenta problemas constantes de superlotação, falta de insumos e falta de dinheiro para pagar profissionais de várias áreas, com risco de paralisação de serviços essenciais

17/12/2025 17h15

Santa Casa vem enfrentando problemas de falta de insumos, de repasse e de espaço

Santa Casa vem enfrentando problemas de falta de insumos, de repasse e de espaço FOTO: Paulo Ribas/Correio do Estado

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul determinou que o Estado de Mato Grosso do Sul e o Município de Campo Grande têm 90 dias para apresentarem um Plano de Ação que se mostre eficaz à plena retomada do atendimento integral no Hospital Santa Casa. 

A decisão foi dada após o MPMS entrar com uma Ação Civil com o objetivo de impedir o agravamento da crise assistencial enfrentada pela Santa Casa de Campo Grande. 

O hospital, maior do Estado que atende o Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta problemas constantes de superlotação extrema, falta de insumos, dívidas acumuladas com médicos e fornecedores, comprometendo a continuidade dos serviços prestados. 

Na ação, o MPMS descreve o cenário como um “colapso institucional”, com setores essenciais funcionando muito acima da capacidade, superlotação do pronto-socorro agravada por uma reforma iniciada sem planejamento financeiro e sem conclusão após mais de dois anos de obras. 

Segundo o órgão, a unidade funciona em condições precárias há anos, com pacientes aguardando atendimento em ambiente inadequado, como os corredores, além do desabastecimento de medicamentos e insumos, falta de materiais cirúrgicos, dívidas com médicos e prestadores e o risco real de paralisação de atendimentos de alta complexibilidade. 

Diante desse quadro, o Estado e o Município, com a participação da Santa Casa, têm 90 dias para apresentarem um plano emergencial concreto voltado para a regularização integral dos atendimentos, regularização dos estoques, reorganização do fluxo do Pronto-Socorro, além de garantir um cronograma físico-financeiro para a retomada plena dos serviços. 

Em caso de descumprimento, deve ser aplicada multa no valor de R$ 12 milhões mensais, valor correspondente ao déficit apontado pelo hospital. O valor deve ser pago de forma dividida igualmente entre o Estado e o Município, mediante o sequestro de R$ 6 milhões das contas de cada um. 

A decisão da 76ª Promotoria de Justiça enfatiza que a situação ultrapassou o limite da gestão interna do hospital e ameaça diretamente o direito fundamental à saúde. 

“A ação civil pública destaca que o que está em risco não é apenas a administração de um hospital, mas a vida de milhares de pacientes que dependem diariamente da Santa Casa. A crise instalada ultrapassa qualquer margem de tolerância administrativa, e o MPMS atua para impedir que a situação se transforme em tragédia assistencial, garantindo respostas imediatas e soluções estruturais para que o SUS continue a prestar atendimento em saúde com segurança e respeito ao cidadão”, ressaltou o Ministério Público. 

DÍVIDAS E GASTOS

Como noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, a Santa Casa de Campo Grande afirma ter gasto, mensalmente, quase R$ 1 milhão a mais do que recebeu considerando as internações de alta e média complexidade durante o ano passado, o que contribui com o deficit alegado em um balanço que foi divulgado este ano – de R$ 98,4 milhões durante o exercício de 2024.

Segundo documento que o Correio do Estado obteve com exclusividade, o hospital tinha um teto de R$ 46.907.889,12 para ser gasto em 2024 com internações de alta complexidade – serviços e procedimentos que exigem alta tecnologia, alto custo e infraestrutura especializada.

Santa Casa vem enfrentando problemas de falta de insumos, de repasse e de espaçoFeito por Denis Felipe com IA

Porém, a entidade ultrapassou em cerca de R$ 2,5 milhões deste montante, o que resultou em um gasto operacional de R$ 49.484.607,38.

De acordo com o orçamento anual de 2024 do governo do Estado, foram destinados R$ 1 bilhão de recursos somente para internação em unidades hospitalares, o que corresponde a 42,52% dos R$ 2,3 bilhões investidos na saúde ano passado.

Somente para a Santa Casa foram R$ 108,9 milhões no decorrer do ano, o que significou dizer que só ela recebeu 40% do total que foi aplicado para internações em Mato Grosso do Sul.

Para este ano, houve uma redução de cerca de R$ 90 milhões do recurso para internações em unidades hospitalares no Estado, ou seja, diminuiu para R$ 919 milhões. Entretanto, o destinado para a Santa Casa se manteve no mesmo patamar, mas, mesmo assim, a unidade tem reclamado por mais recursos.

Mesmo que o montante extrateto seja considerado alto, equivale a apenas 10,78% do deficit apresentado durante o exercício do ano passado.

De acordo com relatório anual divulgado pelo hospital em março deste ano, 2024 fechou com prejuízo de R$ 98,3 milhões, bem distinto do apresentado em 2023, quando fechou com superavit de R$ 27,5 milhões.

Ao longo dos anos, o deficit acumulado da Santa Casa soma R$ 514,8 milhões. Outro fator que ajuda a explicar a conta fechando no vermelho são os constantes empréstimos que a instituição faz.

Nos últimos anos, o maior empréstimo realizado foi feito em janeiro de 2024, quando a entidade pegou R$ 248 milhões na Caixa Econômica Federal (com taxa de juros mensal de 1,36%), quantia que foi utilizada para amortizar outros dois empréstimos que foram feitos anteriormente, uma estratégia utilizada para diminuir os juros.

A mais recente foi reportada pelo Correio do Estado no início do mês de novembro, quando foi adquirido R$ 5 milhões para auxiliar no pagamento de uma das cinco folhas salariais atrasadas com os 400 médicos, débito que acumula cerca de R$ 30 milhões.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre governo federal, Prefeitura de Campo Grande e governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Porém, o hospital alega que o valor não seria suficiente para suportar a demanda atual da unidade de saúde, além de não sofrer reajuste desde 2023.

 

*Colaborou Felipe Machado

Campo Grande

Sob multa de R$ 50 mil, dentistas recuam sobre greve na Capital

Decisão favorável à prefeitura postergou possibilidade de paralisação em duas semanas

17/12/2025 16h45

Assembleia da categoria realizada nesta quarta-feira (17)

Assembleia da categoria realizada nesta quarta-feira (17) Foto: Divulgação / Sioms

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Sob pena de multa diária de R$ 50 mil, a greve dos dentistas de Campo Grande, com início previsto para esta quarta-feira (17), foi temporariamente suspensa pela Justiça.  A suspensão do movimento grevista foi deliberada em assembleia realizada pela categoria nesta manhã. 

A paralisação dos cirurgiões-dentistas da rede pública municipal, que suspenderia por 30 dias os atendimentos em 44 postos de saúde da Capital, foi barrada judicialmente após um parecer favorável à prefeitura na noite desta terça-feira, decisão que sustenta a multa contra os sindicalistas. 

Apesar da interupção temporária do movimento paredista, o desembargador Luiz Tadeu Barbosa Silva confirmou que a Prefeitura de Campo Grande não está cumprindo as decisões judiciais, e a Justiça pode considerar o movimento grevista legítimo, caso a administração municipal não "entre na linha" dentro de 15 dias. Ou seja, na prática, o parecer apenas postergou a paralisação desta semana.

O desembargador confirmou que as decisões judiciais em favor dos sindicalistas não vêm sendo cumpridas de forma célere pela Prefeitura de Campo Grande, com registros de "dilação, advertências judiciais e imposições de medidas coercitivas no juízo de origem". 

“Nossa categoria respeita a Justiça, por isso decidimos suspender a paralisação, isso não significa que abrimos mão dos nossos direitos, nem que vamos recuar. Continuamos em estado de greve, cobrando que a Prefeita cumpra a ordem judicial para fazer o reposicionamento do plano de cargos e carreiras”, informou o presidente do Sioms, David Chadid.

Na ocasião, Chadid reforçou a legalidade do movimento. “Nós temos a convicção de que nosso movimento é legítimo e legal, pois seguimos todos os trâmites que a lei de greve determina, então nosso advogado pediu reconsideração da Justiça, demonstrando por meio de documentos que estamos fazendo o correto”, pontuou.

Imbróglio

No dia 15 de dezembro, o juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Ariovaldo Nantes Corrêa, negou mais prazo para a implementação do reposicionamento do plano de cargos e carreira, determinando que em 15 dias a gestão municipal cumprisse os pagamentos sobre o plano de cargos e carreira da categoria, sob pena de triplicar a multa ao Executivo Municipal em caso de descumprimento, advertindo a prefeita, em caso de desobediência. 

“Ficando desde já advertidos de que o descumprimento injustificado da ordem judicial implicará na incidência das penas de litigância de má-fé sem prejuízo da responsabilização do gestor por crime de desobediência nos termos do que dispõe o artigo 26 da Lei nº 12.016/2009”, advertiu o juiz.

Cabe destacar que, conforme previsto em Diário Oficial, a administração municipal  deve entrar de recesso entre 22 a 26 de dezembro e  29 de dezembro a 2 de janeiro de 2026, em virtude das festividades de fim de ano. As partes tentam um acordo há mais de um mês. 

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