Um homem de aproximadamente 30 anos foi preso ontem, em Campo Grande, acusado de estupro de vulnerável, corrupção de menores e maus-tratos a animais. Segundo as investigações policiais, ele aliciava crianças, entre 4 e 8 anos, para praticar rituais com elas. Tudo isso com o consentimento dos pais.
As informações preliminares da polícia dão conta de que o maníaco (o nome ainda está sendo mantido em sigilo) selecionava as crianças e dizia para os pais que o ritual precisava ser feito. Até o momento não há relação objetiva entre o acusado e uma religião, ou seita religiosa. Os depoimentos limitam-se a relacionar que ele praticava os atos, simplesmente porque "tinha de fazê-los".
Ele matava os animais (cães e galinhas), geralmente enforcados. Com uma faca, tirava o sangue dos bichos – tudo isso na frente das crianças – e o passava nos corpos delas. Depois, começava a praticar os atos sexuais. A delegada ainda não tem informações sobre que tipo de atos eram cometidos contra os menores, ou seja, se houve ou não penetração. No entanto, sexo oral ou qualquer ato libidinoso, desde 2009, é considerado como crime de estupro pelo Código Penal Brasileiro.
A polícia investiga quem são os pais das crianças que levaram seus filhos para o ritual. Os filhos do acusado, de 3, 4 e 7 também teriam sido usados na prática.
Segundo a delegada Regina Rodrigues da Delegacia Especializada de Proteção e Atenção à Criança (DPCA), que atende o caso, se comprovada a conivência dos pais, eles podem ser indiciados por corrupção de menores.
A reportagem esteve no local apontado onde os rituais eram realizados, mas nenhum vizinho confirmou os indícios investigados pela polícia. Eles informaram à reportagem que o rapaz não mantinha muito contato com a vizinhança.
Investigações
O caso começou a ser investigado na última sexta-feira (dia 24) quando houve um registro de Boletim de Ocorrência de estupro de uma menina de seis anos. Depois de atendimento médico ela seria devolvida pela polícia à família, mas conforme relatos da delegada não havia condições para tal, pois sua casa não era um ambiente salutar. "Ela foi então para um abrigo e lá começou a falar sobre alguns rituais que ocorriam na sua vizinhança", explicou a delegada.
Foi a partir dos relatos da menina que a polícia chegou à casa do homem. Já existe um suspeito pelo estupro da menina, mas ele está foragido. Segundo a delegada, não haveria – num primeiro momento – relação entre os fatos, mesmo eles tendo acontecido no mesmo bairro, Montevidéu, localizado na saída para Cuiabá.


