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Maioria acredita que mulher dá motivo para ser estuprada

Maioria acredita que mulher dá motivo para ser estuprada

R7

28/03/2014 - 07h00
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Se as mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupro. Esse pensamento é predominante no Brasil, como mostram os 58,5% dos entrevistados que concordaram total ou parcialmente com essa frase, de acordo com a pesquisa sobre Tolerância Social à Violência Contra as Mulheres, divulgada nesta quinta-feira (27), pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

O levantamento indicou também que 65,1% concordam, total ou parcialmente, que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”.

Segundo a pesquisa, esse dado mostra que há uma ideia na sociedade de que os homens não conseguem controlar seus apetites sexuais e, dessa forma, as mulheres é que deveriam “saber se comportar e não o estuprador”. Além disso, para os brasileiros, a mulher “merece e deve ser estuprada para aprender a se comportar”, conclui o estudo.

Diante dessas conclusões, o levantamento indica que os brasileiros acreditam que “o acesso dos homens aos corpos das mulheres é livre se elas não impuserem barreiras como se comportar e se vestir adequadamente”. Entre os entrevistados, os jovens que moram no sul e no sudeste do País têm menor chance de concordar com essas afirmativas.

De acordo com o levantamento, “não há características populacionais que determinem intensamente uma postura mais tolerante à violência, mas os primeiros resultados apontam que morar em metrópoles, nas regiões mais ricas do país, Sul e Sudeste, ter escolaridade mais alta e ser mais jovem são atributos que reforçam a probabilidade de uma adesão a valores mais igualitários, de respeito à diversidade, e de uma postura mais intolerante em relação à violência contra as mulheres”.

Mulher para casar

O levantamento do Ipea confirmou a permanência de um velho ditado sexista: o de que existe uma mulher para casar, e uma outra só para o sexo. Mais da metade dos entrevistas (54,9%) concorda total ou parcialmente  que “tem mulher que é pra casar, tem mulher que é pra cama”.

A avaliação negativa sobre a vida sexual das mulheres não para por aí: mais de um quarto da população entrevistada (27,2%) avalia, total ou parcialmente, que “a mulher casada deve satisfazer o marido na cama, mesmo quando não tem vontade”.

O estudo enfatiza que “classificar as mulheres de acordo com seu comportamento sexual, avaliando-o sob a perspectiva masculina, e considerar que mulheres sexualmente livres não são boas companheiras são ideias que evidenciam de forma gritante o sexismo presente em nossa sociedade”.

A imagem de uma mulher com vida sexual restrita é corroborada por uma outra descoberta da pesquisa: a de que metade dos entrevistados (50,9%) concorda totalmente que toda mulher sonha em se casar. Da mesma forma, quase 60% dos respondentes disseram concordar total ou parcialmente que uma mulher só se sente realizada quando tem filhos.

No estudo, o Ipea conclui que essas impressões sobre os desejos das mulheres são compatíveis com a ideia de que elas somente podem encontrar a plenitude numa relação estável com um homem, ou, ainda, de que depende de um companheiro que a sustente. O pensamento também mostra uma imagem de mulher mais recatada e com menos desejos sexuais, não almejando, portanto, uma vida de solteira ou de muitos parceiros.

Entrevistados

O Ipea ouviu, entre maio e junho de 2013, 3.810 entrevistados de todas as regiões do País. Destes, 56,7% eram do  Sul e do Sudeste e 29,1%, residentes em áreas metropolitanas. Em relação à faixa etária, 28,5% eram jovens entre 16 e 29 anos; 52,4% tinham entre 30 e 59 anos e 19,1% eram idosos com 60 ou idade superior.

Dos que participaram do levantamento, 66,5% eram mulheres; 38,7%, brancos; 65,7%, católicos; 24,7%, evangélicos e 9,6%, pertencentes às demais religiões, ateus e sem religião.

No que diz respeito ao grau de escolaridade, 41,5% daqueles que fizeram parte da sondagem tinham menos do que o ensino fundamental; 22,3%, o ensino fundamental; 30,8%, ensino médio e 5,4%, ensino superior.

A renda domiciliar per capita média dos entrevistados era de R$ 531,26.

Educação e ensino

UFGD divulga gabarito preliminar do vestibular 2026; confira

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

17/12/2025 18h18

Divulgação/ UFGD

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulgou nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital.  

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

Confira a lista preliminar da 1ª opção de curso aqui!

Confira a lista preliminar da 2ª opção de curso aqui!

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Cidades

Tribunal de Justiça aprova projeto com 300 cargos para assessores de confiança

Aprovado na LOA para 2026, TJMS terá orçamento avaliado em mais de R$ 1,4 bilhão, o que equivale a um aumento de 7,3% em relação ao valor atual

17/12/2025 17h30

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul Foto: Divulgação / TJMS

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul aprovou, nesta quarta-feira (17), projeto que cria novos cargos em comissão de assessoria. De acordo com o órgão público, a medida busca enfrentar o aumento da demanda processual, reduzir atrasos e garantir melhores condições de trabalho às unidades judiciais, especialmente aquelas com maior acúmulo de processos.

Ao todo, o projeto prevê a criação de 300 cargos para assessores comissionados, sendo 50 vagas para assessor de desembargador e 250 para assessoria vinculados a juizes de primeiro grau, divididos em 150 para a entrância especial, 75 para a segunda entrância e 25 para a primeira entrância, além de cargos de assessoramento jurídico-administrativo. 

Durante a discussão na sessão administrativa do Órgão Especial, foi destacado que o Judiciário estadual enfrenta dificuldades decorrentes da vacância de cargos e da elevada carga de trabalho em determinadas varas. Como alternativa, a administração propôs a ampliação do número de assessores, priorizando juízos mais sobrecarregados, de forma gradual e conforme a disponibilidade orçamentária.

A iniciativa da presidência do TJMS, sob o comando do desembargador Dorival Renato Pavan, será submetida à apreciação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, após os trâmites necessários, poderá ser implementada conforme as possibilidades financeiras do Tribunal.

Aumento na gastança

Em meio ao cenário de corte de gastos por conta da queda na arrecadação de tributos, o Governo do Estado publicou, na terça-feira (16), no Diário Oficial, a Lei Orçamentária Anual (LOA), que prevê aumento de gastos nos Poderes.

Enquanto os orçamentos dos respectivos setores aumentaram em 7,9%, a estimativa de crescimento geral de receitas do Executivo, responsável pelos repasses a estes órgãos públicos, teve acréscimo de apenas 2,9%. 

O Tribunal de Justiça, que terá mais 300 salários de assessores para pagar caso seja implementado o projeto, simplesmente acrescentou R$ 100 milhões ao orçamento de 2026, passando dos atuais R$ 1.364.912.200,00 para R$ 1.464.780.100,00, o que equivale a um acréscimo de 7,3%.

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