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IBGE não sabe o motivo de jovens estudarem menos

IBGE não sabe o motivo de jovens estudarem menos

dm.com.br

22/09/2012 - 06h00
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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) realizada em 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela um aumento na proporção de jovens que não estudam e não trabalham no País. Em 2009, 85,2% da população de 15 a 17 anos frequentava a escola. Dois anos depois, o porcentual caiu para 83,7%, interrompendo uma tendência de crescimento da taxa de escolarização nessa faixa etária verificada desde 2005.

O número absoluto de estudantes de 15 a 17 anos manteve-se estável em 8,8 milhões de 2009 para 2011, apesar do aumento da população nesse grupo no período. A explicação para a queda da taxa de escolarização entre os jovens não é a ida para o mercado de trabalho formal, diz a gerente da pesquisa, Maria Lucia Vieira. Segundo a Pnad, os jovens de 15 a 17 anos representavam 3,1% da população ocupada no País em 2009, participação que caiu para 2,8% em 2011, uma variação negativa de 11,1%. Em termos absolutos, houve uma diminuição no período de 319 mil pessoas dessa faixa etária trabalhando.

'Não conseguimos investigar exatamente a causa, mas a princípio eles não trabalham e não estudam', acrescenta Maria Lucia. Para o economista Cláudio Moura Castro, a queda da taxa de escolarização entre os jovens reflete uma 'crise no ensino médio'. 'A matrícula está caindo porque o médio é muito ruim, é chato. As pessoas desanimam', diz ele. 'A explicação consensual é que se trata muito mais de uma expulsão do médio do que atração pelo mercado de trabalho', acrescenta Castro. Segundo ele, estatísticas de censos educacionais já indicavam 'estagnação e contração'. 'A queda não é dramática, mas a gente esperaria uma expansão contínua.'

Para Simon Schwartzman, ex-presidente do IBGE, o ensino médio é pouco estimulante e a perda de alunos é consistente. Ele lembra que o abandono é maior entre os homens. A atual presidente do IBGE, Wasmália Bivar, avalia que a população adolescente 'ainda precisa de incentivos, de políticas mais específicas, para que a permanência na escola ocorra de fato'. 'Trata-se de um desafio, de uma mudança quase cultural, para que o adolescente troque a renda de hoje por uma renda melhor no futuro através da educação', acrescenta Wasmália. Entre as crianças de 6 a 14 anos, a taxa de escolarização teve um aumento de 0,6 ponto porcentual, passando de 97,6% para 98,2% no mesmo período analisado.

Analfabetos

No entanto, a Pnad mostra que o País ainda tem 12,9 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais de idade. 'Não há campanha que mude os números de analfabetismo. Quem resolve é Deus. A queda é mecanicamente previsível. Não vai haver surpresa', diz Moura Castro. Do total de analfabetos, 8,2 milhões (63%) tinham 50 anos ou mais em 2011. Wasmália reconhece que o desafio é grande, por causa do estoque da população analfabeta envelhecida, mas considera a queda de 1,1 ponto porcentual da taxa de analfabetismo em relação a 2009 'expressiva frente a movimentos anteriores'.

O contingente de analfabetos está concentrado no Nordeste, especialmente na população idosa. Apesar das quedas sucessivas nos últimos anos, a região apresentou em 2011 uma taxa que atinge quase o dobro da média nacional (16,9%, ante 8,6%). Há 6,8 milhões de analfabetos no Nordeste, mais da metade (52,7%) do total do País.

A Pnad também mostra que, em 2009, a rede pública de ensino foi responsável pelo atendimento a 87,0% dos estudantes do nível fundamental, 86,4% do nível médio e 23,3% do nível superior. Em 2011, o porcentual foi o mesmo no ensino fundamental, oscilou para 87,2% no nível médio e subiu para 26,8% no ensino superior. Ou seja: apesar do aumento nos últimos dois anos, a rede privada atende a 73,2% dos estudantes universitários. Apenas 6,6 milhões cursavam o ensino superior no País em 2011. (Colaborou Fernando Dantas)

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) realizada em 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela um aumento na proporção de jovens que não estudam e não trabalham no País. Em 2009, 85,2% da população de 15 a 17 anos frequentava a escola. Dois anos depois, o porcentual caiu para 83,7%, interrompendo uma tendência de crescimento da taxa de escolarização nessa faixa etária verificada desde 2005.

O número absoluto de estudantes de 15 a 17 anos manteve-se estável em 8,8 milhões de 2009 para 2011, apesar do aumento da população nesse grupo no período. A explicação para a queda da taxa de escolarização entre os jovens não é a ida para o mercado de trabalho formal, diz a gerente da pesquisa, Maria Lucia Vieira. Segundo a Pnad, os jovens de 15 a 17 anos representavam 3,1% da população ocupada no País em 2009, participação que caiu para 2,8% em 2011, uma variação negativa de 11,1%. Em termos absolutos, houve uma diminuição no período de 319 mil pessoas dessa faixa etária trabalhando.

'Não conseguimos investigar exatamente a causa, mas a princípio eles não trabalham e não estudam', acrescenta Maria Lucia. Para o economista Cláudio Moura Castro, a queda da taxa de escolarização entre os jovens reflete uma 'crise no ensino médio'. 'A matrícula está caindo porque o médio é muito ruim, é chato. As pessoas desanimam', diz ele. 'A explicação consensual é que se trata muito mais de uma expulsão do médio do que atração pelo mercado de trabalho', acrescenta Castro. Segundo ele, estatísticas de censos educacionais já indicavam 'estagnação e contração'. 'A queda não é dramática, mas a gente esperaria uma expansão contínua.'

Para Simon Schwartzman, ex-presidente do IBGE, o ensino médio é pouco estimulante e a perda de alunos é consistente. Ele lembra que o abandono é maior entre os homens. A atual presidente do IBGE, Wasmália Bivar, avalia que a população adolescente 'ainda precisa de incentivos, de políticas mais específicas, para que a permanência na escola ocorra de fato'. 'Trata-se de um desafio, de uma mudança quase cultural, para que o adolescente troque a renda de hoje por uma renda melhor no futuro através da educação', acrescenta Wasmália. Entre as crianças de 6 a 14 anos, a taxa de escolarização teve um aumento de 0,6 ponto porcentual, passando de 97,6% para 98,2% no mesmo período analisado.

Analfabetos

No entanto, a Pnad mostra que o País ainda tem 12,9 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais de idade. 'Não há campanha que mude os números de analfabetismo. Quem resolve é Deus. A queda é mecanicamente previsível. Não vai haver surpresa', diz Moura Castro. Do total de analfabetos, 8,2 milhões (63%) tinham 50 anos ou mais em 2011. Wasmália reconhece que o desafio é grande, por causa do estoque da população analfabeta envelhecida, mas considera a queda de 1,1 ponto porcentual da taxa de analfabetismo em relação a 2009 'expressiva frente a movimentos anteriores'.

O contingente de analfabetos está concentrado no Nordeste, especialmente na população idosa. Apesar das quedas sucessivas nos últimos anos, a região apresentou em 2011 uma taxa que atinge quase o dobro da média nacional (16,9%, ante 8,6%). Há 6,8 milhões de analfabetos no Nordeste, mais da metade (52,7%) do total do País.

A Pnad também mostra que, em 2009, a rede pública de ensino foi responsável pelo atendimento a 87,0% dos estudantes do nível fundamental, 86,4% do nível médio e 23,3% do nível superior. Em 2011, o porcentual foi o mesmo no ensino fundamental, oscilou para 87,2% no nível médio e subiu para 26,8% no ensino superior. Ou seja: apesar do aumento nos últimos dois anos, a rede privada atende a 73,2% dos estudantes universitários. Apenas 6,6 milhões cursavam o ensino superior no País em 2011. (Colaborou Fernando Dantas)

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STJ mantém empresas como rés por fraudes em licitações na Secretaria da Saúde

As investigações identificaram manipulação na fase de cotação de preços, exigências restritivas que inviabilizaram a concorrência e propostas previamente combinadas

12/12/2025 17h30

O recurso especial foi interposto pelo MPMS, para recorrer de uma decisão do TJMS

O recurso especial foi interposto pelo MPMS, para recorrer de uma decisão do TJMS Divulgação/ MPMS

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio da 5ª Procuradoria de Justiça de Interesses Difusos e Coletivos, interpôs um recurso especial que foi provido pelo Superior Tribunal de Justiça, para determinar a manutenção de três empresas como rés em  ação civil por ato de improbidade administrativa, a qual apura fraudes em licitações e dano aos cofres públicos no valor de R$ 261,7 mil.

Em 2021, o promotor Adriano Lobo Viana de Resende, da 29ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, moveu a ação contra Marcos Espíndola de Freitas, servidor da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e as empresas de Jaemes Marcussi Junior, da MW Teleinformática Ltda, Adriano Martins e Rodrigo Naglis Ferzeli.  

Eles são investigados por supostas fraudes no Pregão Presencial nº 008/2015. As investigações identificaram manipulação na fase de cotação de preços, exigências restritivas que inviabilizaram a concorrência e propostas previamente combinadas.

Em decisão interlocutória de 1° grau, o juízo excluiu as empresas do polo passivo da ação por entender que a pessoa jurídica não poderia ser sancionada pela Lei de Improbidade Administrativa ( Lei nº 14.230/2021), quando os mesmos fatos fossem sancionáveis pela Lei Anticorrupção. O MPMS recorreu da decisão, que foi mantida pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).

Diante disso, o MPMS interpôs o recurso especial ao STJ, por intermédio da 5ª Procuradoria de Justiça de Interesses Difusos e Coletivos, sob a titularidade da Procuradora de Justiça Sara Francisco Silva, sustentando que a nova redação da Lei de Improbidade Administrativa não veda a inclusão da pessoa jurídica no polo passivo, mas apenas impede a aplicação de sanções idênticas com fundamento simultâneo na Lei de Improbidade e na Lei Anticorrupção, cujos regimes sancionatórios autônomos.

Ao apreciar o caso, o ministro Francisco Falcão deu provimento ao recurso do MPMS e reafirmou que empresas podem responder simultaneamente por improbidade e por infrações da Lei Anticorrupção, desde que observada a vedação ao bis in idem, ou seja, proíbe que as envolvidas sejam processadas ou punidas mais de uma vez pelo mesmo fato.

Assim, determinou que as três empresas envolvidas na suposta fraude licitatória permaneçam na ação. O STJ determinou, ainda, o retorno do processo à 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande para o prosseguimento da instrução.

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cnh do brasil

Dois dias após mudanças, 4,2 mil já iniciaram processo para tirar CNH em MS

Programa lançado na última terça-feira trouxe alterações que simplificam etapas para obter a CNH e tem tido alta procura

12/12/2025 17h25

Programa CNH do Brasil simplifica etapas para tirar CNH

Programa CNH do Brasil simplifica etapas para tirar CNH Detran / Divulgação

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Na última terça-feira (9) foi lançado o Programa CNH do Brasil, que simplifica etapas para obter a carteira nacional de habilitação (CNH). Em dois dias, 4.221 sul-mato-grossenses já iniciaram o processo através do aplicativo, conforme balanço divulgado pelo Ministério dos Transportes.

Segundo a Pasta, todos os estados e o Distrito Federal registraram acessos à plataforma. São Paulo lidera o ranking, seguido por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Em todo o Brasil, mais de 270 mil pessoas já começaram o curso teórico gratuito.

Para o ministro Renan Filho, o volume de acessos e de pessoas fazendo o curso teórico é a prova de que o modelo anterior para retirada da CNH era excludente e inatingível para a maioria dos brasileiros.

“O programa vem atender às necessidades daqueles que mais precisam. Ter a carteira de habilitação é cidadania, autonomia e também a chance de ter melhores condições de vida”, afirma.

Conforme reportagem do Correio do Estado, as mudanças para obtenção da CNH serão feitas com paciência e respeitando os limites operacionais do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS), conforme disse o diretor-presidente do órgão, Rudel Trindade.

“A posição foi a de irmos implementando dentro das nossas capacidades, com paciência para suportar pressões externas, mas tendo a atenção e o dever de cumprir a legislação”, afirmou Rudel Trindade, por meio de sua assessoria, após se reunir com o ministro dos Transportes, Renan Filho, e com o secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão.

Com as mudanças, além de abrir o requerimento pelo celular, o candidato pode realizar o curso teórico gratuito oferecido pelo Ministério dos Transportes.

As aulas estão disponíveis em múltiplos formatos: textos, podcasts e vídeos, incluindo ainda simulados, banco de questões e materiais complementares, que permitem a capacitação até o dia da realização da prova teórica do Detran.

Todas as etapas até os exames presenciais podem ser acompanhadas pelo aplicativo.

Programa CNH do Brasil simplifica etapas para tirar CNH

Alterações

O programa CNH do Brasil busca democratizar o acesso à CNH, pois simplifica etapas, amplia as formas de preparação e pode reduzir em até 80% o custo total para obter o documento que, em alguns estados, chega a R$ 5 mil.

Uma das novas determinações é a retirada da obrigatoriedade da autoescola.

A iniciativa inclui ainda novas regras, como:

  • estímulo ao bom condutor, com a renovação automática para quem não tiver infrações registradas na carteira;
  • autoriza o uso da CNH sem a necessidade da versão impressa;
  • barateia em 40% os exames médico e psicotécnico.

Apesar disso, o presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Estado (SindCFCMS), Henrique José Fernandes, afirma que o serviço não ficará tão barato quanto se pensa, pois, segundo ele, o novo sistema vai beneficiar somente aqueles que já possuem o documento, e não os que desejam tirar a CNH pela primeira vez.

“Hoje com 20 aulas temos que baixar o valor da aula para não ficar mais caro ainda. Com duas aulas vamos para o valor normal da aula e quem não sabe dirigir vai fazer mais aulas no preço cheio. Para quem já dirige vai diminuir o custo, mas para quem não sabe dirigir pode ficar mais caro”, disse o chefe sindical.

A União editou uma medida provisória (MP) que beneficia motoristas que não cometem infrações, tirando a necessidade de pagar taxas de renovação do documento. Portanto, a renovação agora será feita automaticamente e sem custos. 

Em Mato Grosso do Sul, a retirada da obrigatoriedade para pagamento das taxas de renovação significa uma economia de quase R$ 380 para o condutor sem atividade remunerada e de cerca de R$ 576 para os que a exercem. Esses valores eram pagos ao Detran-MS.

Além disso, as aulas teóricas serão gratuitas e disponibilizadas pelo Ministério dos Transportes. Sobre as aulas da prova prática, elas agora serão 2 horas-aula – antes eram 20 horas-aula –, além do candidato ter o poder de escolher entre autoescolas tradicionais, instrutores autônomos credenciados ou preparações personalizadas.

Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), 20 milhões de brasileiros dirigem sem CNH e outros 30 milhões têm idade para obter o documento, mas não iniciam o processo, principalmente por causa do custo e da burocracia.

Em Mato Grosso do Sul, de acordo com o portal de estatísticas do Detran-MS, de 2021 até agora, foram identificados 68.328 motoristas dirigindo sem CNH.

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