A cidade recebeu três mil dispositivos e servidores da saúde de várias USFs receberam treinamento para realizar o procedimento
O dispositivo subdérmico conhecido como Implanon já está disponível no Sistema Único de Saúde para mulheres entre 18 e 49 anos moradoras de Campo Grande.
A disponibilidade do método já havia sido anunciada em julho pelo Ministério da Saúde e passa a ser distribuída nas Unidades de Saúde da Capital.
Foram entregues três mil unidades do dispositivo em de acordo com a Prefeitura, a procura tem sido intensa.
Médicos e enfermeiros receberam capacitação na última quinta-feira (11) na Unidade de Saúde da Família (USF) Noroeste, com o objetivo de ampliar a quantidade de profissionais capacitados para realizar o procedimento, ampliando a oferta e garantindo que o método chegue a todas as regiões da cidade.
Durante o treinamento, 80 mulheres e adolescentes já receberam o implante.
“A intenção é que todas as unidades tenham profissionais habilitados, sejam eles médicos ou enfermeiros, para realizar a consulta de saúde da mulher e o procedimento de inserção”, destacou a responsável técnica pela área da Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Alecsandra Fernandes.
Ela reforça que outros métodos contraceptivos também estão disponíveis nas redes públicas de saúde e que a escolha do melhor método deve ser feita de forma individualizada, sempre após passar por consulta médica.
“É importante reforçar que, não é porque o implante chegou que só ele que tem de possibilidade na rede. A inserção dele é questão de elegibilidade e o critério dentro da consulta, a paciente será avaliada pelo profissional e vai ver qual o melhor método para ela, diante dessa avaliação clínica”, complementa.
Além do Implanon, o SUS oferece diversos métodos de proteção à mulher, como preservativos, pílulas anticoncepcionais, injeções mensais e trimestrais, dispositivo intrauterino (DIU) de cobre, laqueadura, diafragma e a pílula do dia seguinte.
Por ter durabilidade de três anos e taxa de eficácia maior que 99%, o Implanon serve de alternativa para quem busca um método seguro e de ação prolongada.
A chegada do método deve beneficiar especialmente mulheres que antes não tinham acesso ao dispositivo no setor privado.
“As mulheres das periferias, principalmente, não têm condições de acessar esse método. Agora elas vão ter uma oportunidade extraordinária de prevenir gestações indesejadas”, descreve a enfermeira Juscilene Maciel, da USF São Conrado.
Ela ainda ressalta que a praticidade do método é um dos principais atrativos, especialmente para adolescentes que, por durar bastante tempo, diferente das pílulas e injeções, não depende de lembrar de datas, trazendo mais segurança.
As mulheres interessadas podem procurar uma unidade de saúde de referência e agendar uma consulta de planejamento sexual e reprodutivo, onde serão avaliadas e orientadas sobre o método mais indicado para cada caso.
Implanon
O Implanon é um método contraceptivo de longa duração que consiste em um pequeno dispositivo inserido sob a pele do braço onde permanece por três anos, liberando de forma lenta o hormônio etonogestrel, que impede a ovulação e evita a gravidez.
Além disso, devido ao mecanismo de ação da progesterona, ele pode ajudar a regular o ciclo menstrual, reduzir a cólica e os sintomas da endometriose, assim como diminuir o risco de desenvolvimento de câncer de endométrio e de ovário.
Porém, ele não protege contra doenças sexualmente transmissíveis, não substituindo o uso de preservativos durante a relação sexual.
Ele é indicado para as mulheres que têm dificuldade para lembrar de tomar a pílula todos os dias ou passam mal com os anticoncepcionais. Também é indicado para o tratamento de endometriose, de anemia secundária, sangramento uterino anormal e de redução do fluxo menstrual e cólicas.
Não é indicado para mulheres que estão com trombose ativa, doença hepática grave, câncer de mama ou outros tumores hormônio-dependentes.