“Eu me sinto emocionalmente dependente de orquídeas e de livros”. Com esta frase, a engenheira florestal, bióloga e chefe do Orquidário Nacional do Ibama em Brasília, Lou Menezes, se definiu. Ela é uma das convidadas especiais da 6ª Exposição Nacional de Orquídeas, da 3ª Exposição Nacional de Catlleya Nobilior e da 3ª Exposição Estadual de Orquídeas, que acontecerão de amanhã até domingo no Armazém Cultural, em Campo Grande.
Responsável pelo projeto Orquídeas do Brasil, do Ibama, ela é considerada uma das principais autoridades no assunto e ficará na região por 4 dias para intensificar pesquisas sobre a Cattleya nobilior, que será tema de seu nono livro. “Este projeto visa pesquisar a flora das orquídeas do Brasil e sobre isso já lancei 8 livros”, conta Lou, que há 30 anos se encantou por este universo.
“Desde a adolescência eu cultivo orquídeas, e no Ibama canalizei a paixão pela pesquisa e transformei este estudo em livros para que as futuras gerações possam aprender a preservar estas espécies”. No evento, ela autografará sua obra.
Segundo Lou Menezes, a preservação não só das orquídeas, como da natureza, passa primeiramente pela educação ambiental. “Não adianta falar em conscientização se não houver educação ambiental; no caso das orquídeas, é preciso ensinar que não se deve retirá-las do mato, de seu hábitat; não se deve comprar mudas de mateiros. O correto é adquirir espécies reproduzidas em laboratório”.
Capital
Em Campo Grande, como em todo mundo, os criadores de orquídeas mostram-se, ao mesmo tempo, cuidadosos com os fatores essenciais para o desenvolvimento da planta e apaixonados pela beleza da flor, suas diferentes formas e tonalidades. Mais que um entretenimento de fim de semana, para orquidófilos (aqueles que cultivam) e orquidólogos (aqueles que pesquisam e escrevem tratados) relacionar-se com a planta é um modo de vida.
“Colecionar e cuidar de minhas orquídeas funciona como um tratamento de saúde, é uma terapia”, explica o comerciante Augusto Bacha, de 81 anos, que contabiliza no mínimo 40 anos de dedicação a elas. Diariamente, pela manhã, antes do almoço e do jantar ele se isola no orquidário montado no terreno ao lado da casa para cuidar de suas quase 2 mil orquídeas – muitas, raras. “Elas precisam de muitos cuidados, como rega, adubação, controle de pragas, e isso tudo eu faço”.
Na exposição ele vai expor cerca de 30 orquídeas, entre elas a mais cheirosa (Dendrobium superbum) e uma rara, a Ionopsis utricolarioidis alba.
Iniciantes nesta arte, o casal Regiane (dentista) e Klauss Machareth (veterinário) encantou-se há poucos anos por estas flores e, via internet, obtiveram informações. “Não sabíamos nada, mas tínhamos verdadeira paixão por estas flores. Nos informamos, frequentamos exposições e reuniões na Associação Campo-grandense de Orquidofilia e Ambientalismo. Montamos um pequeno orquidário em casa, onde temos de 40 a 50 plantas, todas jovens.”
Exposições
Segundo o presidente da Associação Campograndense de Orquidofilia e Ambientalismo (Acoa), o evento oferecerá palestras, cursos e oficinas. “São vários eventos conjuntos e tudo gratuito, qualquer pessoa pode participar”, explica Wenceslau Carlos de Oliveira.
No Armazém Cultural, o público encontrará colecionadores com seus exemplares, muitos vindos de outros estados – mas qualquer pessoa pode expor suas orquídeas. “Não precisa ser associado da Acoa. Abrimos espaço para todo mundo para apreciação; quem tiver plantas exóticas, diferentes, é só levar”. Haverá horário específico para receber as plantas: hoje, das 8h às 18h e no dia 19, das 8h às 13h.
Cursos
Para quem deseja participar de cursos, é só comparecer meia hora antes do início e se inscrever. Hoje o curso será “Orquídeas: características, ocorrências e classificação”, às 13h. “Cultivo, nutrição e adubação de orquídeas”, dia 20 de agosto, às 15h. Manejo básico e desenvolvimento de orquídeas”, dia 20 de agosto, às 9h. ”Preparação de plantas para exposição e para transporte”, hoje, às 16h.
Informações com Wenceslau, pelos telefones 3383-9973 e 9270-3259. (CM)


