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Droga que trata mal de Chagas pode faltar no Brasil e no mundo

Droga que trata mal de Chagas pode faltar no Brasil e no mundo

FOLHA.COM

05/10/2011 - 21h00
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A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras lançou nesta quarta-feira alerta sobre problemas agudos na produção do principal remédio para o mal de Chagas.

Segundo a organização, falhas crônicas do Ministério da Saúde podem deixar milhares de pessoas no mundo sem tratamento nos próximos meses.

O problema, argumenta a ONG, decorre de anos de demora para tornar mais ágil a produção nacional do remédio e do princípio ativo, enquanto a demanda mundial aumentou significativamente.

"O Ministério da Saúde falhou em coordenar e acompanhar de forma séria a saída do remédio" disse à Folha Carolina Batista, coordenadora da unidade médica do Médicos Sem Fronteiras-Brasil.

A produção nacional do remédio genérico com o princípio ativo benzonidazol está interrompida no Lafepe (Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco), único fabricante no mundo atualmente, por falta do princípio ativo do medicamento.

Desde 2007, o Lafepe, que é público, produz o fármaco a partir dos últimos lotes do princípio ativo doados junto com 360 mil comprimidos pelo laboratório suíço Roche, que deteve os direitos de produção de 1980 a 2003, mas encerrou a produção.

Já era sabido desde 2003 que, se o Brasil não produzisse o benzonidazol, o país e o mundo ficariam sem o tratamento, mesmo com a demanda menor da época.

Carta

Apenas neste ano, após duas cartas enviadas ao Ministério da Saúde por parte do Médicos Sem Fronterias e do Lafepe, é que foi definido que o princípio ativo benzonidazol será produzido pela Nortec Química, empresa que usa componentes do petróleo para fazer matéria-prima de remédios.

Chamada para resolver o problema do desabastecimentos mundial iminente, a Nortec afirma ter tido uma série de problemas.

A empresa alega que, além das instruções vindas da Roche estarem todas em alemão, é preciso fazer uma grande adaptação nas instalações de produção, por conta da ação corrosiva de certas substâncias, e no tratamento dos efluentes que sobram da produção, como o óxido nítrico e o cobre, altamente poluentes, para começar a produzir.

"Não foi por acaso que a Roche parou de produzir, o processo de produção é muito corrosivo e poluente", diz Alberto Ramy Mansur, presidente do Conselho de Administração da Nortec.

Segundo Nicolau Pires Lages, vice-presidente do Conselho de Administração da Nortec, a adequação da planta já está em fase final, e os primeiros intermediários da reação de produção estão sendo produzidos. "O prazo de 150 dias dado por nós em maio para a produção ainda não venceu, e nos comprometemos a iniciar a entrega do benzonidazol ao Lafepe agora em novembro".

Juliana Megid Cossa, diretora técnica da Nortec, afirmou que a Anvisa já concedeu o necessário para sintetizar o insumo. "Nós já temos um certificado de boas Práticas de fabricação fornecido pela Anvisa, e a documentação do processo de fabricação já está redigida".

Para o presitente da Nortec, Marcus Soalheiro da Cruz, eles "não estão fazendo isso pelo retorno financeiro, o qual não cobrirá nem os custos das adequações e produção, mas sim para contribuir com o ministério e com a Organização Mundial da Saúde".

Segundo Djalma Dantes, gerente comercial do Lafepe, eles têm 173,8 mil comprimidos em estoque, o que equivale a 869 adultos tratados, sendo que 100 mil já estão comprometidos para o Ministério da Saúde, suficientes para tratar 500 pessoas.

"O Brasil está abastecido", diz. Ele afirmou que a produção do remédio a partir do princípio ativo é rápida. O primeiro lote de 400 mil comprimidos sairia em apenas 20 dias e os seguintes em menos tempo. Os 320 kg pedidos para a Nortec gerariam 3,2 milhões de comprimidos ainda neste ano.

Já foi feito um segundo pedido de 600 kg como um reforço de estoque que garantirá a distribuição até 2013. Ele disse também que, neste mês de dezembro, deve ser lançada a primeira dose pediátrica do medicamento para tratar crianças sem a necessidade de dividir cada comprimido adulto em oito partes.

Em nota oficial, o Ministério da Saúde declarou que não há atrasos e nem interrupções no cronograma de produção e distribuição do benzonidazol. Disse também que o Lafepe mantém estoque estratégico de 2.738 caixas, suficientes para tratar 1.369 adultos.

Segundo o órgão, está prevista a entrega de 300 kg do medicamento ainda neste mês --quantidade capaz de atender a demanda até janeiro, além de reforçar o estoque estratégico.
 

Fórum Criminal

Adriane doa terreno de R$ 13,4 milhões ao Tribunal de Justiça

Imóvel, de 5,5 mil metros quadrados, está localizado na esquina da rua Barão do Rio Branco com a Bahia, onde funciona o Batalhão de Trânsito

17/12/2025 19h00

Polícia de Trânsito será

Polícia de Trânsito será "despejada" do endereço onde funciona há cerca de duas décadas para dar lugar ao Fórum Criminal Gerson Oliveira

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A prefeitura de Campo Grande oficializou nesta quarta-feira (17) a doação de um terreno de 5,59 mil metros quadrados, avaliado em R$ 13.489.788,28, para o Governo do Estado. No local, esquina das ruas Barão do Rio Branco com a Bahia, será construído o Fórum Criminal. 

No terreno que ainda pertencia à prefeitura funciona, há cerca de duas décadas, o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, que terá de ser transferido para novo endereço assim que as obras começarem, possivelmente no próximo ano. O novo local ainda não foi definido.

O terreno, onde até o final do século passado estava instalado o Dersul (Agesul), tem 12,22 mil metros quadrados. E como somente parte foi doada, os orgãos da saúde municipal e estadual continuarão no mesmo endereço. 

A aprovação da doação terreno ocorreu no último dia 10, em meio à resistência de parte dos vereadores, já que entendiam que a prefeitura, em crise financeira, deveria vender o imóvel. Porém, a proposta da prefeita Adriane Lopes acabou obtendo o número de votos necessário para a doação.  

Conforme a previsão do Tribunal de Justiça, para o novo prédio serão transferidas as seis varas criminais e as duas do tribunal do júri. Entre as propostas está a construção de auditórios maiores para acomodar a platéia durante estes julgamentos. 

Até a conclusão da obra serão necessários em torno de R$ 100 milhões. Porém, no orçamento do próximo ano o Tribunal de Justiça destinou apenas R$ 1.635.000,00, valor que deve ser suficiente apenas para bancar os trabalhos iniciais de elaboração do projeto executivo do novo prédio, a não ser que o Executivo banque os custos da construção. 

A prioridade do TJ,  por enquanto, é a construção do anexo e refeitório do prédio do gabinete dos desembargadores. Para este projeto estão sendo destinados R$ 8,9 milhões na proposta orçamentária do próximo ano do TJMS.

Um dos argumentos utilizados pelo presidente do Tribunal,  Dorival Renato Pavan, é de que o prédio atual do fórum de Campo Grande, inaugurado no final de 2022, ficou pequeno para abrigar juízes, servidores, advogados e usuários dos serviços do Judiciário. 

Além disso, argumenta o magistrado, é necessário separar as varas cíveis das criminais para garantir maior seguranças às milhares de pessoas que diariamente entram e saem do prédio. 

Para aliviar esta suposta superlotação, já está sendo construído  o Fórum da Mulher, da Criança e do Idoso, ao lado da Casa da Mulher Brasileira, nas imediações do aeroporto internacional de Campo Grande. O investimento inicial é de R$ 10 milhões.

A construção do fórum atual se arrastou ao longo de nove anos, com alguns períodos de interrupção total  dos trabalhos. Ele tem 21,7 mil metros quadrados de área construída substituiu o fórum que antes funcionava na Fernando Corrêa da Costa. 

Conforme a previsão, o novo prédio terá menos da metade do tamano, da ordem de 11 mil metros quadrados. Porém, também não sairá do papel de um dia para o outro. A previsão é de que a obra se arraste por até cinco anos, se houver disponibilidade de recursos. 
 

Cidades

Em meio a greve, vereador sugere regulamentação de vans como transporte coletivo

Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a proposta que prevê as vans como uma alternativa para a população

17/12/2025 18h55

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

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Diante do paralisação dos ônibus que Campo Grande vive nos últimos dias, o Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul determinou a intervenção da Prefeitura Municipal na gestão do Consórcio Guaicurus. Com esse cenário, o vereador Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a regulamentação do uso de vans como alternativa de transporte. 

"Campo Grande não pode parar. Uma capital desse porte não pode ficar sem transporte coletivo nem por um único dia. O transporte de vans é uma alternativa que é sugerida com recorrência. E, agora, diante da emergência da greve, uma solução provisória para milhares de passageiros que dependem do ônibus, mas que não contam com o serviço neste momento", destacou o parlamentar.

Para o vereador, a medida judicial confirma que a crise no sistema não é pontual, mas resultado de falhas graves e recorrentes. 

"O que foi decidido mostra que o problema é estrutural e exige providências imediatas. A população não pode continuar sendo penalizada. Quando não é pelo alto preço da passagem ou pela má qualidade dos ônibus, o Consórcio provoca situações como uma greve. Além disso, de maneira recorrente, acusa a Prefeitura pelo não pagamento de repasses, mesmo quando a Prefeitura promove a isenção de impostos ou efetua o repasse. Sem falar no descaso com os próprios trabalhadores do Consórcio que alegam estar sem pagamento", afirmou.

Decisão da Justiça

A decisão determina que, em até 30 dias, o Município instaure um processo administrativo de intervenção no contrato com o Consórcio, além de nomear um interventor e apresentar um plano de ação com cronograma para a regularização da situação do Transporte Urbano, sob pena de multa diária de R$ 300 mil. 

A Tutela de Urgência foi deferida pelo juiz Eduardo Lacerda Trevisan, na ação ajuizada pelo advogado e ex-candidato a prefeito Luso Queiroz (PT) em desfavor da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Agência Municipal de Transportes e Trânsito (Agetran), Consórcio Guaicurus SA e Município de Campo Grande. 

Outra alternativa

O vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) reforçou que, para melhorar o serviço, é necessário pensar em novos modelos de transporte público, além de novas formas de gestão que possam garantir um sistema mais ágil e eficiente.

Para ele, a implementação do VLT (veículo leve sobre trilho) poderia aliviar o trânsito, diminuir a poluição e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. 

Além disso, Ronilço sugeriu que o município busque novos recursos e parcerias para financiar melhorias no transporte coletivo, como a captação de investimentos por meio de instituições financeiras internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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