Economia

Eike Batista

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Dois anos mais velho e US$ 25 bi mais pobre

Dois anos mais velho e US$ 25 bi mais pobre

Infomoney

21/04/2013 - 13h55
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No dia 20 de abril de 2011, Eike Batista foi entrevistado pela revista IstoÉ Dinheiro, dois dias após quedas de 17% nas ações da OGX Petróleo (OGXP3), que oscilavam entre os R$ 17,00 e os R$ 20,00. O patrimônio do megaempresário declarado de US$ 32 bilhões durante a entrevista - hoje, é de US$ 7 bilhões, segundo estimativas do portal InfoMoney.

A trajetória do megaempresário não foi fácil de lá para cá, principalmente por conta de sua principal empresa, a OGX. Eike, porém, havia esbanjado confiança na entrevista - como é de sua personalidade -: prometeu que "riria do mercado" eventualmente. Dois anos depois, porém, a virada prometida ainda não veio. Pelo contrário, o mercado apertou o cerco e as ações aceleraram as perdas. Do dia 19 de abril de 2011 para 2013, a própria OGX teve queda de 92,44%.

Eike, na época, não enfrentava nenhum dos problemas que enfrenta atualmente. Em uma das respostas ao entrevistador, o megaempresário afirmou que a "mão natureza gostava da OGX", já que os reservatórios eram fortes, com jazidas fora de águas ultraprofundas e em condições geológicas que, naquela época, pareciam o ideal. Atualmente, a grande questão que gira em torno da petrolífera é o fato de que os reservatórios não tem pressão o suficiente para extrair mais do que 11 mil barris por dia.  

Eike tinha pena de quem vendeu as ações... dois anos atrás

Naquela época, o megaempresário lançou uma aposta com o mercado: ele iria ganhar muito dinheiro com isso. Por enquanto, a OGX só deu prejuízo, foi R$ 1 bilhão em 2012 e os analistas de mercado acreditam que esse número deverá piorar. Com a produção menor que a esperada, o caixa da OGX passou a ser posto seriamente em dúvidas pelo mercado - e o Citi chegou a estimar que os papéis da petrolífera valem apenas R$ 0,34.

Nada disso era esperado por Eike em 2011. Muito menos pelo mercado. O choque veio no dia 26 de junho de 2012, quando a empresa anunciou uma produção de cerca de 5 mil barris de petróleo por poço, levando as ações da companhia a recuar 25,33% no dia seguinte, fechando aos R$ 6,25. Desde então, os papéis recuaram mais 78,24%.

O megaempresário foi categórico durante a entrevista: afirmou que os analistas erraram em abril de 2011, ao recomendar a venda das ações e disse ter pena dos pequenos investidores que venderam as ações com base nas recomendações. Mesmo quem comprou visando o longuíssimo prazo poderia ter se beneficiado dessas operações: o detentor de 1.000 ações na época, aos R$ 18, poderia comprar cerca de 13.235 papéis com a cotação do fechamento de sexta-feira (19).

Na entrevista, Eike estava certo sobre duas coisas, sem querer

Na entrevista concedida à IstoÉ dinheiro, Eike estava certo sobre duas coisas, sem querer. A primeira era o erro dos analistas. "Os erros foram maciços e prestaram um desserviço aos pequenos investidores", disse. Muitas casas de recomendação diriam que as ações da OGX alcançariam patamares espetaculares, mas o resultado foi ruim. Seguindo essas recomendações, os pequenos investidores tiveram um prejuízo.

No segundo ponto, foi em relação à produção: ele cita que, originalmente, a companhia produziria de cinco a dez mil barris por dia. Foi o que se confirmou - embora a instalação do terceiro poço tenha reduzido a produção para cerca de 3,9 mil barris diários, seguindo dados de março. Isso contradiz com as estimativas de 40 mil barris por dia por poço que ele cita na entrevista.

Eike otimista, com razão?
Esse otimismo que Eike esbanjava condiz com uma coisa que ele criticava em outras empresas - uma excessiva tentativa de contar apenas notícias boas para impulsionar as ações. "Nós, aqui, fazemos o oposto disso. Somos conservadores e tentamos, o tempo todo, surpreender o acionista com notícias melhores do que ele esperava. Esse é o nosso credo, aqui", afirmou sobre a OGX, dois anos atrás.

Uma coisa nunca mudou: seu otimismo. E possivelmente, com razão. Eike afirmou que a OGX era a companhia de petróleo mais bem-sucedida no mundo, certamente. O início de produção da companhia foi bastante rápido, mas não sem problemas. Pode demorar anos, mas o projeto da petrolífera pode, enfim, dar certo - tem os parceiros certos.

E o que o Eike vai fazer quando poder rir dos analistas de mercado? "Vou conversar com os dirigentes dos bancos cujos analistas recomendaram a venda das nossas ações. Vou perguntar 'como um profissional supostamente competente divulga informações erradas?' Os executivos vão culpar os analistas, mas eles contrataram esses analistas", disse o analista. 

HABITAÇÃO

Contratação de crédito imobiliário registra queda 33,9% no primeiro bimestre em MS

Em janeiro e fevereiro foram negociadas 591 unidades habitacionais no Estado, ante os 894 imóveis financiados no ano passado

19/04/2024 08h30

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O volume de imóveis financiados em Mato Grosso do Sul apresentou queda de 33,89% nos primeiros dois meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), no 1º bimestre foram negociadas 591 unidades por meio de financiamentos, o que resultou em R$ 222,642 milhões disponibilizados para negociações com recursos da poupança. 

Já em janeiro e fevereiro do ano passado foram negociadas 894 unidades por meio de crédito imobiliário utilizando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), e o valor das operações quase chegou a R$ 290 milhões (R$ 289.449.681,00). Quando analisados os valores, a diferença resulta em redução porcentual de 23,08%.

Em janeiro do ano passado foram disponibilizados R$ 161,620 milhões - para 487 unidades negociadas, contra R$ 113,143 milhões e 283 imóveis do primeiro mês de 2024, ou seja, R$ 48,477 milhões a menos liberados para a compra de imóveis.

Segundo análise de especialistas, a redução do volume aplicado na poupança teve influência direta no cenário de Mato Grosso do Sul.

Em fevereiro de 2023 os recursos chegaram a R$ 127,829 milhões (407 unidades), ante as 308 unidades deste ano, e R$ 109,498 milhões, redução de R$ 18,331 milhões.

Dentre os principais motivos para a queda dos financiamentos no Estado, o principal é o juro alto praticado pelos bancos nas operações imobiliárias. As taxas ainda estão muito parecidas com a da Selic, fazendo que o valor contratado do financiamento quase dobre ao final do período.

Nas simulações feitas pelo Correio do Estado, por exemplo, as taxas de juros em financiamentos imobiliários no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que utiliza os recursos do sistema brasileiro de poupança, variaram entre 9,5% e 12,5% ao ano, a depender do relacionamento que o cliente tem com o banco.

O economista Renato Gomes explica que o panorama está também relacionado aos resgates e os saques que têm acontecido nas aplicações da poupança.

“Os brasileiros estão tirando dinheiro da poupança pela baixa atratividade, uma vez que essas pessoas estão interpretando, que não está compensando manter o dinheiro na poupança”, pontua.

Gomes destaca ainda que os valores acumulados na poupança são destinados para aquisições imobiliárias por meio do SBPE, uma modalidade de crédito que depende dos recursos da poupança. 

“Esse recurso fica escasso e, portanto, ocorre uma queda na quantidade, no volume de financiamento advindo desta linha de crédito, que é o financiamento imobiliário pela poupança”, detalha o economista.

HISTÓRICO

Nos seis anos anteriores, houve uma instabilidade no volume de negócios fechados através dos financiamentos com recursos da poupança.

De acordo com o relatório da Abecip, entre 2018 e 2021 os números de unidades e valores negociados ficaram em ascensão. Já nos dois últimos anos houve declínio nos financiamentos.

 

Em 2018 foram 3.544 imóveis financiados em Mato Grosso do Sul. O número subiu para 4.038 em 2019, para 6.200 em 2020 e atingiu o ápice em 2021, quando 10.543 unidades foram negociadas no Estado.

Conforme agentes do setor, a pandemia da Covid-19 impactou em mais pessoas trabalhando de casa e com isso muitos saíram do aluguel e compraram a casa própria no período. 

Em valores, o montante também teve ascensão nos anos citados, saindo de R$ 759,076 milhões nos 12 meses de 2018 para R$ 2,653 bilhões em 2021, alta 249% no período. 

Já em 2022, o valor disponibilizado para financiamentos imobiliários com recursos da poupança no Estado reduziram para R$ 2,606 bilhões, resultado 9.104 moradias negociadas. Enquanto no ano passado, houve uma segunda queda tanto em valores (R$1,826 bilhão) quanto em unidades financiadas (5.944).

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Economia

Petrobras quer retomar obras em navios inacabados pré-Lava Jato

Embarcações eram construídas por estaleiro que fechou as portas após início da operação

18/04/2024 21h00

Fernando Frazão; Agência Brasil

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A Petrobras estuda uma maneira de retomar as obras de dois navios petroleiros remanescentes das encomendas feitas ainda no primeiro programa de revitalização da indústria naval brasileira, nas primeiras gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As embarcações eram construídas pelo estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), que fechou as portas em 2015 após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Hoje, elas pertencem ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financiou as obras.

Os dois navios eram parte de um contrato de quatro embarcações do tipo Panamax assinado entre o Mauá e a Transpetro, subsidiária da Petrobras para o transporte de petróleo e derivados.

Delas, apenas uma foi entregue. Outras duas estavam em fase avançada de construção e a quarta, ainda em estágio inicial. Os navios mais avançados passaram anos no cais do estaleiro Mauá e hoje estão no estaleiro Ilha, na zona norte do Rio, que pertence ao mesmo grupo.

Em evento sobre o setor nesta quinta-feira (18), o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, disse que a empresa vem negociando com o BNDES a compra dos navios para concluir as obras. "É intenção da Transpetro retomar esses navios", afirmou.

Uma das embarcações sofreu inundações na casa de máquinas durante o período em que esteve parado no Mauá, o que danificou o motor. A troca demandaria abrir novamente o casco, o que é um desafio ao projeto.

"Não é simples", afirmou Bacci. "Para trocar o motor tem que fazer uma cesariana no navio", comparou. A ideia seria contratar um estaleiro para realizar a operação e concluir as obras.

Na época, os navios foram encomendados por US$ 87 milhões, cada um. Foi a última licitação de navios do programa naval dos primeiros governos Lula, que tenta novamente fomentar a atividade do setor.

A Transpetro prepara-se para lançar licitação para a encomenda de quatro navios para o transporte de combustíveis, já aprovadas pela Petrobras, mas cujo leilão depende de medidas do governo para ampliar competitividade dos estaleiros brasileiros.

Entre elas, está a retomada da cobrança de imposto de importação sobre navios, que ficaram isentos em lei aprovada pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Outra é a aprovação pelo Senado de projeto de lei que acelera a depreciação de ativos industriais no país, que já passou pela Câmara.
Bacci reforçou que a Transpetro estuda contratar mais doze navios --quatro de combustíveis líquidos e oito de gás de cozinha-- mas a encomenda ainda não foi aprovada pela Petrobras e, portanto, deve ficar para 2025.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu que, apesar dos problemas do passado, o Brasil deve voltar a fomentar a indústria naval "sem nenhum sentimento de culpa".

Ele apresentou a demanda da Petrobras para o setor, que inclui módulos de plataformas de produção de petróleo, desmantelamento de plataformas antigas e a construção de navios e embarcações de apoio à produção.

A companhia já lançou licitação para 12 barcos de apoio a plataformas em alto mar e planeja licitar mais 10 ainda este ano. Outros 11 serão necessários até 2030. Ao todo, são previstos investimentos de US$ 2,5 bilhões, com a geração de 28 mil empregos.

Prates defendeu também a retomada de obras de refino paralisadas pela Lava Jato, como a Refinaria Abreu e Lima e o antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
"Temos que terminar, vamos retomar uma por uma. Vai virar o quê? Elefante branco, com 80% concluído, como essa planta de fertilizantes do Mato Grosso do Sul? Se for viável, faremos."

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