Política

PRONUNCIAMENTO

Eleita diz ter compromisso com meta de erradicar a miséria

Eleita diz ter compromisso com meta de erradicar a miséria

G1

31/10/2010 - 21h48
Continue lendo...

No primeiro pronunciamento após o anúncio do resultado do segundo turno, a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) afirmou na noite deste domingo (31), em Brasília, que, em seu governo, terá como compromisso a meta de erradicar a miséria do Brasil.

Ela fez um apelo para que todos os setores da sociedade a auxiliem na tarefa. "Vou fazer um governo comprometido com a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras. Mas, humildemente, faço um chamado à nação, aos empresários, trabalhadores, imprensa, pessoas de bem do país para que me ajudem”, disse.

A presidente eleita afirmou que pretende recorrer ao atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, sempre que necessário. “Baterei muito em sua porta, e tenho certeza de que a encontrarei sempre aberta”. Dilma classificou como um “privilégio” a convivência com Lula e destacou a “inteligência do presidente.

"Agradeço muito especialmente e com emoção ao presidente Lula, ter a honra do seu apoio, o privilégio da sua convivência, conviver diariamente com ele me deu a exata dimensão do governante justo e do líder apaixonado por seu país e sua gente. A alegria que eu sinto hoje pela minha vitória se mistura com a emoção da sua despedida. Sei que um líder como o Lula nunca estará distante de seu povo", afirmou.

Dilma foi eleita presidente neste domingo (31) superando José Serra (PSDB) no segundo turno. O resultado foi anunciado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 20h13, quando ela já não podia mais ser alcançada pelo adversário.

O vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP), acompanhou o pronunciamento, assim como dezenas de políticos aliados entre governadores, ministros, senadores e deputados, entre os quais Antonio Palocci (PT-SP) e José Eduardo Dutra, presidente do PT, que também estavam no palco ao lado de Dilma. Ao chegar, ela foi recebida ao coro de “olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma” e depois os aliados cantaram o Hino Nacional.

Liberdades de imprensa e religião
Ela também destacou como compromissos a liberdade de imprensa e a liberdade de religião. Mas ressalvou que o "primeiro compromisso" no cargo é "honrar as mulheres".

“Esse fato é um avanço democrático do Brasil. Pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil. Meu primeiro compromisso é honrar as mulheres brasileiras para que este fato, até hoje inédito, se torne natural”, disse.

Dilma prometeu valorizar a democracia “em toda a sua dimensão” e fez questão de destacar que o seu governo será pautado pelo respeito à “ampla liberdade de imprensa e religiosa”.

“Farei um governo com ampla de liberdade de imprensa, religiosa e de culto. Vou zelar pela observação criteriosa dos direitos humanos e zelarei pela nossa Constituição”, disse Dilma no início do discurso.

Noutro momento de sua fala, ela voltou a falar da imprensa. "Prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras", declarou a presidente eleita, para quem as críticas do jornalismo "ajudam o país".

"Não nego que, por vezes, algumas das coisas difundidas me deixaram tristes, mas quem, como eu, lutei pelo direito de opinião, dedicamos toda a nossa juventude ao direito de expressão somos amantes da liberdade."

Economia
Na parte econômica do discurso, Dilma destacou que, no curto prazo, não será possível contar com ajuda das economias mais desenvolvidas e que o Brasil precisará apostar em seu mercado interno.

“No curto prazo, nós não contaremos com força das economias desenvolvidas para puxar nosso desenvolvimento. Por isso, se torna importante nossa política, nosso mercado e nossas decisões econômicas”. A petista afirmou que não há intenção de “fechar o país ao mundo” e que vai trabalhar para abrir mercados e defender a regulação nos mercados internacionais.

A presidente eleita afirmou que seu governo vai manter a inflação sob controle, melhorar os gastos públicos, simplificar a tributação e melhorar os serviços para a população.

Ela disse que não fará “ajuste” que comprometa esses serviços e que tem como meta um crescimento "sustentável" de longo prazo a taxas elevadas. “Acima de tudo, quero afirmar compromissos com metas econômicas, contratos firmados e conquistas estabelecidas”.

Ela afirmou que vai criar mecanismos para beneficiar pequenos empresários. “Ampliarei o Supersimples [regime de tributação diferenciado para pequenas empresas] e construirei modernos mecanismos de aperfeiçoamento econômico, como fez o nosso governo.”

Segundo a presidente eleita, em seu governo “as agências reguladoras terão todo o respaldo para atuar com autonomia e determinação”. “Apresentaremos sempre com clareza nossos planos de atuação governamental e trataremos com transparência nossas metas e resultados.”

Oposição
Dilma afirmou que não discriminará governantes de oposição. "Aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada estendo minha mão a eles. De minha parte não haverá discriminação", declarou.

ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

Continue Lendo...

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

Continue Lendo...

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).