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MEIO AMBIENTE

Desmatamento na Amazônia cresce 13,5% em relação ao ano passado

Desmatamento na Amazônia cresce 13,5% em relação ao ano passado

IG

03/10/2011 - 21h00
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O desmatamento na Amazônia Legal cresceu 13,56% de janeiro a agosto de 2011 em comparação com igual período do ano passado, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulgados hoje (3).

A área devastada aumentou de 1.393 quilômetros quadrados em 2010, para 1.582 km² neste ano. No período, Mato Grosso, Rondônia, Acre e Tocantins apresentaram avanço na região de floresta degradada se comparada ao ano anterior. Sozinho, o Estado de Mato Grosso devastou 769 km² até agosto deste ano. Isso equivale a quase a área total desmatada em todos os outros Estados da Amazônia Legal - 813 km².

Um dos motivos dessa expressiva retirada da floresta foi a lei de zoneamento aprovada pelo governo de Mato Grosso, em abril, explicou o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Ramiro Hofmeister. A lei que flexibiliza a conservação de reservas legais em algumas áreas do Estado deve ainda ser aprovada pelo Ministério.

O Valor apurou que a ministra Izabella Teixeira já pediu para o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) não aprovar a lei estadual. O texto pode ser reenviado ao governo estadual para adaptação.

Ao anistiar os produtores rurais que haviam desmatado até fim de abril deste ano, houve uma corrida para reduzir a área de reserva legal para o percentual menor permitido pela lei, disse o coordenador geral de Zoneamento e Monitoramento Ambiental do Ibama, George Porto Ferreira.

A legislação do Estado reduziu, de 80% para até 50%, a parte da propriedade que deve ser preservada. Alguns produtores rurais já foram autuados pela fiscalização, o que resulta no pagamento de multa, apreensão de bens, além de terem parte da propriedade embargada.

Caso a lei de zoneamento estadual seja modificada - como deseja o governo -, as áreas devastadas além da reserva legal deverão ser recuperadas, explicou o diretor Hofmeister.

Menor índice histórico para o mês de agosto
Os dados do Inpe mostram também que houve redução de 38% na área devastada no mês de agosto, em comparação com o mesmo mês de 2010. "É o menor [desmatamento em] agosto da história", anunciou a ministra, ao comparar dados desde 2004, quando começou o monitoramento do sistema Deter. O MMA atualizou o desmatamento de 2010 para 7.000 km2, o melhor resultado anual desde 1988, quando o levantamento começou a ser feito. 

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira atribui a redução à ação da fiscalização nas regiões que apresentavam maiores índices de desmatamento, como Boca do Acre (AC), São Félix do Xingu (PA), Novo Progresso (PA), Redenção (PA) e Sinop (MT).

O sistema detecta apenas desmatamentos com área maior que 25 hectares. Devido à cobertura de nuvens, pode ser que nem todos os desmatamentos sejam identificados pelo Deter, que no período de janeiro a agosto deste ano constatou 1.582 km2 de florestas derrubadas, área 14% superior à registrada em igual período do ano passado (1.393 km2). O maior crescimento relativo foi registrado em Rondônia, que atingiu 249 km2 (+102%). A maior expansão em termos absolutos foi em Mato Grosso, onde atingiu 769 km2 (mais 316 km2).

Izabella Teixeira atribui o aumento ao repique nos desmatamentos ocorridos em abril deste ano em Mato Grosso, quando houve derrubada de 405,5 km2. A explicação, diz a ministra, foi dada pelos secretários de Meio Ambiente de Mato Grosso e Rondônia, que atribuíram o repique às discussões sobre o novo Código Florestal. No caso de Mato Grosso, outro fator que teria contribuído foi a anistia concedida até o final do mês pelo pela lei estadual que criou o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), que ainda depende de aprovação do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).

A ministra afirmou que encomendou um estudo, que será divulgado até o final do ano, sobre a correlação entre a alta de preços das commodities e as taxas de desmatamento. Ela disse que em função do gabinete de crise instalado em maio deste ano o Ministério do Meio Ambiente está tendo acesso aos bancos de dados dos Estados, para checar se os desmatamentos foram autorizados. Segundo ela, apenas o Pará ainda não disponibilizou as informações.

As ações desencadeadas neste ano na Amazônia Legal resultaram no embargo de 72.490 hectares e de 55 serrarias. Os fiscais emitiram 3.148 autos de infração, que representam R$ 1,2 bilhão em multas. A fiscalização apreendeu 127 tratores, 29 barcos e 226 caminhões. Somente na Operação Disparada, deflagrada em março deste ano, foram apreendidos 5,3 mil bovinos.

Na coletiva de hoje, a ministra também divulgou o dado final sobre desmatamento elaborado pelo projeto Prodes relativo ao ano passado (agosto/09 a agosto/10). A estimativa divulgada no final do ano passado era de 6.451 km2 e agora passou para 7.000 km2, mesmo assim se mantendo no menor patamar da série histórica iniciada em 1988.

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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