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Com 200 mil correspondências encalhadas, Correios decretam intervenção

Com 200 mil correspondências encalhadas, Correios decretam intervenção

Uol

14/05/2011 - 22h05
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Receber uma correspondência pelos Correios em Alagoas deixou de ser rotina para se transformar em problema. Por conta de um acúmulo de 200 mil correspondências nos centros de distribuição, a direção nacional da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) decretou, no final do mês passado, intervenção federal na regional de Alagoas. Um mutirão e uma auditoria tentam sanar o problema.
O atraso no recebimento das correspondências gerou não só transtornos, mas revolta da população em Maceió, que em alguns casos descontou nos carteiros a fúria por deixar de receber encomendas. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da ECT em Alagoas, foram registradas pelo menos quatro agressões físicas em 2011, além de dezenas de ofensas verbais e ameaças. Por conta disso, a CDD (Central de Distribuição Domiciliar) do Barro Duro, na periferia de Maceió, precisou instalar, no início do ano, grades para conter a invasão de clientes insatisfeitos.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da ECT, José Balbino dos Santos, contou que um cliente invadiu a CDD e agrediu violentamente um carteiro. “Essa grade foi colocada após a reincidência de agressões, ameaças e reclamações de pessoas por quererem suas correspondências. Exigimos que fosse dada segurança, caso contrário, não continuaríamos o serviço”, explicou.
Segundo funcionários da CDD, que pediram para não ter a identidade revelada, o número de carteiros (31) da região é insuficiente, já que alguns estão afastados por licença médica ou por agressões. “Todos aqui trabalham com muito medo, pois já presenciamos agressões e as pessoas reclamam bastante”, afirmou um funcionário, citando ainda que, por receio de novos atos de violência, as portas da CDD estão sempre fechadas.
Mutirão
Segundo o interventor da ECT, Edvan Alves Oliveira, há correspondências de todos os tipos encalhadas nos centros de distribuição de Alagoas. “Estão lá diversos objetos, urgentes e não urgentes. Estamos analisando essas correspondências por auditoria independente e vamos comunicar aos remetentes sobre o atraso para sabermos se ainda devemos entregar os objetos ou não. Sabemos da responsabilidade”, explicou, citando que problemas de gestão são responsáveis por 80% dos atrasos – os outros 20% seriam por falta de carteiros.
Para tentar amenizar o prejuízo aos alagoanos, os Correios iniciaram, no fim de semana passada, um mutirão para entrega dos objetos. “Estamos também com 17 técnicos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que estão nos ajudando. Além disso, o pessoal do administrativo está ajudando os carteiros”, disse.
Oliveira afirmou que os serviços prestados pelos Correios aos alagoanos estavam “deixando a desejar”, e isto resultou na intervenção. “Uma auditoria independente está analisando todas essas correspondências. Até um relatório final, não tenho como tecer juízo de valor sobre o porquê desse acúmulo de correspondências”, afirmou.
Segundo Oliveira, os ex-gestores são alvo de processo administrativo, que apura o atraso dessas correspondências. “Não posso culpar ninguém, seria leviano. Tenho que esperar a auditoria terminar. Mas os processos podem resultar em advertência ou mesmo demissão dos servidores. Entretanto, eles terão ampla defesa”, ressaltou o interventor.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da ECT, dois fatores foram determinantes para os atrasos. “Ou incompetência, ou falta de compromisso resultaram nisso. Além disso, há dois anos que estamos pedindo a contratação de mais carteiros”, disse José Balbino.
O UOL Notícias tentou localizar o ex-gestor da ECT em Alagoas, Carlos Roberto Medeiros, mas foi informado que ele mudou o número de telefone celular e não é visto nos Correios há dias.
Reclamações
Com as cartas acumuladas nos Correios, as reclamações se multiplicam em Maceió. O UOL Notícias visitou os bairros de Maceió apontados como os mais afetados e ouviu com frequência os relatos de atrasos e não-entregas de correspondências.
“As reclamações aumentaram demais este ano. A principal queixa são as correspondências com cobranças bancárias, porque banco não quer saber se os Correios entregaram ou não” afirmou Afrânio Godói, um dos síndicos do condomínio Dom Adelmo Machado, que tem 492 apartamentos no bairro de Cruz das Almas.
Sem receber as correspondências, a pedagoga Erivana Vieira Oliveira, 30, que mora na Serraria, afirma que há seis meses imprime todas as contas pela internet. “Desde lá, todos os boletos que chegam à minha casa estão vencidos. Se não procurasse gerar uma segunda fatura, estaria perdida”, afirmou, citando que os únicos objetos que são entregues no prazo são as contas de água e luz – que são entregues pelas próprias concessionárias.
Já a professora Kátia Pimentel, 44, que também mora em Cruz das Almas, reclama que não recebe as contas no prazo há meses. “Como não recebo os boletos, não posso ir uma vez só ao banco, mesmo tendo todas as minhas contas com vencimento no dia que sai o salário”, explicou.  

Fiscalização

Sefaz-MS envolve ícone global da joalheria em possível fraude milionária

Designer Ara Vartanian e advogado Augusto de Arruda Botelho, pedem à Justiça para impedir inquérito criminal sobre subfaturamento de joias em Mato Grosso do Sul

13/12/2025 05h00

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian Site oficial/reprodução

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O economista e joalheiro Ara Vartanian, sócio da Avartanian Comércio Ltda., ingressou com habeas corpus na Justiça de Mato Grosso do Sul para barrar a abertura de inquérito policial no qual poderá ser investigado por fraude tributária contra o fisco estadual.

O fisco sul-mato-grossense flagrou, em 1º de outubro deste ano, a empresa de Vartanian enviando joias com valor subfaturado para Cuiabá (MT). Na nota fiscal do carregamento, constavam 126 peças de joias avaliadas em R$ 1,9 milhão, mas, após contagem física realizada por auditores tributários da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul, verificou-se que o carregamento, na verdade, continha 248 peças de joias de alto padrão, avaliadas em R$ 22,6 milhões.

Para piorar, a empresa em Cuiabá que seria o destino das joias, a Fernando S. Perez Lerez Ltda., não possuía em seus registros qualquer vínculo com o comércio de joias ou de metais preciosos. A atividade principal da empresa é o comércio de móveis e, a secundária, a representação comercial.

Diante da constatação dos auditores tributários de Mato Grosso do Sul, a nota fiscal foi considerada inidônea. A Avartanian tentou, 12 horas após a apreensão, utilizar uma nova nota fiscal, desta vez com a discriminação correta dos produtos, mas já era tarde demais.

Em novembro último, o superintendente de Administração Tributária da Sefaz-MS, Bruno Gouveia Bastos, enviou notícia-crime à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações Falimentares e Fazendários (DEDFAZ), da Polícia Civil, para a abertura de inquérito criminal pela prática de crime tributário.

“Sobreleva ressaltar que os atos e fatos caracterizadores da infração tributária de que decorre a notícia-crime ultrapassam, em termos de gravidade, as fronteiras da própria infração, porquanto se tratam de evidências de fraude e de ilícitos fiscais tributários que adentram o campo do crime contra a ordem tributária”, argumentou o superintendente.

No mesmo documento, Bastos pede que a Polícia Civil desvende a real natureza e a finalidade da operação envolvendo o transporte das joias e identifique os partícipes envolvidos — inclusive eventuais beneficiários ocultos — na suposta fraude e nos possíveis ilícitos fiscais tributários.

O superintendente ainda solicitou que a Polícia Civil apure a possível existência de outros atos ou fatos da mesma natureza, ou até mesmo a ocorrência de um “esquema estruturado”.

Assinatura do pedido

O habeas corpus ajuizado por Ara Vartanian é assinado pelo advogado Augusto de Arruda Botelho, que ganhou notoriedade por integrar o Grupo Prerrogativas, formado por advogados de viés progressista.

Mais recentemente, Botelho voltou ao noticiário após viajar no mesmo jatinho que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli para Lima, no Peru, onde ambos assistiram, no mês passado, à final da Copa Libertadores da América entre Palmeiras e Flamengo.

A final ocorreu poucos dias antes da decisão de Toffoli de concentrar em seu gabinete as decisões para ampliar o sigilo da investigação da Polícia Federal sobre fraudes de bilhões de reais no Banco Master. Botelho é advogado de um dos envolvidos na investigação.

No caso do designer de joias Ara Vartanian, Botelho pede que a investigação sequer seja aberta pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Ele ancora seu pedido na Súmula Vinculante nº 24, que estabelece que crimes contra a ordem tributária somente se consumam com a constituição definitiva do crédito tributário, o que, segundo ele, não seria o caso da notícia-crime.

Por isso, no pedido de habeas corpus, Botelho alega que seu cliente foi submetido a constrangimento ilegal. O pedido foi distribuído ao Núcleo de Garantias da comarca de Campo Grande. Ainda não houve decisão.

O joalheiro

Ara Vartanian é um dos nomes mais respeitados e reconhecidos da joalheria contemporânea brasileira, com projeção internacional. Fundador da marca que leva seu nome, ele construiu uma assinatura própria ao romper padrões tradicionais da alta joalheria, criando peças autorais marcadas por design arquitetônico, inovação estética e uso ousado de gemas.

Seu trabalho ganhou destaque mundial especialmente pela releitura dos anéis de diamantes negros e pelo uso de cortes e cravações não convencionais, que ajudaram a reposicionar a joalheria brasileira no circuito global de luxo.

Formado em joalheria em instituições internacionais e herdeiro de uma tradição familiar no setor, Ara Vartanian transformou o ateliê em São Paulo em um laboratório criativo que dialoga com arte, moda e arquitetura. Suas joias são usadas por celebridades e vendidas em mercados estratégicos como Estados Unidos, Europa e Ásia, consolidando sua reputação como referência global em alta joalheria autoral.

Mais do que criar peças, Ara é visto como um inovador que ampliou os limites estéticos da joia, tornando-se um ícone da joalheria contemporânea.

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Cidades

Petroleiros mantêm início da greve nacional dos petroleiros para a segunda-feira, 15

A Petrobras diz que respeita o direito de manifestação dos empregados

12/12/2025 22h00

Crédito: Fernando Frazão / Agência Brasil

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A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos reafirmaram nesta sexta-feira, 12, que está mantida a deflagração de uma greve nacional a partir da zero hora de segunda-feira, 15. A Petrobras disse que segue aberta à negociação.

A decisão foi tomada na última quarta-feira, após a apresentação, pela companhia, de uma segunda contraproposta para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), considerada insuficiente pelas entidades que representam a categoria. O comunicado de greve foi enviado à empresa nesta sexta.

A Petrobras diz que respeita o direito de manifestação dos empregados e, em caso de necessidade, adotará medidas de contingência para a continuidade de suas atividades.

Divergência

A FUP diz que o ACT não avança nos três pontos centrais discutidos desde o início das negociações e, por isso, os sindicatos notificarão nesta sexta a empresa sobre a paralisação A agenda de reivindicações inclui os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras.

A FUP e seus sindicatos afirmam que, além de não apresentar respostas conclusivas sobre o tema, debatido há quase três anos com o governo e entidades de participantes, a Petrobras não trouxe soluções consistentes para outras pendências acumuladas durante o processo de negociação.

A proposta de aprimoramento do plano de cargos e salários e garantias de recomposição sem aplicação de mecanismos de ajuste fiscal e o fortalecimento da Petrobras são os outros dois pontos que motivam a paralisação.

Desde a quinta-feira, um acampamento foi montado em frente ao prédio da Petrobras no Rio de Janeiro. A estatal diz manter um "canal de diálogo permanente com as entidades sindicais, independentemente de agendas externas ou manifestações públicas promovidas".

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