Futuro e passado se confundem quando o assunto é colecionar objetos antigos. Em tempos de Ipad, Iphone, Pen-drives e tantos outros avanços da tecnologia, há quem ainda dê valor àqueles objetos que um dia ajudaram o homem a evoluir.
Um exemplo é o jornalista Arlindo Florentino, que começou a carreira trabalhando em rádio e até hoje sustenta a paixão colecionando objetos antigos. Em seu acervo, de oito anos, já contam 10 rádios, duas rádio vitrolas, uma máquina de datilografia e uma máquina fotográfica de fabricação chinesa, da década de 40.
“Geralmente não gasto com os objetos. Quando sei que as pessoas vão se desfazer deles, eu converso e peço para colocar na minha coleção”, conta Arlindo.
Alguns dos objetos que Arlindo guarda em sua coleção, destaque para a máquina fotográfica da déc. de 40
Outro amante de antiguidades é o fotógrafo Roberto Higa. Desde 1968, quando começou na profissão, ele já guardava câmeras fotográficas, livros e até uma cabeça de veado. “Ela está exposta na minha casa. Já foi remendada várias vezes, porque os ossos dos chifres começaram a esfarelar. Mas não pense que eu matei o bicho para isso”, explica ele, com um sorriso.
Higa conta que tem mania de guardar objetos e brinca que até sua mulher acredita que um dia ela também será “arquivada”, para ele, “é uma paixão que o move a colecionar essas coisas”.
Além de máquinas fotográficas, Higa guarda um vasto material, tanto em livros quanto em fotos, sobre o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. As coleções estão distribuídas pelo escritório e pela casa. “As vezes, as pessoas deixam fotos ou materiais antigos na frente de casa, e eu nem sei quem foi. Simplesmente deixam lá e vão embora, porque sabem que eu gosto de guardar”, conta.
Perguntados se as coleções poderiam ser trocadas por alguma quantia em dinheiro, tanto o jornalista Arlindo Florentino, quanto o fotógrafo Roberto Higa, foram categóricos nas respostas. “Não vendo e não dou. Ainda quero muita coisa que não consegui”, explica o fotógrafo. “Eu ainda sonho em ter um rádio transglobo da Philco, um dos mais famosos”, revela Arlindo.
Fotos: Valdenir Rezende e Beatriz Longhini
Carro ficou completamente destruído. Foto: divulgação


