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Cientistas desvendam interação entre cana-de-açúcar, inseto e fungo

Cientistas desvendam interação entre cana-de-açúcar, inseto e fungo

terra

14/05/2012 - 12h30
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Um estudo realizado por pesquisadores revelou que o ataque da broca ( Diatraea saccharalis ), lagarta que é a principal praga da cana-de-açúcar, induz à ativação de um gene que codifica proteínas com forte atividade antifúngica.

O trabalho, que teve seus resultados publicados na revista Molecular Plant-Microbe Interactions, faz parte de um projeto de pesquisa sobre as interações entre plantas, microrganismos e insetos, conduzido no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).

Participaram da pesquisa cientistas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, em Ribeirão Preto, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), em Campinas (SP).

De acordo com o primeiro autor do artigo, Marcio Castro Silva-Filho, professor do Departamento de Genética da Esalq-USP, em estudos anteriores o grupo já havia mostrado que o ataque da broca desencadeava na planta a ativação de um gene que expressa a proteína conhecida como "sugarina".

Supondo que a sugarina tivesse ação inseticida, os pesquisadores da Esalq patentearam uma cana-de-açúcar geneticamente modificada capaz de liberar as proteínas apenas quando a planta é atacada pelo inseto. No entanto, o grupo descobriu um fato intrigante: a sugarina não tinha efeito contra os insetos.

"Clonamos o gene da sugarina, fizemos sua introdução em um vetor fúngico para produzir a proteína em grande quantidade e testamos sua ação no inseto. Ficamos surpresos, pois a proteína não tinha qualquer efeito inseticida. Só então levantamos a hipótese de que talvez o gene fosse expresso para proteger a planta dos fungos que podem surgir após o ataque do inseto", disse Silva-Filho.

As plantas possuem uma série de genes que são ativados e produzem proteínas capazes de impedir o ataque de certos insetos. Há algum tempo o grupo da Esalq tenta inserir na cana-de-açúcar genes que são ativados quando a planta é atacada. "Observamos que, nas plantações de cana, a ocorrência da praga da broca é frequentemente associada à presença dos fungos que causam a podridão vermelha", disse Silva-Filho.

A podridão vermelha, segundo ele, é uma doença responsável pela diminuição na produção de sacarose da cana-de-açúcar. Quando a planta se destina à produção de etanol, o problema causa prejuízos ainda maiores, pois os microrganismos invasores contaminam o caldo e concorrem com as leveduras na fermentação, afetando a produção. "A mariposa Diatraea saccharalis coloca seus ovos no colmo da planta. Quando os ovos eclodem, a lagarta penetra no colmo e produz buracos e galerias. É por essas aberturas que entram esses fungos oportunistas", explicou Silva-Filho.

Os microrganismos estão sempre presentes no ambiente da plantação, mas quando não há ruptura na superfície da planta, eles não conseguem invadi-la. "Quando a broca está presente, os fungos podem entrar. Os prejuízos causados pelo fungo acabam sendo muito mais graves que os causados pelo inseto", disse.

Com informações da Agência Fapesp.

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Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador

12/11/2025 22h00

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB Divulgação/Warley de Andrade/TV Brasil

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O Brasil fará seu primeiro lançamento comercial de um veículo espacial a partir do território nacional no próximo dia 22. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o evento marca a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novos caminhos para geração de renda e investimento no segmento.

Trata-se da Operação Spaceward 2025, responsável pelo lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-Nano a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (MA).

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador, garantindo compatibilidade e segurança para o lançamento A integração das cargas úteis no foguete HANBIT-Nano, da Innospace, teve início na segunda-feira, 10, marcando uma das etapas decisivas antes do lançamento, durante a operação.

"Nessa fase, são realizados testes e verificações que asseguram uma conexão correta entre a carga útil - satélites e experimentos - e o veículo lançador, confirmando que cada equipamento está estabilizado e funcional para o momento do voo", explicou a FAB.

A missão para transportar cinco satélites e três experimentos, desenvolvidos por universidades e empresas nacionais e internacionais, simboliza, conforme a Força Aérea, a "entrada definitiva" do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, além de abrir novas oportunidades de geração de renda, inovação e atração de investimentos para o País.

"Essa etapa da operação é uma atribuição conduzida diretamente pela Innospace e pelos desenvolvedores dos satélites e experimentos. A FAB acompanha todo o processo no Prédio de Preparação de Propulsores, infraestrutura especializada disponibilizada pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), o que reforça nosso compromisso em prover suporte técnico, coordenação e governança para que cada missão transcorra com integridade, transparência e alto padrão de confiabilidade", destacou em nota o coordenador-geral da operação, Coronel Engenheiro Rogério Moreira Cazo.

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Governo vai alterar prazo para adequação de big techs ao 'ECA digital'

As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial, mas prazo deverá ser reduzido para 180 dias

17/09/2025 22h00

Criança brincando com o celular

Criança brincando com o celular Foto: Reprodução/EPTV

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O governo federal vai editar uma Medida Provisória para reduzir o prazo para que as big techs coloquem em prática as normas fixadas pelo PL 2628, conhecido como ECA Digital. O projeto aprovado no Congresso estabelece regras para o uso de redes sociais por crianças e adolescentes. As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial. O governo, no entanto, considerou o prazo longo e decidiu reduzi-lo para 180 dias.

A MP está sendo liderada pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e deve ser editada nos próximos dias. Nesta quarta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai sancionar o projeto em uma cerimônia no Palácio do Planalto. Ao alterar o prazo, o governo levou em conta, segundo fontes do Palácio do Planalto, o fato de que a lei entraria em vigor somente próximo da eleição, o que poderia elevar tensões durante o período eleitoral. Há uma visão de que qualquer debate relacionado às big techs está "entranhado" nas eleições de 2026

A aprovação do projeto de lei foi cercada de discussões e gerou reação de parte da oposição, que considerou o novo regramento uma espécie de censura às redes. O governo pesou ainda a possibilidade de que a demora para aplicar o ECA Digital transformasse a nova lei em "letra morta".

A nova direção do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu retomar os planos de oferecer treinamento com as principais plataformas digitais para as suas lideranças. O objetivo é fortalecer a militância digital mirando as eleições de 2026 e a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O "ECA digital" foi aprovado no Congresso no mês passado após intenso debate sobre a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais. A comoção da opinião pública sobre o tema foi motivada por um vídeo do youtuber "Felca" a respeito do que classificou como "adultização" de crianças. Na publicação, Felca explicou de que forma o algoritmo direciona a pedófilos os conteúdos que expõem menores de idade.

O projeto aprovado estabelece que conteúdos que violem direitos da criança e do adolescente devem ser removidos imediatamente após a empresa ser comunicada pela vítima, por responsáveis ou por autoridades. Estão incluídos nessa regra conteúdos de assédio, exploração sexual, incentivo à automutilação e uso de drogas; entre outros. Além disso, o texto prevê a implementação de ferramentas de supervisão para os pais e determina que as empresas possam ser sancionadas e multadas caso descumpram medidas determinadas pela lei.

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