O engenheiro agrônomo Sergio Luiz Miranda disse ontem ao Correio do Estado que as lavouras mais precoces, plantadas no final de setembro e inicio de outubro, foram as que mais ressentiram a seca nas ultimas semanas. Eles estão atualmente na fase de formação de vagens e a falta de água compromete a qualidade dos grãos.
Segundo levantamentos da Fundação MS, sediada em Maracaju, a perda nos municípios do centro-sul do Estado chegaria a 15%. Mas Miranda observou que será preciso aguardar alguns dias para ser feita uma avaliação da reação das plantas diante da chuvarada, notadamente da soja mais precoce.
A soja de ciclo médio, que forma a maioria das lavouras, mesmo com o estresse hídrico conseguirá se recuperar diante das precipitações. Na semana passada, em plena estiagem, as folhas da soja estavam enrolando e, agora, mostram um verde viçoso e um aspecto de recuperação. “As plantas que estão em floração ainda resistiram mais a seca”, frisou o agrônomo.
Pelos registros da Embrapa de Dourados, em dezembro foram 24 dias sem chover. As maiores precipitações aconteceram nos dias 5(17,4 mm) e no dia 8(12,8 mm). Depois, se seguiram 19 dias de seca e a primeira chuva da segunda quinzena ocorreu no dia 28 com 4,6 milímetros. No dia 30 ocorreu mais 32,2 mm e no dia 31, sábado, mais 5,8 mm. Ontem o dia ficou ensolarado e com temperaturas amenas, devido ao vento.
No acumulado de dezembro, contando as garoas fracas e isoladas anotadas pela Embrapa, o ultimo mês do ano acumulou 74 milímetros, enquanto a média histórica do mês passa dos 100 mm.


