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OBSTETRÍCIA

Cesariana x parto normal

Cesariana x parto normal

Luana Martins, Bolsa de Mulher

04/10/2010 - 00h00
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O dia tão esperado se aproxima e é hora de escolher a forma pela qual o pequeno chegará ao mundo. Se por um lado a rápida recuperação do parto normal e a ausência de cicatriz a seduzem, por outro, o medo da dor e o desejo que o filhote chegue em segurança podem pesar na opção pela cesariana. De fato, o Brasil é campeão mundial em realizações da cirurgia.
Os médicos informam que em 2006, 42% dos nascimentos realizados em hospitais conveniados ao SUS (Sistema Público de Saúde) eram cesáreas. Nos hospitais da rede privada, a taxa alcançava 90%. A tendência é mundial. Países que tradicionalmente apresentavam taxas baixas deste tipo de parto, como a Turquia e a Itália, alcançaram, no início dos anos 2000, taxas de 30 e 33%, respectivamente.
Contrariando os números, desde 1985, o Ministério da Saúde recomenda que apenas 15% dos partos sejam cirúrgicos. Os médicos explicam que essa porcentagem se deve ao fato de que, teoricamente, teríamos uma taxa de 15% de complicações intraparto que justificariam a intervenção cirúrgica ou mesmo gestações de alto risco nas quais seria necessário o parto cesariano para não incorrer em risco de morte para mãe e/ou bebê. Por que, então, é cada vez maior o número de cesáreas realizadas nas maternidades do país?
Mitos e questões culturais costumam ser a resposta para essa questão. O medo da dor, o perigo de ter que sair de madrugada para dar a luz, o receio de não encontrar seu médico na hora que precisa ou não chegar ao hospital a tempo são algumas das preocupações que levam as mulheres a optarem pela cirurgia. Além disso, hoje, a mulher, em geral, trabalha fora e precisa se organizar para ter seu filho. Portanto, ela gosta de poder programar sua gravidez, sabendo exatamente o dia e a hora do nascimento da criança.
É importante salientar a questão dos planos de saúde. Os convênios médicos remuneram o especialista igualmente (independentemente do tipo e da duração do trabalho de parto). Desta forma, para o médico particular (ou de convênio), pode ser muito mais cômodo marcar a cirurgia, saber exatamente a hora e o dia em que precisa fazer o atendimento, sem precisar acompanhar todo o trabalho de parto.

Escolhendo um parto seguro
 Diante de tantos impasses, escolher a forma em que se dará a luz não é tarefa fácil. E quando a segurança do bebê é um dos quesitos mais importantes, a cesariana costuma ser o parto escolhido, mas os especialistas alertam dizendo que não existe um tipo de parto mais seguro para todas as crianças. Cada caso deve ser avaliado individualmente por profissional qualificado e as decisões devem ser tomadas juntamente com a família. Ainda que de uma forma geral o parto normal seja mais indicado por contribuir para que o bebê expulse o excesso de líquido pulmonar ao passar pelo canal de parto, diminuindo os riscos de transtornos respiratórios, nem sempre ele é o parto mais seguro.
O que ocorre é que em gestações normais, a segurança não está no tipo de parto mas sim como essa assistência é realizada. Partos normais bem assistidos são muito seguros. Cesáreas bem indicadas e bem executadas também o são. Por isso, em gestações a termo (idade gestacional maior ou igual a 37 semanas) com feto de peso adequado e em boas condições de oxigenação e nutrição, o parto por via vaginal pode ser considerado seguro para o futuro recém-nascido. Por outro lado, quando há riscos para a mãe, feto ou ambos, as cesáreas são indicadas.
Em alguns casos, o parto cesariano torna-se, até mesmo, a única opção. Quando há risco materno e fetal, hipertensão arterial grave da gestante, o feto encontra-se em posição transversa ou a mulher apresenta mais de duas cesáreas anteriores, a cirurgia é a indicação. E o descolamento placentário prematuro e a desproporção entre a cabeça da criança e o canal do parto como fatores que levam os especialistas a recomendarem o parto cirúrgico.
Os médicos o indica em casos de gravidez de gêmeos em que um dos fetos encontra-se sentado ou em gestações múltiplas de três crianças ou mais. Portanto, o pré-natal pode ser a melhor ferramenta para escolher qual parto realizar. Através dele é possível saber de antemão o que será mais seguro para a mãe e para a criança.

Saiba mais

u Antes de decidir qual parto escolher, é preciso desmitificar algumas questões:

O trabalho de parto normal é doloroso e a recuperação da cesariana também. Certo?
Errado. Segundo os especialistas, o pós-parto cesariano não precisa ser algo sofrido. Já estão disponíveis no mercado analgésicos eficientes, seguros e que não interferem na amamentação. Por outro lado, alguns procedimentos também ajudam a minimizar a dor do parto normal. No momento adequado, é possível realizar anestesia/analgesia com alívio significativo da dor.

Mulheres que já fizeram uma cesariana não podem se submeter ao parto normal?
Sim, elas podem. Mas o parto deve ser muito bem conduzido, pois como o útero apresenta uma cicatriz prévia há um risco maior de ela se romper durante as contrações para a expulsão do bebê. E no caso da realização de duas cesáreas anteriores ou mais, desaconselha-se o parto vaginal por risco maior à mãe e ao próprio bebê.

Parto normal pode levar a um afrouxamento dos músculos vaginais, interferindo no prazer sexual?
Ainda que exista essa possibilidade, esse afrouxamento depende de muitos fatores e não apenas do parto vaginal. Mesmo quando ocorre a ruptura da musculatura pélvica não há nenhuma interferência no prazer sexual. O que pode ocorrer são outros problemas posteriores como incontinência urinária.

Mulheres com mais de 35 anos devem recorrer à cesariana?
Não existe indicação de cesárea tendo como único fator a idade. Acontece que quanto mais velha for a mãe, maior o risco de apresentar hipertensão, diabetes e outras doenças que poderiam complicar a gestação, motivando, então, um parto cesárea.

u Converse com seu médico, esclareça suas dúvidas, analise as possibilidades de realização de um parto normal e escolha aquele em que você se sentirá mais à vontade.

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Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador

12/11/2025 22h00

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB Divulgação/Warley de Andrade/TV Brasil

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O Brasil fará seu primeiro lançamento comercial de um veículo espacial a partir do território nacional no próximo dia 22. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o evento marca a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novos caminhos para geração de renda e investimento no segmento.

Trata-se da Operação Spaceward 2025, responsável pelo lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-Nano a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (MA).

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador, garantindo compatibilidade e segurança para o lançamento A integração das cargas úteis no foguete HANBIT-Nano, da Innospace, teve início na segunda-feira, 10, marcando uma das etapas decisivas antes do lançamento, durante a operação.

"Nessa fase, são realizados testes e verificações que asseguram uma conexão correta entre a carga útil - satélites e experimentos - e o veículo lançador, confirmando que cada equipamento está estabilizado e funcional para o momento do voo", explicou a FAB.

A missão para transportar cinco satélites e três experimentos, desenvolvidos por universidades e empresas nacionais e internacionais, simboliza, conforme a Força Aérea, a "entrada definitiva" do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, além de abrir novas oportunidades de geração de renda, inovação e atração de investimentos para o País.

"Essa etapa da operação é uma atribuição conduzida diretamente pela Innospace e pelos desenvolvedores dos satélites e experimentos. A FAB acompanha todo o processo no Prédio de Preparação de Propulsores, infraestrutura especializada disponibilizada pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), o que reforça nosso compromisso em prover suporte técnico, coordenação e governança para que cada missão transcorra com integridade, transparência e alto padrão de confiabilidade", destacou em nota o coordenador-geral da operação, Coronel Engenheiro Rogério Moreira Cazo.

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Governo vai alterar prazo para adequação de big techs ao 'ECA digital'

As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial, mas prazo deverá ser reduzido para 180 dias

17/09/2025 22h00

Criança brincando com o celular

Criança brincando com o celular Foto: Reprodução/EPTV

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O governo federal vai editar uma Medida Provisória para reduzir o prazo para que as big techs coloquem em prática as normas fixadas pelo PL 2628, conhecido como ECA Digital. O projeto aprovado no Congresso estabelece regras para o uso de redes sociais por crianças e adolescentes. As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial. O governo, no entanto, considerou o prazo longo e decidiu reduzi-lo para 180 dias.

A MP está sendo liderada pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e deve ser editada nos próximos dias. Nesta quarta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai sancionar o projeto em uma cerimônia no Palácio do Planalto. Ao alterar o prazo, o governo levou em conta, segundo fontes do Palácio do Planalto, o fato de que a lei entraria em vigor somente próximo da eleição, o que poderia elevar tensões durante o período eleitoral. Há uma visão de que qualquer debate relacionado às big techs está "entranhado" nas eleições de 2026

A aprovação do projeto de lei foi cercada de discussões e gerou reação de parte da oposição, que considerou o novo regramento uma espécie de censura às redes. O governo pesou ainda a possibilidade de que a demora para aplicar o ECA Digital transformasse a nova lei em "letra morta".

A nova direção do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu retomar os planos de oferecer treinamento com as principais plataformas digitais para as suas lideranças. O objetivo é fortalecer a militância digital mirando as eleições de 2026 e a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O "ECA digital" foi aprovado no Congresso no mês passado após intenso debate sobre a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais. A comoção da opinião pública sobre o tema foi motivada por um vídeo do youtuber "Felca" a respeito do que classificou como "adultização" de crianças. Na publicação, Felca explicou de que forma o algoritmo direciona a pedófilos os conteúdos que expõem menores de idade.

O projeto aprovado estabelece que conteúdos que violem direitos da criança e do adolescente devem ser removidos imediatamente após a empresa ser comunicada pela vítima, por responsáveis ou por autoridades. Estão incluídos nessa regra conteúdos de assédio, exploração sexual, incentivo à automutilação e uso de drogas; entre outros. Além disso, o texto prevê a implementação de ferramentas de supervisão para os pais e determina que as empresas possam ser sancionadas e multadas caso descumpram medidas determinadas pela lei.

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