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Campo Grande registra casos de raiva canina após 23 anos

Campo Grande registra casos de raiva canina após 23 anos

Lúcia Morel

12/08/2011 - 00h02
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Após 23 anos, Campo Grande voltou a registrar um caso de raiva canina - o último havia ocorrido em 1988, segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Capital. No dia 12 de julho, no Jardim Anache, um garoto foi mordido na mão por um cão que pertencia à sua avó. Após o incidente, o menino foi levado ao posto de saúde, onde recebeu os primeiros socorros e a dose de soro anti-rábico. Dez dias depois, o cachorro morreu e a família da criança entrou em contato com CCZ para recolher o animal. O órgão coletou amostras de sangue do cão e no dia 5 de agosto o resultado foi divulgado, sendo positivo para a doença. A criança continua sob observação pela Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau).
A nova incidência da raiva canina na Capital com que a administração municipal determinasse estado de alerta em ao menos seis bairros da zona norte da cidade - Jardim Anache, Nova Lima, Colúmbia, Vida Nova e Novos Estados - onde foi registrada a enfermidade. Nesses locais, o CCZ realiza trabalho intenso de vacinação e acompanhamento de animais e pessoas que tiveram contato com o cão infectado - medida tomada para evitar que a doença se alastre para outras áreas da cidade.
O animal diagnosticado com raiva canina no Jardim Anache apresentava sinais diferentes da doença comum. Segundo a diretora de vigilância em saúde da Sesau, Márcia Dalfabro, a família responsável pelo cão acreditava que ele estivesse com pneumonia, pois não apresentava sinais de excitação e irritabilidade (comuns à doença). Ao invés disso, o animal estava extremamente debilitado e melancólico. Pouco depois do incidente, o maxilar paralisou e, dias mais tarde, o cachorro morreu.
“Esses sinais não são os mais comuns da raiva, mas também podem ocorrer, dependendo do tipo da doença. O vírus é o mesmo, mas o tipo varia”, explica Márcia. (veja mais em infográfico nesta página). Segundo ela, a suspeita é de que o animal tenha sido infectado por uma mordida de um morcego, mas somente exames mais detalhados poderão confirmar essa hipótese. “Estamos esperando para saber o tipo de vírus”, diz.

Ações de combate
Segundo Márcia Dalfabro, assim que saiu o resultado do exame sorológico, as ações de profilaxia e prevenção foram iniciadas imediatamente no Jardim Anache e adjacências. “As equipes dos postos de saúde, bem como os agentes de saúde da região norte foram informados sobre o caso e o CCZ deu início aos cuidados com a população que teve contato com o animal. A área está toda em alerta”, diz Márcia. As medidas incluem a vacinação de pessoas que tiveram contato direto com o cão e também de outros animais que conviviam com o animal.
De acordo com a diretora, 18 pessoas, entre crianças e adultos, foram imunizadas contra raiva canina. Destas, oito também receberam o soro antirábico, que é utilizada nos casos em que pode ocorrer contaminação imediata com o vírus da doença. “Somente de dar comida na boca de um cachorro com raiva a pessoa pode ser contaminada, porque a saliva do animal está rica no vírus”, informa Márcia. Os oito moradores que, além da vacina, também foram medicadas com o soro, mantinham contato direto e diário com o cão morto.
Foi aplicada dose preventiva da vacina anti-rábica em 300 cães e gatos de moradores do Jardim Anache. Outros seis cachorros da região foram sacrificados, pois conviviam diretametne com o cão infectado. A diretora explica que não há tratamento para raiva em animais e a única solução é a eutanásia (sacrifício). “As equipes identificaram os cães que tinham contato direto com o animal em questão, mas o dono de um deles não quis entregá-lo. Entramos com pedido judicial, já que havia risco de dano coletivo, e o animal foi recolhido e morto”, afirmou.
A diretora de vigilância em saúde destaca ainda que, em casos como esse, “a profilaxia é sempre imediata porque a raiva é uma doença muito grave, principalmente quando transmitida para o homem. Temos casos confirmados de raiva humana apenas nas regiões norte e nordeste e também na Bolívia, que é vizinho, por isso temos que fechar o cerco à doença para que não contamine as pessoas aqui”, afirma.

Riscos
Márcia Dalfabro afirma que o maior risco da doença é a demora na manifestação dos sintomas. Em humanos, os primeiros sinais podem aparecer de quatro a seis meses após a contaminação. Nos animais, a média é de dez dias, mas também pode levar meses. “As ações de combate, quando há casos confirmados, devem ser rápidas e o acompanhamento, tanto dos animais vacinados quanto das pessoas da região, deve ser contínuo por até um ano”, afirma a diretora de vigilância em saúde.
No caso das 18 pessoas e os cerca de 300 animais vacinados, o acompanhamento é realizado pelos agentes de saúde que atuam na região norte. A Sesau também vai colocar à disposição 1 mil doses da vacina para a imunização de cães e gatos da área atingida. “A cobertura tem que ser eficaz e depois da confirmação a região está em estado de alerta”, lembra Márcia. O sangue dos seis cães sacrificados também foi recolhido pelo CCZ e o resultado sorológico deve sair nos próximos dias. Caso haja mais casos positivos, as medidas de prevenção serão intensificadas.

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PARALISAÇÃO DOS ÔNIBUS

Audiência termina sem conciliação e greve dos ônibus continua em Campo Grande

Motoristas ficaram indignados com a decisão judicial, a qual determina que 70% da frota volte a funcionar em horários de pico.

16/12/2025 19h22

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Motoristas do transporte coletivo urbano de Campo Grande lotaram o plenário do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, na tarde desta terça-feira (16), para acompanhar a audiência que debateu sobre a greve que paralisou os ônibus desde segunda-feira (14).

A audiência terminou sem conciliação e possibilidades entre o Consórcio Guaicurus, Município de Campo Grande e os profissionais da categoria. No entanto, o desembargador César Palumbo Fernandes determinou que 70% da frota voltasse a funcionar nos horários de pico.

"Não pode existir greve de 100% dos serviços essenciais. A determinação judicial deve ser cumprida. Amanhã, no primeiro período, a categoria vai estar trabalhando. Amanhã, pela manhã, o sindicato vai garantir que haja no período compreendido entre 6h e 8h30, 70% da frota funcionando. De 8h30 a 17h, 50% da frota atendendo a população. Entre as 17h e as 20h, 70% da frota. E após, 50% da frota no horário normal.", disse o desembargador.

Além disso, a multa, caso os ônibus não voltem a circular na manhã de quarta-feira (17), imposta ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, aumentou de R$ 100 mil para R$ 200 mil por dia de descumprimento da decisão.

Apenas metade da folha salarial de novembro foi paga, sendo que a outra parte não tem previsão de pagamento. Ao todo, a dívida em aberto chega a R$ 1,3 milhão líquidos a serem repassados aos trabalhadores.

Diante da decisão do desembargador, os profissionais da categoria se indignaram, levantaram e saíram da audiência. Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STCU-CG), disse que a greve está mantida por decisão dos próprios motoristas.

"A gente tá muito chateado com a Justiça do Trabalho por entender que quem paga a conta é sempre o trabalhador. No nosso entendimento, 70% ele simplesmente acabou com a greve. Infelizmente, vai continuar parado. Não é o que a gente quer, a população tá sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber, todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos", concluiu Demétrio Freitas.

O que disse o Município?

Na audiência, representando a Prefeitura de Campo Grande, a procuradora-geral do Município Cecília Saad afirmou que os repasses foram feitos pelo Executivo e, devidamente, depositados na conta do Consórcio Guaicurus.  De acordo com a representante, o valor destinado, na última sexta-feira (12), foi de R$  3.074.148,73.

Ela também relatou que, em junho/julho de 2024, foi publicado no Diário Oficial do Estado, que o governo se comprometeu em repassar quatro parcelas em torno de R$ 3 milhões, sendo duas no ano de 2025, e a terceira e a quarta em janeiro e fevereiro de 2026, respectivamente.

Diante destas afirmações, ela solicitou ao juiz o prazo de 24 horas para juntar a documentação e comprovar o pagamento ao Consórcio, o qual foi aceito pela autoridade.

Consórcio afirma que não tem dinheiro

Temis de Oliveira, presidente do Consórcio Guaicurus, confirmou o recebimento por parte da Prefeitura, mas alega que há outras pendências a serem pagas além da folha salarial, como os gastos com manutenção, diesel, mecânico, etc.  

"Hoje, o consórcio não tem caixa para pagar a parcela de 50% de novembro. Desses R$ 3 milhões (recebidos), haviam recursos que eram devidos de meses passados e a gente tinha outros compromissos".

"Sem aporte de alguma dessas verbas (cerca de R$ 4 milhões a serem recebidas pelo Consórcio), não temos mais saúde financeira, crédito nos bancos para poder buscar e resolver esses acordes", disse o prsidente Temis de Oliveira. Ele complementa: "Nós vamos procurar conversar com a Prefeitura para receber o que nós temos a receber ainda e negociar, negociar o tempo inteiro".

O presidente do Consórcio Guaicurus lembra que há o cumprimento do quarto termo aditivo do contrato, que precisa ser apurado mensalmente e um valor a ser recebido, algo que não ocorre desde 2022.

"Tem uma obrigação da AGEREG para, ao final de cada mês, fazer a apuração da diferença da tarifa pública para a tarifa técnica ou tarifa de remuneração e a prefeitura buscar os meios para pagar. Isso não tem sido pago desde 2022. Nós buscamos o recebimento dessas verbas também".

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ALERTA

OMS emite alerta sobre falsificação de medicamento usado no tratamento do câncer de mama

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa

16/12/2025 19h00

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado Divulgação

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a circulação de versões falsificadas do medicamento palbociclibe, comercializado sob o nome Ibrance.

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado.

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa.

Ao todo, nove lotes do produto foram relatados à organização em novembro deste ano, com registros na Costa do Marfim, Egito, Líbano, Líbia e Turquia.

Segundo o comunicado, os produtos falsificados foram oferecidos aos consumidores por meio de plataformas online e também encontrados em farmácias dessas regiões.

Fabricado pela Pfizer, o Ibrance tem alto custo. No Brasil, conforme dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), a menor dosagem do medicamento pode chegar a R$ 10.182.

Lotes falsificados

Os lotes confirmados como falsificados são: FS5173, GS4328, LV1850 e TS2190.

Já os lotes considerados suspeitos, ou seja, possivelmente falsificados, são: GK2981, GR6491, GT5817, HJ8710 e HJ8715.

A OMS classifica esses medicamentos como falsificados por apresentarem, de forma enganosa, informações sobre identidade, composição e origem.

Testes realizados pela Pfizer indicaram que as amostras analisadas não continham nenhum princípio ativo farmacêutico.

Além disso, foram identificadas discrepâncias nas embalagens. Alguns produtos falsificados chegaram a utilizar números de lote legítimos, mas apresentavam anomalias na embalagem, na serialização e na impressão das cápsulas.

Riscos e recomendações

De acordo com a OMS, o uso de medicamentos falsificados, como no caso do Ibrance, pode resultar em falha no tratamento, progressão descontrolada do câncer e aumento do risco de morte devido à ausência de efeito terapêutico.

A organização orienta que profissionais de saúde comuniquem quaisquer reações adversas inesperadas, ausência de resposta ao tratamento ou defeitos de qualidade às autoridades regulatórias nacionais ou aos sistemas locais de farmacovigilância. Em caso de identificação de lotes suspeitos ou falsificados, a recomendação é notificar a OMS.
 

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