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Bin Laden foi morto a tiros em operação militar

Bin Laden foi morto a tiros em operação militar

FOLHA ONLINE

02/05/2011 - 09h02
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O líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, foi morto com um tiro de um dos cerca de 20 militares da Marinha dos Estados Unidos que invadiram, de helicóptero, sua mansão de alta segurança em Abbottabad, a cerca de 50 km da capital paquistanesa.
A operação durou 40 minutos e deixou ainda um dos filhos de Bin Laden, uma mulher e dois homens mortos. Nenhum militar americano ficou ferido.

Os detalhes da ação ainda não foram confirmados pelo governo dos EUA, mas autoridades americanas e testemunhas paquistanesas revelaram algumas informações à imprensa.

"Depois da meia noite [16h em Brasília], um grande número de militares cercou o complexo residencial [de Bin Laden]. Três helicópteros estavam sobrevoando o local", disse Nasir Khan, morador da cidade de Abbottabad, onde fica a mansão do líder terrorista.
"De repente, houve tiros do chão em direção aos helicópteros. Houve um intenso tiroteio e eu vi um dos helicópteros cair", disse Khan, que viu a batalha de seu telhado.

Oficiais americanos consultados pela agência de notícias Reuters confirmaram que um dos helicópteros americanos foi perdido, mas disseram que houve uma falha mecânica e que todos os tripulantes foram retirados em segurança.

Um oficial americano citado pelo jornal "Telegraph" descreveu a operação como "cirúrgica", realizada por uma equipe pequena para minimizar efeitos colaterais, termo que designa morte de civis.

Os militares teriam descido de corda no complexo de Bin Laden, que resistiu, iniciando um novo tiroteio no local. Bin Laden teria morrido com um tiro na cabeça. Os disparos dos marines americanos mataram ainda um de seus filhos e dois importantes aliados que viviam no complexo com suas famílias. Uma mulher também foi morta após ser usada como escudo humano por um dos homens de Bin Laden. Outras duas mulheres ficaram feridas.

Depois da ação, os americanos deixaram o local em helicópteros.

O governo paquistanês afirmou que só soube da operação quando ela havia acabado. Em pronunciamento feito na TV na noite deste domingo (1º), o presidente norte-americano, Barack Obama, confirmou a morte e agradeceu a ajuda do Paquistão. O trabalho conjunto foi mencionado no discurso (leia íntegra aqui).

A identidade da equipe que matou Bin Laden também está sendo mantida sob sigilo, mas o próprio Barack Obama revelou que a CIA (agência de inteligência americana) esteve envolvida no planejamento e execução da operação.

O que se sabe é que os homens fazem parte de uma unidade SEAL --a força de elite da Marinha, cujo nome é um anagrama com as iniciais de sea, air e land (mar, ar e terra em inglês).

Mansão

Abbottabad é um destino popular de férias de verão, localizado em um vale cercado de morros verdes perto da Caxemira paquistanesa. Militantes islâmicos, principalmente os que lutam na Caxemira indiana, costumavam ter campos de treinamento perto da cidade.

A mansão de Bin Laden na cidade foi construída em 2005. Alguns jornais especulam que ela já tenha sido construída com todos os recursos de segurança para manter o líder da Al Qaeda seguro.
Na época em que foi construído, o complexo residencial ficava em uma área isolada, no fim de uma estrada de terra. Com os anos, contudo, mais casas surgiram nos arredores.

Mesmo assim, a mansão se destacava das demais. Segundo o jornal "Telegraph", ela ocupava uma área oito vezes maior que qualquer vizinho. Era protegida ainda por dois portões de segurança e muros de cinco metros, com arame farpado no topo.

O prédio principal, a casa de Bin Laden, tem três andares. Poucas janelas de todo o complexo tinham vista para a parte externa e o terraço era escondido dos vizinhos por um muro de dois metros.

Apesar do tamanho, não havia telefone ou internet e todo o lixo produzido no complexo era queimado, segundo oficiais americanos consultados pela Reuters.

"Tudo que vimos, a segurança extremamente elaborada, o passado dos moradores e seu comportamento e a localização do complexo eram perfeitamente consistentes com o que nossos especialistas esperavam de um refúgio de Bin Laden", disse um dos nomes da administração Obama, em condição de anonimato.

Investigação

A inteligência americana chegou ao complexo residencial após mais de quatro anos investigando um dos aliados mais confiáveis de Bin Laden, que oficiais americanos disseram ter sido identificado pelos homens capturados após os ataques de 11 de Setembro.

"Detentos também identificaram esse homem como um dos poucos espiões de confiança de Bin Laden. Eles indicaram que ele estaria vivendo com Bin Laden ou sendo protegido por ele", disse um funcionário de alto escalão do governo americano.

Em agosto de 2010, as autoridades descobriram que o mensageiro vivia com seu irmão e familiares em um prédio de alta segurança. O mensageiro e um de seus irmãos estariam entre os mortos na operação.

"Quando nós vimos o complexo onde os irmãos viviam, ficamos chocados com o que vimos: um complexo extremamente único", disse o funcionário.

"O resumo de nossa investigação é que lá havia um alvo terrorista de grande valor. Os especialistas que trabalharam neste tema por anos descobriram uma grande probabilidade de que o terrorista que se escondia lá era Osama bin Laden", disse outro funcionário da administração Obama.

Em março, Obama ficou sabendo dos resultados da investigação e realizou a primeira de cinco reuniões na Casa Branca. Nestes encontros, ele soube de todos os detalhes da operação.

Os EUA chegaram a consideram um ataque de míssil por um avião não tripulado, mas excluíram a possibilidade pelos riscos de um grande número de civis mortos. Em vez disso, Obama autorizou na sexta-feira (29) a operação de helicóptero que seria realizada nas primeiras horas de domingo, no horário paquistanês. 

Novela da saúde

Estado e Município têm 90 dias para apresentar Plano Emergencial para caos na Santa Casa

O hospital enfrenta problemas constantes de superlotação, falta de insumos e falta de dinheiro para pagar profissionais de várias áreas, com risco de paralisação de serviços essenciais

17/12/2025 17h15

Santa Casa vem enfrentando problemas de falta de insumos, de repasse e de espaço

Santa Casa vem enfrentando problemas de falta de insumos, de repasse e de espaço FOTO: Paulo Ribas/Correio do Estado

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul determinou que o Estado de Mato Grosso do Sul e o Município de Campo Grande têm 90 dias para apresentarem um Plano de Ação que se mostre eficaz à plena retomada do atendimento integral no Hospital Santa Casa. 

A decisão foi dada após o MPMS entrar com uma Ação Civil com o objetivo de impedir o agravamento da crise assistencial enfrentada pela Santa Casa de Campo Grande. 

O hospital, maior do Estado que atende o Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta problemas constantes de superlotação extrema, falta de insumos, dívidas acumuladas com médicos e fornecedores, comprometendo a continuidade dos serviços prestados. 

Na ação, o MPMS descreve o cenário como um “colapso institucional”, com setores essenciais funcionando muito acima da capacidade, superlotação do pronto-socorro agravada por uma reforma iniciada sem planejamento financeiro e sem conclusão após mais de dois anos de obras. 

Segundo o órgão, a unidade funciona em condições precárias há anos, com pacientes aguardando atendimento em ambiente inadequado, como os corredores, além do desabastecimento de medicamentos e insumos, falta de materiais cirúrgicos, dívidas com médicos e prestadores e o risco real de paralisação de atendimentos de alta complexibilidade. 

Diante desse quadro, o Estado e o Município, com a participação da Santa Casa, têm 90 dias para apresentarem um plano emergencial concreto voltado para a regularização integral dos atendimentos, regularização dos estoques, reorganização do fluxo do Pronto-Socorro, além de garantir um cronograma físico-financeiro para a retomada plena dos serviços. 

Em caso de descumprimento, deve ser aplicada multa no valor de R$ 12 milhões mensais, valor correspondente ao déficit apontado pelo hospital. O valor deve ser pago de forma dividida igualmente entre o Estado e o Município, mediante o sequestro de R$ 6 milhões das contas de cada um. 

A decisão da 76ª Promotoria de Justiça enfatiza que a situação ultrapassou o limite da gestão interna do hospital e ameaça diretamente o direito fundamental à saúde. 

“A ação civil pública destaca que o que está em risco não é apenas a administração de um hospital, mas a vida de milhares de pacientes que dependem diariamente da Santa Casa. A crise instalada ultrapassa qualquer margem de tolerância administrativa, e o MPMS atua para impedir que a situação se transforme em tragédia assistencial, garantindo respostas imediatas e soluções estruturais para que o SUS continue a prestar atendimento em saúde com segurança e respeito ao cidadão”, ressaltou o Ministério Público. 

DÍVIDAS E GASTOS

Como noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, a Santa Casa de Campo Grande afirma ter gasto, mensalmente, quase R$ 1 milhão a mais do que recebeu considerando as internações de alta e média complexidade durante o ano passado, o que contribui com o deficit alegado em um balanço que foi divulgado este ano – de R$ 98,4 milhões durante o exercício de 2024.

Segundo documento que o Correio do Estado obteve com exclusividade, o hospital tinha um teto de R$ 46.907.889,12 para ser gasto em 2024 com internações de alta complexidade – serviços e procedimentos que exigem alta tecnologia, alto custo e infraestrutura especializada.

Santa Casa vem enfrentando problemas de falta de insumos, de repasse e de espaçoFeito por Denis Felipe com IA

Porém, a entidade ultrapassou em cerca de R$ 2,5 milhões deste montante, o que resultou em um gasto operacional de R$ 49.484.607,38.

De acordo com o orçamento anual de 2024 do governo do Estado, foram destinados R$ 1 bilhão de recursos somente para internação em unidades hospitalares, o que corresponde a 42,52% dos R$ 2,3 bilhões investidos na saúde ano passado.

Somente para a Santa Casa foram R$ 108,9 milhões no decorrer do ano, o que significou dizer que só ela recebeu 40% do total que foi aplicado para internações em Mato Grosso do Sul.

Para este ano, houve uma redução de cerca de R$ 90 milhões do recurso para internações em unidades hospitalares no Estado, ou seja, diminuiu para R$ 919 milhões. Entretanto, o destinado para a Santa Casa se manteve no mesmo patamar, mas, mesmo assim, a unidade tem reclamado por mais recursos.

Mesmo que o montante extrateto seja considerado alto, equivale a apenas 10,78% do deficit apresentado durante o exercício do ano passado.

De acordo com relatório anual divulgado pelo hospital em março deste ano, 2024 fechou com prejuízo de R$ 98,3 milhões, bem distinto do apresentado em 2023, quando fechou com superavit de R$ 27,5 milhões.

Ao longo dos anos, o deficit acumulado da Santa Casa soma R$ 514,8 milhões. Outro fator que ajuda a explicar a conta fechando no vermelho são os constantes empréstimos que a instituição faz.

Nos últimos anos, o maior empréstimo realizado foi feito em janeiro de 2024, quando a entidade pegou R$ 248 milhões na Caixa Econômica Federal (com taxa de juros mensal de 1,36%), quantia que foi utilizada para amortizar outros dois empréstimos que foram feitos anteriormente, uma estratégia utilizada para diminuir os juros.

A mais recente foi reportada pelo Correio do Estado no início do mês de novembro, quando foi adquirido R$ 5 milhões para auxiliar no pagamento de uma das cinco folhas salariais atrasadas com os 400 médicos, débito que acumula cerca de R$ 30 milhões.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre governo federal, Prefeitura de Campo Grande e governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Porém, o hospital alega que o valor não seria suficiente para suportar a demanda atual da unidade de saúde, além de não sofrer reajuste desde 2023.

 

*Colaborou Felipe Machado

Campo Grande

Sob multa diária de R$ 50 mil, dentistas recuam sobre greve na Capital

Decisão favorável à prefeitura postergou possibilidade de paralisação em duas semanas

17/12/2025 16h45

Assembleia da categoria realizada nesta quarta-feira (17)

Assembleia da categoria realizada nesta quarta-feira (17) Foto: Divulgação / Sioms

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Sob pena de multa diária de R$ 50 mil, a greve dos dentistas de Campo Grande, com início previsto para esta quarta-feira (17), foi temporariamente suspensa pela Justiça.  A suspensão do movimento grevista foi deliberada em assembleia realizada pela categoria nesta manhã. 

A paralisação dos cirurgiões-dentistas da rede pública municipal, que suspenderia por 30 dias os atendimentos em 44 postos de saúde da Capital, foi barrada judicialmente após um parecer favorável à prefeitura na noite desta terça-feira, decisão que sustenta a multa contra os sindicalistas. 

Apesar da interupção temporária do movimento paredista, o desembargador Luiz Tadeu Barbosa Silva confirmou que a Prefeitura de Campo Grande não está cumprindo as decisões judiciais, e a Justiça pode considerar o movimento grevista legítimo, caso a administração municipal não "entre na linha" dentro de 15 dias. Ou seja, na prática, o parecer apenas postergou a paralisação desta semana.

O desembargador confirmou que as decisões judiciais em favor dos sindicalistas não vêm sendo cumpridas de forma célere pela Prefeitura de Campo Grande, com registros de "dilação, advertências judiciais e imposições de medidas coercitivas no juízo de origem". 

“Nossa categoria respeita a Justiça, por isso decidimos suspender a paralisação, isso não significa que abrimos mão dos nossos direitos, nem que vamos recuar. Continuamos em estado de greve, cobrando que a Prefeita cumpra a ordem judicial para fazer o reposicionamento do plano de cargos e carreiras”, informou o presidente do Sioms, David Chadid.

Na ocasião, Chadid reforçou a legalidade do movimento. “Nós temos a convicção de que nosso movimento é legítimo e legal, pois seguimos todos os trâmites que a lei de greve determina, então nosso advogado pediu reconsideração da Justiça, demonstrando por meio de documentos que estamos fazendo o correto”, pontuou.

Imbróglio

No dia 15 de dezembro, o juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Ariovaldo Nantes Corrêa, negou mais prazo para a implementação do reposicionamento do plano de cargos e carreira, determinando que em 15 dias a gestão municipal cumprisse os pagamentos sobre o plano de cargos e carreira da categoria, sob pena de triplicar a multa ao Executivo Municipal em caso de descumprimento, advertindo a prefeita, em caso de desobediência. 

“Ficando desde já advertidos de que o descumprimento injustificado da ordem judicial implicará na incidência das penas de litigância de má-fé sem prejuízo da responsabilização do gestor por crime de desobediência nos termos do que dispõe o artigo 26 da Lei nº 12.016/2009”, advertiu o juiz.

Cabe destacar que, conforme previsto em Diário Oficial, a administração municipal  deve entrar de recesso entre 22 a 26 de dezembro e  29 de dezembro a 2 de janeiro de 2026, em virtude das festividades de fim de ano. As partes tentam um acordo há mais de um mês. 

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