Cidades

VIOLÊNCIA

Após um mês de ocupação, traficantes tentam recuperar drogas e dinheiro escondidos no Complexo do A

Após um mês de ocupação, traficantes tentam recuperar drogas e dinheiro escondidos no Complexo do A

R7

29/12/2010 - 20h15
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Um mês após a ocupação policial nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, os traficantes da principal facção criminosa fluminense começam, aos poucos, a se rearticular. Fontes da polícia ouvidas pelo R7 disseram que os bandidos estão recolhendo dinheiro e drogas que ficaram escondidos no local e levando para outras comunidades. Investigações ainda revelam que bocas de fumo estariam funcionando em algumas favelas da Penha, mas sem a exibição de armas.

Segundo um policial, para não chamar muita atenção, os líderes da facção mandaram subordinados sem mandados de prisão recolherem dinheiro e drogas que ficaram no local e transportarem o material em fundos falsos de veículos para outras favelas controladas pela organização criminosa, como Manguinhos e Jacarezinho, na zona norte, por exemplo.

Os traficantes, de acordo com o agente, estão usando o dinheiro recolhido para pagar fornecedores e comprar mais entorpecentes. Já as drogas recuperadas estão sendo vendidas em outras comunidades para se obter mais recursos e continuar com os negócios.

Antes da ocupação, os complexos do Alemão e da Penha recebiam cerca de 90% das drogas da principal facção criminosa e concentravam todo o dinheiro arrecadado pelo grupo com a venda de entorpecentes, segundo a Polícia Civil. Com a presença das forças policiais e militares, os principais chefes fugiram e deixaram o material no local.

A mesma fonte da polícia fluminense disse ao R7 ter recebido informações de que haveria pontos de drogas funcionando em algumas localidades da Penha, como a Fé, Sereno, Chatuba e Caixa D´Água, mas sem traficantes armados.

Segundo o policial, apesar de ter perdido muitas armas durante a ocupação, os bandidos não estão buscando repor o arsenal porque priorizam a compra de drogas.

Os principais líderes da facção que estavam soltos continuam em liberdade um mês após a ocupação, como Fabiano Atanásio da Silva, o FB, Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, Alexander Mendes da Silva, o Polegar, e Marcelo da Silva Leandro, o Marcelinho Niterói.

- Cada um está agindo por si para recuperar os prejuízos. Os líderes da facção que estão soltos não estão conseguindo contato com os chefões presos e estão espalhados por diversos locais, inclusive fora do Estado - conta um policial.

Ao ser questionado pelo R7 sobre as denúncias, um representante do Batalhão de Campanha da Polícia Militar que ocupa o Alemão e a Penha informou que os dois complexos estão sendo patrulhados 24 horas por dia, apreensões de drogas e armas estão sendo feitas constantemente e que não há vestígios da presença de traficantes na região. O oficial disse que ainda não foram feitas prisões de bandidos tentando fugir com armas e dinheiro das comunidades.

Uma resposta do Estado

A operação no Complexo do Alemão faz parte da reação da polícia à onda de violência que tomou conta do Rio de Janeiro em novembro, quando dezenas de carros foram incendiados em vários pontos da cidade e aconteceram ataques a policiais.

A ação dos criminosos foi vista pelo governo estadual como uma resposta às UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) instaladas nos dois últimos anos em comunidades antes dominadas pelo tráfico.

Para conter os ataques, a polícia, com apoio das Forças Armadas, realizou uma grande ofensiva no dia 25 de novembro na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, forçando a fuga de centenas de traficantes para o vizinho Complexo do Alemão, onde foram cercados nos dois dias seguintes.

Na manhã de 28 de novembro as polícias Civil e Militar, com ajuda da Marinha e do Exército, fizeram a ocupação do Complexo do Alemão e, simbolicamente, fincaram a bandeira nacional no alto do morro, devolvendo à população o território antes ocupado pelo tráfico.

As buscas por armas e drogas continuam desde então. De acordo com registros da Polícia Civil, foram apreendidas ao menos 36,6 toneladas de drogas, 496 armas de diversos tipos e 58 explosivos. O levantamento indica ainda 133 suspeitos presos e 440 carros recuperados.

 

PESSOA FÍSICA

Comissão da Câmara aprova projeto que autoriza estandes de tiro particulares

Poderão ser considerados estandes de tiro particulares espaços fixos, móveis ou permanentes, instalados em imóveis privados, tanto na área urbana quanto rural

17/12/2025 10h30

Comissão da Câmara aprova projeto que autoriza estandes de tiro particulares

Comissão da Câmara aprova projeto que autoriza estandes de tiro particulares Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que permite a construção e o uso de estandes de tiro particulares por pessoas físicas. A proposta é do deputado federal Marcos Pollon (PL-MS).

O projeto prevê que os estandes possam ser usados para prática esportiva, recreativa e treinamentos com armas de fogo. A justificativa é que, para além da posse legal, o uso responsável do armamento depende de prática frequente e treinamento adequado.

Com a aprovação na comissão, o texto segue agora para análise da Comissão de Desenvolvimento Urbano. Antes de chegar ao plenário, a proposta ainda precisará passar por outras etapas de tramitação na Câmara.

Pelo texto, poderão ser considerados estandes de tiro particulares espaços fixos, móveis ou permanentes, instalados em imóveis privados, tanto na área urbana quanto rural, desde que o local pertença ou esteja sob posse legítima do proprietário. Esses estandes deverão ser cadastrados na Polícia Federal e vinculados ao CPF do responsável.

Para funcionar, os estandes terão que cumprir uma série de exigências. Entre elas estão isolamento acústico e estrutural adequado, medidas de segurança para evitar acidentes e autorização da prefeitura quanto à localização, respeitando o Plano Diretor e o Código de Posturas do município. 

As condições de segurança também deverão ser atestadas por engenheiro registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), por meio de Anotação de Responsabilidade Técnica.

A proposta afirma ainda que a medida busca garantir o direito ao treinamento com armas de fogo de forma segura, fiscalizada e dentro das regras previstas em lei.

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SUCCESSIONE

Neno Razuk é condenado a 15 anos por relação com o jogo do bicho

Deputado estadual poderá recorrer da pena em liberdade; além dele, outras 11 pessoas também tiveram condenações proferidas no mesmo processo

17/12/2025 09h00

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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A 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) decidiu pela condenação do deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), em investigação que apontou ele como o chefe de uma organização crimonosa voltada ao jogo do bicho. A pena é de 15 anos e 7 meses de prisão. A condenação foi proferida  na segunda-feira e sentencia outras 11 pessoas.

Investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) aponta que Neno Razuk seria o líder de organização criminosa que estaria intensificando suas práticas em Campo Grande após as prisões de Jamil Name e Jamil Name Filho durante a Operação Omertà, deflagrada em 2019 pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) contra milícias armadas.

Conforme consta em documento que decretou as prisões preventivas de 20 alvos da quarta fase da Operação Successione, deflagrada no mês passado, a família Razuk é “conhecida há décadas pela exploração ilegal do jogo do bicho e com expertise nas negociatas relacionadas ao ilícito”.

O texto diz ainda que eles “tem praticado crimes de toda ordem, entre os quais assaltos à mão armada e lavagem de dinheiro”, mais especificamente na região de Dourados.

Além de Neno, também foram condenados: Carlito Gonçalves Miranda; Diogo Francisco; Edilson Rodrigues Ferreira; Gilberto Luis dos Santos; José Eduardo Abduladah; Júlio Cezar Ferreira dos Santos; Manoel José Ribeiro; Mateus Aquino Júnior; Taygor Ivan Moretto Pelissari; Valnir Queiroz Martinelli; e Wilson Souza Goulart.

Neno Razuk pegou 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado, porém, terá o direito de recorrer em liberdade. Ao Correio do Estado, o advogado André Borges, que faz a defesa do deputado, disse que vai recorrer da sentença.

“Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça”, declarou.

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

BUSCAS

Em novembro deste ano, o Gaeco apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk.

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Também estava entre os alvos de prisão Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como “Marquinho”, chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

Segundo a apuração do Gaeco, Rhiad teria assumido os negócios com o jogo do bicho após a prisão do pai, José Eduardo Abduladah, na primeira fase da operação, em 2023.

A primeira fase da Operação Successione foi deflagrada em dezembro de 2023 e cumpriu 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

JOGO DO BICHO

Segundo a investigação, a disputa pelo controle do jogo do bicho em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamil Name Filho, durante a Operação Omertá, em 2019, que comandavam a contravenção na Capital.

Após as prisões, a família Name teria vendido seus pontos para um grupo de São Paulo, o MTS – que seria uma abreviação diferente para Mato Grosso do Sul, porém, segundo as investigações do MPMS, o grupo dos Razuk teria tentado tomar esses pontos “na marra” e sob o uso de violência. Foi uma tentativa de roubo a um malote do jogo do bicho que chamou a atenção das autoridades para investigar a situação.

“A organização criminosa, comandada por Neno Razuk, efetuou, ao menos, três assaltos muito similares em desfavor dos denominados recolhes, motociclistas responsáveis pela arrecadação diária dos valores provenientes do jogo do bicho nos diversos pontos em que atuam [e à época trabalhando para outra organização, conhecida por MTS e vinda de São Paulo], executados à mão armada, todos na data de 16/10/2023, à luz do dia, contando com aparato especial para a investida, o que chamou a atenção das autoridades, que iniciaram as investigações que culminaram no ajuizamento de ação penal”, mostra trecho da investigação do MPMS.

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