Cidades

Primeiro de MS

Grávida com morte cerebral mantida
viva para gerar filho é 3º caso do Brasil

Essa é a primeira vez que caso é registrado em Mato Grosso do Sul

ALINY MARY DIAS E KLEBER CLAJUS

02/03/2017 - 12h11
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A história comovente da grávida campo-grandense Renata Souza Sodré, de 22 anos, que há mais de um mês teve morte cerebral constatada e é mantida viva para gerar o filho, é o primeiro registrado em Mato Grosso do Sul e o terceiro de que se tem notícia no Brasil. A equipe médica responsável pela gestação da jovem detalhou, no final da manhã de hoje, como estão sendo feitos os cuidados da jovem.

Grávida de quase cinco meses, Renata passou mal em casa e foi socorrida até posto de saúde no bairro Tiradentes no fim do mês de janeiro. No dia 30, já na Santa Casa, ela teve Acidente Vascular Cerebral (AVC) e morte cerebral. Desde então, por autorização da família, Renata é mantida viva até que o bebê complete 28 semanas, prazo a ser completado só daqui a cinco semanas.

A médica intensivista Patrícia Leal, que integra a equipe da Santa Casa responsável pelos cuidados de Renata, conta que ela está em um leito de isolamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os cuidados são redobrados para que ela não tenha qualquer tipo de infecção que acelere o nascimento do filho. Além de aparelhos, medicamentos intravenosos são usados para manter a jovem viva. 

"A Renata veio para a Santa Casa com um quadro muito parecido a gestante do Paraná. Ela também teve hemorragia cerebral, passou por neurocirurgia e não teve melhora. No dia 30 foi diagnosticada morte cerebral, conforme protocolo do Conselho Federal de Medicina"

Segundo a médica, outros dois casos semelhantes ocorridos em Colatina (ES) e Campo Largo (PR) estão ajudando a equipe da Capital sobre os procedimentos que são feitos. Intercâmbio com equipe do Espírito Santo já é feito e contato com médicos paranaenses devem ocorrer em breve. Outra ajuda os médicos da Capital buscam com equipe de Portugal, que tem estudo publicado sobre gestantes que têm morte cerebral.

“O caso dela é especial pela formação do bebê, até o momento ele está estável e são realizados ultrassom mais de uma vez por dia. Tem se apresentado bastante ativo, com batimentos cardíacos adequados e medidas estão batendo com idade gestacional”.

Assim que o bebê atingir as 28 semanas de vida dentro do útero de Renata, cesárea será feita e a mãe deve voltar para a UTI, onde equipe especializada em transplante de órgãos analisará a jovem para decidir o que poderá ser doado. A família da jovem autorizou doação de todos órgãos, com exceção das córneas.

“Órgãos estão estáveis, assim que se faça o parto, ela volta para UTI para verificarmos quais podem ser doados”, conta a enfermeira chefe da da comissão hospitalar responsável por doações de órgãos, Ana Paula Neves.

Enfermeira chefe e médica falam sobre caso de gestante (Foto: Kleber Clajus/Correio do Estado)

A HISTÓRIA 

Aos 25 anos, Eduardo Noronha vive o drama de acompanhar a gestação da esposa que está internada em um leito de Unidade Terapia Intensiva (UTI), sem chances de sobreviver.

Ele conta que vivia com a esposa no bairro Vivendas do Parque, que Renata tinha boa saúde e trabalhava com serviços gerais. Há pouco mais de um mês, a jovem passou mal em casa e foi levada até posto de saúde do bairro.

O estado de saúde se agravou e a gestante precisou ser transferida para a Santa Casa de Campo Grande. Depois de dois dias, ela sofreu Acidente Vascular Cerebral (AVC) e teve morte cerebral constatada.

Após o impacto de saber sobre a morte, a família foi comunicada pela equipe médica do hospital que Renata poderia ser mantida viva para que o bebê, um menino que a família chamará de Iago, ficasse forte o suficiente para ser trazido ao mundo por meio de uma cesárea.

Todos aceitaram e desde então Renata é mantida viva por aparelhos. “O que ela mais queria era ter um filho, e eu não ia desistir do sonho dela", conta Eduardo, que tomou a decisão em companhia da mãe e irmã de Renata. 

Atualmente, Renata está com 23 semanas de gravidez e o bebê só poderá ser retirado quando completar 28 semanas. Aos sete meses, daqui a pouco mais de um mês, Renata dará a luz e terá os aparelhos que a mantêm viva desligados.

"Foi uma fatalidade, mas decidimos manter a criança porque por mais que uma vida não troque a outra, teremos uma lembrança dela", completa Eduardo.

Para a família, que autorizou a doação de órgãos da gestante, ficará a lembrança de uma jovem que partiu cedo, mas que conseguiu cumprir a missão que mais queria: ser mãe. 

Família espera chegada de Iago, bebê gerado por grávida com morte cerebral (Foto: Bruno Henrique/Correio do Estado)

Educação e ensino

UFGD divulga gabarito preliminar do vestibular 2026; confira

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

17/12/2025 18h18

Divulgação/ UFGD

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulgou nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital.  

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

Confira a lista preliminar da 1ª opção de curso aqui!

Confira a lista preliminar da 2ª opção de curso aqui!

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Cidades

Tribunal de Justiça aprova projeto com 300 cargos para assessores de confiança

Aprovado na LOA para 2026, TJMS terá orçamento avaliado em mais de R$ 1,4 bilhão, o que equivale a um aumento de 7,3% em relação ao valor atual

17/12/2025 17h30

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul Foto: Divulgação / TJMS

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul aprovou, nesta quarta-feira (17), projeto que cria novos cargos em comissão de assessoria. De acordo com o órgão público, a medida busca enfrentar o aumento da demanda processual, reduzir atrasos e garantir melhores condições de trabalho às unidades judiciais, especialmente aquelas com maior acúmulo de processos.

Ao todo, o projeto prevê a criação de 300 cargos para assessores comissionados, sendo 50 vagas para assessor de desembargador e 250 para assessoria vinculados a juizes de primeiro grau, divididos em 150 para a entrância especial, 75 para a segunda entrância e 25 para a primeira entrância, além de cargos de assessoramento jurídico-administrativo. 

Durante a discussão na sessão administrativa do Órgão Especial, foi destacado que o Judiciário estadual enfrenta dificuldades decorrentes da vacância de cargos e da elevada carga de trabalho em determinadas varas. Como alternativa, a administração propôs a ampliação do número de assessores, priorizando juízos mais sobrecarregados, de forma gradual e conforme a disponibilidade orçamentária.

A iniciativa da presidência do TJMS, sob o comando do desembargador Dorival Renato Pavan, será submetida à apreciação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, após os trâmites necessários, poderá ser implementada conforme as possibilidades financeiras do Tribunal.

Aumento na gastança

Em meio ao cenário de corte de gastos por conta da queda na arrecadação de tributos, o Governo do Estado publicou, na terça-feira (16), no Diário Oficial, a Lei Orçamentária Anual (LOA), que prevê aumento de gastos nos Poderes.

Enquanto os orçamentos dos respectivos setores aumentaram em 7,9%, a estimativa de crescimento geral de receitas do Executivo, responsável pelos repasses a estes órgãos públicos, teve acréscimo de apenas 2,9%. 

O Tribunal de Justiça, que terá mais 300 salários de assessores para pagar caso seja implementado o projeto, simplesmente acrescentou R$ 100 milhões ao orçamento de 2026, passando dos atuais R$ 1.364.912.200,00 para R$ 1.464.780.100,00, o que equivale a um acréscimo de 7,3%.

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