PREVIDÊNCIA

Governador tem pressa, mas servidores ainda querem debater reforma

Trabalhadores lotaram a Assembleia e sessão acabou suspensa

9 NOV 2017 • POR MARESSA MENDONÇA E IZABELA JORNADA • 12h30

Servidores estaduais lotaram a Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira (9) e pediram novos debates antes da aprovação do texto da reforma da previdência em Mato Grosso do Sul. Os gritos dos manifestantes foram tão intensos que a sessão acabou suspensa pelos deputados. 

O  projeto da reforma da previdência foi encaminhado pelo governador para a Assembleia Legislativa no dia 31 de outubro e a expectativa é de que seja aprovado ainda este mês. 

"Eles querem aprovar sem debater com quem mais importa o projeto. A matéria precisa ser devolvida para a previdência e ser mais debatida", declarou o presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), Jaime Teixeira.

Os manifestantes disseram que não querem a aprovação do projeto aqui no Estado antes da aprovação da medida provisória federal que trata sobre o aumento da contribuição previdenciária para o servidor público. 

Como estratégia, eles querem agendar reuniões com os deputados para tratarem sobre o assunto. "Vamos usar a tribuna também. Vamos entrar com documentação para impedir essa votação", completou o presidente da Fetems. 

Teixeira alega que existem vários pontos na reforma que prejudicam os servidores. "O fundo previdenciário, por exemplo, e o congelamento de salários que vai ocorrer se tiver esse aumento de 6 pontos percentuais", detalhou. 

O aumento que o sindicalista se refere é dos 22% para 28% da contribuição patronal. Ele teme que o empregador use o reajuste de contribuição como argumento para não conceder aumento salarial. 

Em resposta aos protestos, o líder do governo na Casa de Leis, Rinaldo Modesto (PSDB), garantiu que a matéria não será aprovada “a toque de caixa” e que debates vão acontecer, sim. "É um assunto delicado, mas que é necessário. Não tem como fugir da reforma", disse.

Os servidores foram ao local porque ficaram preocupados com declaração do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) de que tem pressa pela aprovação da reforma. "Governador tem pressa. Isso não pode ser resolvido com pressa", finalizou Teixeira.

A REFORMA 

O projeto enviado para a Assembleia deve aumentar de 11% para 14% a alíquota previdenciária e de 22% para 28% a patronal.

A expectativa da administração do Estado com a reforma é reduzir o deficit da previdência de R$ 83,7 milhões para R$ 48,6 milhões por mês.

Com o aumento na contribuição dos servidores, o Estado deve arrecadar R$ 9.428.693,00 com a taxa previdenciária e R$ 25.647.521,00 com a patronal.