No primeiro turno, o Santos não teve dó dos adversários que lutavam para fugir da zona de rebaixamento e aproveitou a coincidência da tabela para emendar uma boa sequência de vitórias e desgarrar da parte de baixo para iniciar sua ascensão no Campeonato Brasileiro. Porém, nesta reta final da competição, o mesmo Santos, ao reencontrar os adversários que seguem lutando pela permanência na elite, não teve a mesma eficiência até aqui. E isso pode lhe custar o objetivo de terminar o Brasileiro dentro do G4, com uma vaga na próxima Libertadores assegurada.
Primeiro, a equipe ficou no 0 a 0 com o Joinville, em Santa Catarina. Depois, veio mais um empate sem gols diante do Flamengo, interrompendo a série de 15 vitórias seguidas na Vila Belmiro. Em seguida, o Peixe caiu por 1 a 0 para o Coritiba, em partida com portões fechados no Couto Pereira. Foram dois pontos conquistados em nove disputados contra duas equipes que estavam na zona da degola e um Flamengo que já não aspira mais nada na temporada.
“A maioria dos nossos jogos nessas finais de competição foram com as equipes que não estavam em uma boa posição, com exceção ao Flamengo. Tivemos jogos com o Joinville, em um campo impraticável. O jogo com o Flamengo, na quinta, também com um campo impraticável. Mais um momento difícil contra o Vasco agora”, admitiu o técnico Dorival Júnior, já preocupado com o duelo de domingo, marcado para São Januário e considerado de vida ou morte para os cariocas.
O jogo válido pela penúltima rodada do Brasileiro acontecerá em meio às finais da Copa do Brasil, o que pode indicar mais uma vez um Santos com muitos reservas em campo. Com a queda do time para a 6ª colocação, com um ponto a menos que São Paulo e Internacional (ambos com 56 contra 55), o Peixe pode acabar morrendo na praia depois de crescer de uma forma avassaladora.
“Nós fizemos de tudo pelo resultado, não abrimos mão, fomos atrás. Acredito eu que tenhamos até merecido uma sorte melhor no jogo contra o Coritiba”, lamentou Dorival, defendendo sua posição de poupar os titulares no jogo que poderia ter colocado o alvinegro praiano de volta no G4.
O reflexo dos tropeços seguidos ficou marcado pelo silêncio dos jogadores na volta de Curitiba. Nenhum atleta falou com a imprensa e Dorival optou por fechar os dois treinos antes da primeira decisão da Copa do Brasil, contra o Palmeiras, nesta quarta. A pressão sobre o time da Baixada aumentou diante dos fracassos no Brasileiro e o título agora é visto como prioridade no clube, já que se transformou na oportunidade mais palpável de disputar a Libertadores de 2016.