O Ministério Público (MP) da Suíça abriu uma investigação envolvendo o dono do PSG, Nasser Al-Khelaifi, nesta quinta (12). A informação foi dada através de um comunicado do próprio órgão suíço.
O procedimento aberto pelos promotores está conectado à investigação sobre o ex-secretário geral da Fifa Jérôme Valcke e está relacionada às vendas de direitos de TV da Copa do Mundo à emissora BeIN Sports, da qual Nasser Al-Khelaifi é chefe executivo.
Houve uma operação de busca na sede em Paris da emissora.
Nasser Al-Khelaifi é também dono do PSG. Foi ele quem bancou a transferência recorde de Neymar ao clube francês no mês de agosto desembolsando 222 milhões de euros para o Barcelona.
Uma investigação foi aberta em 20 de março por "suspeitas de corrupção privada, fraude, gestão desleal e falsificação de documentos", declarou o MP suíço, afirmando que uma operação "coordenada" foi realizada por vários países neste processo.
França, Grécia, Itália e Espanha cooperaram na investigação.
O comunicado da promotoria nesta quinta informou que "novos procedimentos investigativos envolvendo Al-Khelaifi foram abertos por conta de descobertas de possíveis atos criminais após representantes da promotoria interrogarem Valcke no mês de outubro como suspeito".
O comunicado explicou que as investigações envolvem também um empresário do mundo esportivo, cujo nome não foi publicado.
"As suspeitas são de suborno, fraude, má gestão criminal e falsificação de documento. Se suspeita que Jérôme Valcke tenha aceitado vantagens indevidas de um empresário no setor dos direitos esportivos em relação à concessão de direitos de mídia para certos países na Copa do Mundo da FIFA em 2018, 2022, 2026 e 2030 e de Nasser Al-Khelaifi em conexão com A concessão de direitos de mídia para certos países nas Copas do Mundo da Fifa em 2026 e 2030", disse em nota.
"Ninguém foi preso e a presunção de inocência se aplica. Até à data, foram recebidos 180 relatórios de suspeita de lavagem de dinheiro em conexão com as investigações de futebol. A Promotoria está conduzindo cerca de 25 processos penais na série de investigações relacionadas ao futebol e atualmente está analisando documentos apreendidos contendo dados", completou.
OUTRO LADO
A emissora negou qualquer tipo de irregularidade e afirmou que cooperará com as investigações.
"BeIN Media Group nega todas as acusações de corrupção publicadas pelos investigadores suíços sobre a venda direitos televisivos de Copas do Mundo. A BeIN confirma que autoridades francesas fizeram buscas no escritório na França, mas nega qualquer crime", disse em comunicado
"Por conta de um pedido da promotoria, o escritório da BeIN Sports na França foi alvo de busca nesta manhã. Os empregados do local cooperaram com as autoridades até o final das buscas. A BeIN nega todas as acusações. A companhia vai cooperar com as autoridades e está confiante com o desenvolvimento das investigações", completou.
Já a Fifa, também em comunicado, manifestou apoio a iniciativa do MP da Suíça.
"A Fifa é parte danificada nesta investigação, de acordo com as disposições aplicáveis do direito processual suíço", afirmou em nota. "A Fifa não pode fazer mais comentários nesta fase, tendo em vista o fato de que a investigação pelas autoridades está em andamento."