O juiz Marcelo Bretas converteu nesta segunda-feira (9) a prisão temporária do presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman, em preventiva, o que torna sua saída da cadeia sem prazo definido. Na mesma decisão, o magistrado renovou a prisão temporária de Leonardo Gryner.
Bretas entendeu que ambos ainda podem interferir nas investigações sobre a suposta compra de votos na eleição do COI (Comitê Olímpico Internacional) que escolheu o Rio como sede da Olimpíada de 2016.
O caso de Nuzman foi considerado mais grave em razão do e-mail em que o dirigente determina o pagamento de R$ 5,5 milhões com recursos do comitê organizador da Rio-16 a um escritório de advocacia para sua defesa criminal.
"O investigado ocupa a presidência do COB há mais de 20 anos, exercendo grande poder e influência sobre seus integrantes, provavelmente, a maioria lá colocada por ele. Tal influência ficou clara com a situação anteriormente exposta em que bastou um e-mail de Nuzman para efetivar o pagamento de R$ 5.500.000,00 (cinco milhões e quinhentos mil reais) para a prestação de serviços advocatícios", escreveu Bretas.
Embora o e-mail indique emissão de nota fiscal para o serviço e aprovação para o pagamento, a assessoria do comitê Rio-16 afirma que o pagamento não foi feito. Segundo o órgão, houve veto do Conselho Diretor, que determinou o cancelamento da nota fiscal.
Gryner teve a prisão temporária renovada porque a Polícia Federal ainda não conseguiu acessar o e-mail da ex-secretária de Nuzman, Maria Celeste, para que o senegalês Papa Massata Diack enviou mensagens cobrando a suposta propina.
O magistrado entendeu que até a disponibilização dessas mensagens, há risco à investigação.