Aos 22 anos, Isaquias Queiroz é anunciado como "lenda da canoagem" pelo locutor do evento do Estádio da Lagoa. Bicampeão mundial, ele ainda quer colocar no currículo a medalha olímpica para efetivamente entrar nesse rol. Mas, já na eliminatória do C1 1000m masculino, na manhã desta segunda-feira, na Zona Sul do Rio de Janeiro, o competidor fez jus ao título dado pelo animado apresentador e ganhou com tranquilidade a segunda bateria da prova mais longa da modalidade nos Jogos. Com o tempo de 3m59s615, ele ficou à frente de Martin Fuksa, da República Tcheca e, por conta de uma mudança de última hora no regulamento antes do início das disputas, já está classificado para a final, que será realizada nesta terça-feira.
- Logo que entrei na água para o aquecimento vi a minha mãe chegando aqui. Já me deu um incentivo a mais, ela e meu irmão foram os primeiros a chegar. Com os brasileiros gritando na arquibancada é sensacional, é muita energia. A estreia foi muito boa, poder começar com uma vitória, mas nada está garantido ainda. O tcheco que veio na minha eliminatória é muito forte, mas acredito que na final dá para ir mais forte na disputa com o campeão olímpico, o (Sebastian) Brendel, que é o cara a ser batido nessa Olimpíada. Foi muito boa a prova, mas espero ser melhor na final - disse Isaquias logo após a prova e a classificação.
O alemão Sebastian Brendel, principal rival de Isaquias e atual campeão olímpico, ficou em primeiro lugar na primeira bateria do dia, com o tempo de 3m58s044, e também está garantido direto na final. Ao lado dele e de Isaquias também passou direto à final Sherghei Tarnovschi, da Moldávia, com o tempo de 4m05s193, que competiu na bateria 3.
De acordo com informações obtidas pelo GloboEsporte.com, dois atletas se retiraram das provas do C1 1000m na manhã desta segunda-feira. Assim, a organização da canoagem velocidade decidiu por classificar os vencedores de cada uma das três baterias, enquanto os demais disputam as semifinais às 10h30 (de Brasília) desta segunda-feira, na briga pelas outras cinco vagas na decisão de terça.
Ainda segundo fontes do GloboEsporte.com, Isaquias entraria com outra estratégia caso ainda tivesse de passar por uma outra fase para chegar à decisão. Ele não teria entrado com ritmo tão forte, pois se cansaria para a semi. Quando a comissão técnica liderada pelo espanhol Jesús Morlán soube da mudança no regulamento, colocou o baiano para dar seu máximo e tentar a classificação em primeiro, o que, no fim das contas, deu certo.
ANA PAULA VERGUTZ VAI À SEMIFINAL
Também na manhã desta segunda-feira, o Brasil garantiu vaga na semifinal do K1 200m feminino. Ana Paula Vergutz, do Paraná, ficou em sexto lugar em sua bateria após marcar o tempo de 44s239. A vitória na prova foi da francesa Sarah Guoyt, com 40s317. Agora, ela volta para a água às 11h, e compete logo na primeira das três semifinais.
Trata-se da única representante feminina do Brasil na canoagem velocidade. A loira ficou conhecida nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015, no Canadá, quando se tornou a primeira mulher do país a subir ao pódio da competição ao garantir o bronze na disputa do K1 500m. Nos Jogos Olímpicos, ela vai participar de duas provas, o K1 500m e o K1 200m.
ENTENDA A CANOAGEM VELOCIDADE
"K1, K2, C1, C2, K4... Mas o que significa isso?" Parece confuso, mas a explicação é bastante simples. Nas nomenclaturas, C e K se referem aos tipos de barcos, canoas ou caiaques. Esse último, em inglês, se escreve "kayak", portanto, utiliza-se a letra K. Quando a disputa é em uma canoa, começa com C.
O número ao lado se refere à quantidade de competidores no mesmo barco. Por exemplo, se um atleta compete no C1 1000m, ele rema a bordo de uma canoa em um percurso de 1000m, sozinho. Ele participa também do C1 200m, ou seja, compete individualmente em um percurso de 200m, usando uma canoa. No caso do C2 1000m, é a mesma coisa, mas esse esportista terá um outro atleta ao seu lado na canoa, por isso, C2.