Madson, Willian Arão, Christiano, Renan Fonseca, Lucas e Roger Carvalho são apenas parte dos nomes pouco conhecidos. Foi assim na base da aposta e da reconstrução que Botafogo e Vasco desbancaram os "favoritos" da dupla Fla-Flu para protagonizar a final dos clubes de menor folha salarial dentre os quatro grandes. E esse sucesso surpreendente será colocado à prova a partir deste domingo, quando eles se enfrentam no Maracanã, às 16h (de Brasília), no primeiro jogo da final do Campeonato Carioca.
Os rivais chegam à decisão após uma remontagem quase completa de seus elencos. Na virada do ano, o Alvinegro dispensou quase 20 atletas e contratou 13. Em São Januário, o Vasco renovou apenas um de 14 contratos encerrados, com 19 novos jogadores. Na administração dos clubes, novas diretorias - claro que nem tanto no caso de Eurico Miranda - tentando afastar a desconfiança dos dois times.
Com a vantagem de dois empates, o Botafogo, campeão da Taça Guanabara e time que mais tempo ficou na liderança da competição, sofreu um baque de última hora com a suspensão deJobson em decisão da Fifa. Além de precisar reverter a vantagem, o Vasco tem um desafio: encerrar o jejum de 12 anos sem título estadual - mesmo período que ficou entre 1958 e 1970.
As semelhanças fora de campo serviram até de fator de união. Aliados da Ferj, Vasco e Botafogo têm folha do futebol inferior a R$ 3 milhões - quase metade da dos rivais Flamengo e Fluminense, que ficaram pelo caminho. Na falta de grana e sem patrocínio master - o time de São Januário aguarda confiante a renovação com a Caixa, mas usa a marca na camisa há meses de graça -, soluções criativas com patrocinadores pontuais, que as duas camisas estamparam durante todo o Carioca.
- Foi uma reconstrução. Houve troca de diretoria, muitos jogadores novos, comissão técnica nova, eu chegando. Juntos, estamos construindo degrau a degrau desse campeonato desse ano. Acredito que temos feito um bom trabalho. Nosso primeiro objetivo era conquistar o Carioca e estamos na final. Ainda faltam dois degraus, mas o trabalho está bom e a tendência é seguir nessa linha - disse o técnico Doriva, de 42 anos, uma das novidades do Vasco.
Campeão da Taça Guanabara contra a maior parte dos prognósticos, o Botafogo se permite almejar um objetivo ainda maior. Presente a oito das últimas 10 decisões do Campeonato Carioca, o Alvinegro ressalta a diferença de enfrentar um adversário mais experiente, enquanto tem um grupo formado por poucos atletas acostumados a decisões. Mesmo assim, se vê pronto para uma nova conquista.
- O Botafogo está preparado para ser campeão. Depois que ganhamos a Taça Guanabara nas condições que ganhamos, o time está preparado. Será difícil. Nós temos uma parada dura pela frente. O time do Vasco é um peso pesado - ressaltou o técnico René Simões.
Luis Antônio Silva dos Santos, o Índio, apita a partida, auxiliado por Wagner de Almeida Santos e Silbert Faria Sisquim.