Atletas da primeira equipe de refugiados da história dos Jogos Olímpicos chegaram ao Rio de Janeiro nesta sexta-feira. Acenando para os presentes, os cinco atletas do Sudão do Sul, que vivem no campo de refugiados de Kakuma, no Quênia, após fugirem da guerra e da fome em sua terra natal, desembarcaram no Aeroporto do Galeão. Eles disputarão competições de atletismo. São eles: Anjelina Nadai Lohalith (1.500 metros), Rose Nathike Lokonyen (800 metros) pelo feminino, e Yiech Pur Biel (800 metros), James Nyang Chiengjiek (400 metros) e Paulo Amotun Lokoro (1.500 metros) no masculino.
- Eu me sinto muito, muito segura agora. Estamos seguros. Eu estou feliz demais de representar um time de refugiados, porque é algo que nunca ocorreu na história dos Jogos Olímpicos. É claro que são duas coisas acontecendo ao mesmo tempo, a boa, aqui, e a ruim, no nosso país, mas mesmo assim eu não consigo deixar de ficar feliz, mesmo sendo tão difícil de aceitar. Mas temos que concentrar no que vamos fazer aqui sem deixar o que está acontecendo no nosso país nos afetar – falou Anjelina Nadai Lohalith.
Os sul-sudaneses desembarcaram por volta de 9h00 no terminal destinado a voos domésticos. Isso se deu porque eles fizeram uma escala em São Paulo. Antes já haviam parado em Joanesburgo, África do Sul. Acompanhada deles estava a queniana Tegla Chepkite Loroupe, presidente da fundação que leva seu nome e que oferece apoio aos atletas refugiados.
- O grande objetivo deles é representar os milhões de atletas refugiados que existem e vivem em outros países. Eles estão ansioso para competir e fazer seu melhor. O presidente do COI, Thomas Bach, se deu conta da importância de que os refugiados estejam na Olimpíada. São pessoas que estiveram em uma situação extremamente crítica e agora estão aqui no Rio de Janeiro como atletas. Você pode ver em seus rostos que eles estão felizes e querendo mostrar seu talento – opinou Tegla Loroupe.
Questionada sobre como é a vida de um refugiado, Lokonien Rose Nathike preferiu falar sobre a alegria de chegar ao Rio e se limitou a agradecer ao Comitê Olímpico Internacional pela chance de disputar as Olimpíadas.
- Estamos todos felizes porque o COI está nos dando essa oportunidade.
Os sudaneses se juntarão aos sírios Ramis Anis (natação, 100 metros borboleta) e Yusra Mardini (100 metros livres e 100 metros borboleta) e aos congoleses Yolande Mabika (judô, peso médio) e Popole Misenga (judô, peso médio). Esses dois últimos, os judocas, já moram no Rio de Janeiro. Os demais vivem na Alemanha, Bélgica e Luxemburgo. Resta apenas o maratonista Yonas Kinde chegar ao Brasil para completar a delegação de dez atletas refugiados.
Criada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) e apoiada pela ONU (Organização das Nações Unidas), a equipe olímpica de refugiados será a primeira da história dos Jogos Olímpicos.