Economia

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Planejamento garante aposentadoria melhor e qualidade de vida

Especialista orienta que profissional deve pensar no tema ainda jovem

OSVALDO JÚNIOR

15/05/2016 - 07h00
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Aos 55 anos, a preocupação central de Mauro Soares, que trabalha desde a infância, é com a aposentadoria.

No entanto, ele terá de aguardar, no mínimo, mais sete anos para concretizar o seu projeto. “Eu demorei muito. Faz tempo que era para eu ver isso”, admite Mauro. Se pudesse voltar no tempo, conforme disse, mudaria algumas coisas, como, por exemplo, seguir contribuindo durante os anos em que trabalhou como ajudante de maquinário em uma fábrica no Japão.

Mas como o tempo não retroage, é fundamental iniciar o quanto antes a preparação para aposentadoria.

Leia orientações dadas pelo superintendente de produtos da Brasilprev, Sandro Bonfim.

Correio do Estado - Qual a importância da previdência privada a quem busca qualidade de vida depois de aposentado?

Sandro Bonfim - É importante que a pessoa se prepare com bastante antecedência. Se ela começar a fazer isso muito tarde, muito depois, o caminho ficará íngreme, mais difícil e, por isso, terá que ter acumular muito recurso financeiro para manter a qualidade de vida depois de aposentado.

O ideal, portanto, é que ele comece a poupar o mais cedo seja o quanto antes possível. A vantagem da previdência é que é um dos melhores instrumentos para esse tipo de poupança, em função das vantagens fiscais que ela agrega, toda a possibilidade de diferir o Imposto de Renda e aproveitar as vantagens do imposto e até pagar menos em função da tributação regressiva.

Qualquer pessoa pode adquirir um plano de previdência privada? Há restrições? Quais?

Qualquer pessoa pode contratar, na verdade qualquer pessoa deve buscar investir para manter a qualidade de vida depois da aposentadoria. A previdência privada é uma das ferramentas, é um dos instrumentos. Não há restrição.

O único ponto que a pessoa precisa ficar atenta é a escolha do correto plano que vai adquirir. Se ela tem a possibilidade de obter o incentivo buscar do abatimento no Imposto na Declaração Anual, deve buscar o PGBL.

Se não tem essa possibilidade, faz a declaração simplificada ou porque não faz o imposto, deve buscar o VGBL. Ou quem faz a simplificada, porque não paga imposto, ou porque já faz 12% da renda bruta anual de contribuição para o PGBL , e se quiser aportar um pouco a amais, deve buscar um PGBL.

Todas essas nuances deve ser dada no momento da consultoria da venda, da aquisição do plano. Essa consultoria é dada nos planos da Brasilprev, devido à venda consultiva, feita nas agências do Banco do Brasil.

Quais as diferenças entre a previdência privada e a social? 

Via de regra, quando olhamos ao redor do mundo – e no Brasil segue-se a mesma regra –, a Previdência Social tem um caráter muito mais de subsistência; é uma garantia, uma renda mínima que se deve ter para que você se mantenha com uma qualidade de vida mínima quando se aposentar.

Já a previdência privada é complementar a isso. O ideal é que, numa linha lógica de investimento, que a pessoa tenha a Previdência Social.

Ou seja, que faça, sim, as contribuições da Previdência Social, mas que busque complementar, por meio de uma previdência privada, aquele valor, aquele montante que ela precisa para se aposentar, mantendo o padrão de vida, não só para a subsistência quando se aposentar, mas para manter o padrão de vida antes disso. A previdência privada não deve competir com a Previdência Social.

Poderia, por favor, elencar algumas dicas sobre como se planejar para ter qualidade de vida durante a aposentadoria?

Isso tem muito a ver com os pilares da Brasilprev, que eu até cheguei a falar nas questões anteriores. O primeiro pilar, sem dúvida alguma, é que é importante se preparar financeiramente: iniciar o quanto antes a poupança para ter um saldo no momento da aposentadoria – para ter recursos e, assim, ter uma vida mais tranquila.

De nada adianta a pessoa se planejar corretamente, financeiramente falando, juntar dinheiro para ter segurança lá na frente se não trabalhar ao longo desse período na qualidade de vida também.

Nesse sentido, entra toda a parte de a pessoa priorizar e ter qualidade de vida, ter boa condição de saúde, para que se chegue na data de aposentadoria com recursos  financeiros e energia para aproveitar esse período da vida. Esse conceito de concatenar a educação financeira com a qualidade de vida é super importante.

*Leia mais sobre o assunto na edição de hoje (15) do jornal Correio do Estado.

HABITAÇÃO

Contratação de crédito imobiliário registra queda 33,9% no primeiro bimestre em MS

Em janeiro e fevereiro foram negociadas 591 unidades habitacionais no Estado, ante os 894 imóveis financiados no ano passado

19/04/2024 08h30

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O volume de imóveis financiados em Mato Grosso do Sul apresentou queda de 33,89% nos primeiros dois meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), no 1º bimestre foram negociadas 591 unidades por meio de financiamentos, o que resultou em R$ 222,642 milhões disponibilizados para negociações com recursos da poupança. 

Já em janeiro e fevereiro do ano passado foram negociadas 894 unidades por meio de crédito imobiliário utilizando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), e o valor das operações quase chegou a R$ 290 milhões (R$ 289.449.681,00). Quando analisados os valores, a diferença resulta em redução porcentual de 23,08%.

Em janeiro do ano passado foram disponibilizados R$ 161,620 milhões - para 487 unidades negociadas, contra R$ 113,143 milhões e 283 imóveis do primeiro mês de 2024, ou seja, R$ 48,477 milhões a menos liberados para a compra de imóveis.

Segundo análise de especialistas, a redução do volume aplicado na poupança teve influência direta no cenário de Mato Grosso do Sul.

Em fevereiro de 2023 os recursos chegaram a R$ 127,829 milhões (407 unidades), ante as 308 unidades deste ano, e R$ 109,498 milhões, redução de R$ 18,331 milhões.

Dentre os principais motivos para a queda dos financiamentos no Estado, o principal é o juro alto praticado pelos bancos nas operações imobiliárias. As taxas ainda estão muito parecidas com a da Selic, fazendo que o valor contratado do financiamento quase dobre ao final do período.

Nas simulações feitas pelo Correio do Estado, por exemplo, as taxas de juros em financiamentos imobiliários no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que utiliza os recursos do sistema brasileiro de poupança, variaram entre 9,5% e 12,5% ao ano, a depender do relacionamento que o cliente tem com o banco.

O economista Renato Gomes explica que o panorama está também relacionado aos resgates e os saques que têm acontecido nas aplicações da poupança.

“Os brasileiros estão tirando dinheiro da poupança pela baixa atratividade, uma vez que essas pessoas estão interpretando, que não está compensando manter o dinheiro na poupança”, pontua.

Gomes destaca ainda que os valores acumulados na poupança são destinados para aquisições imobiliárias por meio do SBPE, uma modalidade de crédito que depende dos recursos da poupança. 

“Esse recurso fica escasso e, portanto, ocorre uma queda na quantidade, no volume de financiamento advindo desta linha de crédito, que é o financiamento imobiliário pela poupança”, detalha o economista.

HISTÓRICO

Nos seis anos anteriores, houve uma instabilidade no volume de negócios fechados através dos financiamentos com recursos da poupança.

De acordo com o relatório da Abecip, entre 2018 e 2021 os números de unidades e valores negociados ficaram em ascensão. Já nos dois últimos anos houve declínio nos financiamentos.

 

Em 2018 foram 3.544 imóveis financiados em Mato Grosso do Sul. O número subiu para 4.038 em 2019, para 6.200 em 2020 e atingiu o ápice em 2021, quando 10.543 unidades foram negociadas no Estado.

Conforme agentes do setor, a pandemia da Covid-19 impactou em mais pessoas trabalhando de casa e com isso muitos saíram do aluguel e compraram a casa própria no período. 

Em valores, o montante também teve ascensão nos anos citados, saindo de R$ 759,076 milhões nos 12 meses de 2018 para R$ 2,653 bilhões em 2021, alta 249% no período. 

Já em 2022, o valor disponibilizado para financiamentos imobiliários com recursos da poupança no Estado reduziram para R$ 2,606 bilhões, resultado 9.104 moradias negociadas. Enquanto no ano passado, houve uma segunda queda tanto em valores (R$1,826 bilhão) quanto em unidades financiadas (5.944).

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Economia

Petrobras quer retomar obras em navios inacabados pré-Lava Jato

Embarcações eram construídas por estaleiro que fechou as portas após início da operação

18/04/2024 21h00

Fernando Frazão; Agência Brasil

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A Petrobras estuda uma maneira de retomar as obras de dois navios petroleiros remanescentes das encomendas feitas ainda no primeiro programa de revitalização da indústria naval brasileira, nas primeiras gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As embarcações eram construídas pelo estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), que fechou as portas em 2015 após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Hoje, elas pertencem ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financiou as obras.

Os dois navios eram parte de um contrato de quatro embarcações do tipo Panamax assinado entre o Mauá e a Transpetro, subsidiária da Petrobras para o transporte de petróleo e derivados.

Delas, apenas uma foi entregue. Outras duas estavam em fase avançada de construção e a quarta, ainda em estágio inicial. Os navios mais avançados passaram anos no cais do estaleiro Mauá e hoje estão no estaleiro Ilha, na zona norte do Rio, que pertence ao mesmo grupo.

Em evento sobre o setor nesta quinta-feira (18), o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, disse que a empresa vem negociando com o BNDES a compra dos navios para concluir as obras. "É intenção da Transpetro retomar esses navios", afirmou.

Uma das embarcações sofreu inundações na casa de máquinas durante o período em que esteve parado no Mauá, o que danificou o motor. A troca demandaria abrir novamente o casco, o que é um desafio ao projeto.

"Não é simples", afirmou Bacci. "Para trocar o motor tem que fazer uma cesariana no navio", comparou. A ideia seria contratar um estaleiro para realizar a operação e concluir as obras.

Na época, os navios foram encomendados por US$ 87 milhões, cada um. Foi a última licitação de navios do programa naval dos primeiros governos Lula, que tenta novamente fomentar a atividade do setor.

A Transpetro prepara-se para lançar licitação para a encomenda de quatro navios para o transporte de combustíveis, já aprovadas pela Petrobras, mas cujo leilão depende de medidas do governo para ampliar competitividade dos estaleiros brasileiros.

Entre elas, está a retomada da cobrança de imposto de importação sobre navios, que ficaram isentos em lei aprovada pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Outra é a aprovação pelo Senado de projeto de lei que acelera a depreciação de ativos industriais no país, que já passou pela Câmara.
Bacci reforçou que a Transpetro estuda contratar mais doze navios --quatro de combustíveis líquidos e oito de gás de cozinha-- mas a encomenda ainda não foi aprovada pela Petrobras e, portanto, deve ficar para 2025.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu que, apesar dos problemas do passado, o Brasil deve voltar a fomentar a indústria naval "sem nenhum sentimento de culpa".

Ele apresentou a demanda da Petrobras para o setor, que inclui módulos de plataformas de produção de petróleo, desmantelamento de plataformas antigas e a construção de navios e embarcações de apoio à produção.

A companhia já lançou licitação para 12 barcos de apoio a plataformas em alto mar e planeja licitar mais 10 ainda este ano. Outros 11 serão necessários até 2030. Ao todo, são previstos investimentos de US$ 2,5 bilhões, com a geração de 28 mil empregos.

Prates defendeu também a retomada de obras de refino paralisadas pela Lava Jato, como a Refinaria Abreu e Lima e o antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
"Temos que terminar, vamos retomar uma por uma. Vai virar o quê? Elefante branco, com 80% concluído, como essa planta de fertilizantes do Mato Grosso do Sul? Se for viável, faremos."

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