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Novo diretor da CVM defende mercado como fonte de investimento em infraestrutura

Novo diretor da CVM defende mercado como fonte de investimento em infraestrutura

AGÊNCIA BRASIL

29/08/2016 - 23h00
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O novo diretor da Comissão de Valores Mobiliários, Henrique Machado, apresentado hoje (29), no Rio de Janeiro, ao mercado de capitais, ressaltou o momento que o país está vivendo de retomada do crescimento, que aponta para a presença positiva do mercado de capitais como fonte de investimento para obras de infraestrutura. O governo, segundo ele, reconhece a importância do investimento privado, “até porque as fontes públicas já não são tão disponíveis”.

A ideia é fomentar o investimento privado, com a participação do mercado de capitais, com foco em infraestrutura, seja pela aquisição de ações ou pela aplicação em fundos. O novo diretor da CVM, autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, empossado em julho passado, disse ver o indicativo de um momento mais saudável no país com “aumento dos índices de confiança em vários segmentos, redução do CDS (do nome em inglês Credit Default Swap, que funciona como um seguro do risco) do Brasil, a queda do dólar. A gente vive um momento de decisão. Hoje é um dia histórico”, sustentou.

Nesta segunda-feira (29), o Senado recebe a presidente afastada Dilma Rousseff que apresenta sua defesa, na véspera da votação sobre seu afastamento definitivo ou não da Presidência da República. O diretor da CVM reiterou que essa é uma oportunidade de retomada salutar para a economia brasileira de maneira geral. O mercado de capitais se ressentiu, segundo ele, após um longo período em que o investimento resultou de uma política fiscal “menos equilibrada, que causava aumento da taxa de juros básica da economia, aliada, na outra ponta, com crédito subsidiado e uma política de isenção”.

Machado avaliou que a taxa de juros elevada atraía a poupança popular para aplicação em títulos públicos, tornando menos atrativo adquirir títulos privados, o que contribuía para enfraquecer o mercado de capitais. “E o crédito subsidiado acabava sendo interessante para as empresas que precisavam de recursos”. Nesse quadro, opinou que a renda fixa era muito mais interessante do que a renda variável: “Financiar o Tesouro (Nacional), em uma análise de risco, era muito mais interessante do que você se tornar sócio de uma empresa”.

O diretor da CVM Disse que as medidas anunciadas pela equipe econômica do governo interino de Michel Temer apontam para o equilíbrio fiscal, que deve possibilitar, “em algum momento”, redução da taxa de juros, diluição da política de subsídios. Tudo isso, comentou, vai criar um cenário macroeconômico positivo para a retomada do mercado de capitais.

Henrique Machado admitiu, contudo, que essa retomada do crescimento não será tão rápida como se gostaria, embora acredite que será um caminho ascendente e mais ativo, com o próprio índice da Bolsa de Valores subindo. “A gente deve ter nos próximos anos retomada também do mercado de capitais”, apostou.

Procurador do Banco Central (BC), Henrique Machado foi secretário do Conselho Monetário Nacional (CMN) e secretário-executivo do Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização (Coremec), entre 2010 e 2016. O diretor da CVM informou que uma das infrações que merecem um olhar mais atento da autarquia e também constitui preocupação do mercado é a prática de insider trading (uso indevido de informação privilegiada).

Segundo ele, a CVM, na sua função sancionadora, deve mostrar rigor na punição dessas práticas lesivas ao cidadão, às empresas e ao mercado, e inibir sua ocorrência. Advertiu, entretanto, que antes de aplicar a punição, é preciso instruir o mercado sobre o que se deseja. Com esse objetivo, a CVM lançou em junho deste ano campanha esclarecendo o que é o insider trading, quais são as condutas que configuram essa infração, de modo a deixar claro o que não quer que aconteça no mercado.

Para ele, o órgão sancionador do mercado de capitais deve ter uma atuação “persistente, consistente e efetiva”, o que não está atrelado necessariamente ao tamanho da multa aplicada, cujo teto alcança R$ 500 mil. É preciso considerar também o tamanho do benefício auferido, embora, algumas vezes, essa multa máxima possa parecer pequena, ponderou.

Economia

Lula diz que não quer criticar taxa de juros, mas que 'está difícil'

Presidente afirma que crescimento da economia neste ano vai surpreender os 'pessimistas'

22/04/2024 18h00

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva Agência Brasil/

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (22) que não iria repetir as tradicionais críticas às taxas de juros, para não ofuscar as medidas que são anunciadas pelo seu governo. No entanto, acrescentou que "todo mundo sabe que está difícil".

"Eu não quero nem falar mal de juros, de outras coisas, se não a manchete do jornal será essa e não o programa Acredita", afirmou o presidente Lula.
"Você veja que ninguém falou mal de juro, que ninguém falou mal. Todo mundo sabe que está difícil, mas hoje, aqui, a gente tomou a seguinte decisão: a gente não ficar lamentando o que é difícil, o que a gente não controla. A gente vai fazer aquilo que a gente pode", completou.

Lula participou na manhã desta segunda-feira (22) de cerimônia de lançamento do Acredita, no Palácio do Planalto. Trata-se de de um programa estimular o crédito para empreendedores e famílias de baixa renda, além de renegociar dívidas de pequenos negócios.

A MP (medida provisória) que institui o programa prevê ainda medidas para impulsionar o mercado imobiliário e facilitar atração de investimentos estrangeiros para o Brasil.
O mandatário acrescentou que está otimista com o desempenho da economia brasileira. Disse que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), em 2,9%, surpreendeu já os críticos e analistas, mas que ainda não é o índice ideal. Acrescentou que "ainda é pouco".
"Um crescimento de 2,9% em 2023 é claro que é pouco, mas, diante da expectativa do mercado, foi excepcional. Não sou eu ou o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad acreditando na economia, são os empresários acreditando na economia", afirmou.
Lula então acrescentou que o crescimento da economia neste ano vai surpreender os "pessimistas".

"Eu quero alertar aos pessimistas: esse país vai crescer neste ano mais do que vocês falaram até agora. Os empregos vão ser gerados mais do que vocês imaginaram até agora. A massa salarial vai crescer mais do que vocês falaram até agora", completou.
O presidente então exaltou o programa lançado nesta segunda-feira, acrescentando que o desenvolvimento do país está necessariamente atrelado à criação de oportunidades e oferta de crédito para a população. E então disse que o principal benefício do programa é atender uma parcela da população que necessita de uma ordem menos de recursos, mas que não são atendidos pelos bancos privados.

"As pessoas que precisam de R$ 1.000, R$ 500, de R$ 1.500, de R$ 2.000, para curar uma dor qualquer que tenham dentro de casa. Banco não foi preparado para receber pobre, que chegue lá de sandália, não vou dizer o nome da sandália para não fazer propaganda", disse o presidente.
 

Economia

Bolsa sobe com impulso da Petrobras; dólar passa a cair

Investidores aguardam divulgação de índice de inflação acompanhado pelo Fed

22/04/2024 17h00

Arquivo/Agência Brasil

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A Bolsa brasileira engatou alta no início da tarde desta segunda-feira (22) com apoio das ações da Petrobras, que avançavam quase 2%.

O mercado segue acompanhando os desdobramentos sobre o pagamento dos dividendos da petroleira. Na sexta (19), a Folha noticiou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu sinal verde para o governo votar pela distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da Petrobras.

A medida deve significar um ingresso de cerca de R$ 6 bilhões aos cofres da União, acionista controlador da empresa estatal.

Em comunicado ao mercado, a estatal disse que a maioria do conselho considera satisfatórios os esclarecimentos e atualizações sobre a financiabilidade da empresa no curto, médio e longo prazo de modo que a eventual distribuição dos dividendos não comprometeria a sustentabilidade da empresa.

"Eventual distribuição dos 50% remanescentes pela companhia, a título de dividendos intermediários, será avaliada pelo conselho de administração ao longo do exercício corrente", disse a Petrobras.


No câmbio, o dólar registrou alta durante a manhã, mas passou a registrar queda ante o real, num movimento de correção após forte alta na última semana.

Investidores estão à espera dos dados do índice de inflação americano PCE, o preferido do Federal Reserve (banco central americano), na sexta-feira. Após números de preços ao consumidor deste mês, os mercados adiaram apostas num primeiro corte de juros pelo Fed para setembro.

O mercado também aguarda números do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA referentes ao primeiro trimestre, a serem divulgados na quinta.

Às 13h50, o Ibovespa subia 0,61%, aos 125.88 pontos, enquanto o dólar recuava 0,32%, cotado a R$ 5,182. As ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras subiam 1,87%.
Investidores também seguem de olho nas perspectivas fiscais do Brasil, num momento em que cresceram as apostas em desaceleração do afrouxamento monetário do Banco Central devido aos riscos de deterioração das contas públicas.

Em teoria, um ritmo mais lento de afrouxamento monetário no Brasil seria positivo para o real, uma vez que isso preservaria melhor a rentabilidade do mercado de renda fixa, atraindo investidores estrangeiros.
No entanto, esse impulso poderia não ter efetividade caso fosse motivado por deterioração do risco fiscal, já que esse também é um fator levado em consideração por agentes financeiros na hora de escolher destinos de investimento.

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