A taxa de subutilização da força de trabalho no país ficou praticamente estável no terceiro trimestre do ano, fechando em 23,9% do mercado de trabalho – crescimento de apenas 0,1 ponto percentual frente aos 29,8% relativos ao segundo trimestre.
Os números, no entanto, significam que ainda representa 26,8 milhões de pessoas sem trabalho adequado no país. O cenário nacional demonstra uma condição que Mato Grosso do Sul insere-se na tangente. Entre as menores taxas está o Estado, com 12,8%.
Ainda aparecem nessa estatística de forma com destaque para menor índice: Santa Catarina (8,9%), Mato Grosso (12,0%), Rondônia (12,2%), Paraná (13,0%) e Rio Grande do Sul (13,0%).
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados hoje (17), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de subutilização, segundo os parâmetros do IBGE, agrega a população desocupada, os subocupados por insuficiência de horas e os que fazem parte da força de trabalho potencial.
"O trabalhador desiste de procurar por algum motivo. A estatística da desocupação, para os leigos, é um dado positivo. Mas as medidas de subutilização da força de trabalho podem mostrar que essa estabilidade da desocupação está escondendo um aumento da subutilização da força de trabalho”, explicou o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, em entrevista à Carta Capital, em agosto deste ano.
PROBLEMAS COMBINADOS
Deste total apurado pelo IBGE, 18,5% (o equivalente a 19,2 milhões de pessoas) diziam respeito à taxa combinada de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e desocupação (pessoas ocupadas com uma jornada de menos de 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar em um período maior, somadas às pessoas desocupadas).
Em relação ao segundo trimestre, essa taxa combinada mostrou estabilidade, uma vez que equivalia a 18,6% do total da força de trabalho. Quando a comparação se dá com o 3º trimestre de 2016, de 16,5%, há um aumento da taxa de 2,1 pontos percentuais.
No terceiro trimestre de 2017, as maiores taxas foram verificadas na Bahia (30,8%), no Piauí (27,7%), em Sergipe (25,2%), no Maranhão (24,9%) e em Pernambuco (24,5%).
CRITÉRIO
A subutilização da força de trabalho identifica o grupo de pessoas que está desocupada, ou que trabalha menos de 40 horas semanais e gostaria de trabalhar mais e também por quem gostaria de trabalhar, mas não está procurando vaga, ou procurou, mas não estavam disponíveis na hora da pesquisa (força de trabalho potencial).
O resultado desse índice demonstra o quanto a economia do Estado desperdiça de mão de obra.
RENDIMENTO MÉDIO
O IBGE também analisou o rendimento médio habitual das pessoas ocupadas no País. O valor identificado neste 3º trimestre foi de R$ 2.115, enquanto que no trimestre anterior estava em R$ 2.108.
Mato Grosso do Sul, nesse critério de avaliação, está com média menor que a nacional. A Pnad Contínua indicou que quem mora no Estado recebe, em média, R$ 2.059.
TAXA DE DESOCUPAÇÃO
A taxa de desocupação no Estado neste 3º trimestre de 2017 ficou em 7,9%, enquanto que no Brasil a porcentagem indicada foi de 12,4%.
"Com exceção das Regiões Norte e Sudeste, que apresentavam estabilidade estatística desse indicador frente ao 2º trimestre de 2017, o Nordeste (14,8%), o Sul (7,9%) e o Centro-Oeste (9,7%) tiveram queda na taxa de desocupação", informou nota do IBGE.