O Assibge (sindicato nacional dos servidores do IBGE) divide entre a direção do órgão e o governo a responsabilidade pelos erros na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), que obrigam a instituição a "fazer mais com menos" -tanto em recursos materiais como humanos. No caso do governo, os servidores dizem que ele é culpado pelo "estrangulamento", ao manter seu orçamento "estagnado".
O IBGE informou na sexta-feira (19) que a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada um dia antes, continha erros. O problema teria ocorrido porque o peso das regiões metropolitanas foi superestimado em alguns Estados. Segundo o instituto, equívocos no cálculo da pesquisa alteraram o índice de Gini, medida da desigualdade. O Gini do trabalho, que mensura exclusivamente a distribuição dos rendimentos do trabalho, passou de 0,496 em 2012 para 0,495 no ano passado, o que para o instituto indica uma estagnação.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (22), o sindicato disse que: "a mesma ministra que hoje considera 'inadmissível' o erro de divulgação da Pnad 2013 foi responsável pelo corte de verbas do IBGE para 2015. A mesma presidente do IBGE que hoje pede desculpas, justificou o corte afirmando que 'não estamos numa redoma' e que 'o IBGE não é uma ilha'. E a mesma Presidente da República que afirma que não sabe 'quem inventou o sucateamento do IBGE', pode encontrar nesses dados [redução do orçamento], dos quais dispõe, uma boa pista de resposta."