Relatório administrativo e demonstrativo-financeiro publicado, ontem, pela Energisa Mato Grosso do Sul (nova razão social da antiga Enersul) aponta que o endividamento da distribuidora aumentou 6,2% em 2014, passando de R$ 504,2 milhões em 2013 para R$ 525,8 milhões no ano passado, mas, apesar desse acréscimo, há sinais de leve recuperação na saúde financeira da companhia.
Segundo análise do economista e especialista no setor elétrico Fernando Abrahão, houve uma melhoria no índice de liquidez corrente da empresa e na relação dívida líquida por EBITDA (indicador que mede a relação dívida-faturamento das empresas), caindo de 4,1 vezes, em 2013, para 2,5 em 2014. “Na época em que estava sob o comando do Grupo Rede, por exemplo, esse índice [EBIDTDA] chegou a 13 vezes em alguns períodos, caracterizando situação quase irrecuperável. A melhora desse índice denota uma leve recuperação na saúde financeira da empresa”, compara.
Fernando Abrahão alerta, entretanto, que o perfil de endividamento da Energisa Mato Grosso do Sul ainda é complicado, por causa do grande volume de dívidas existentes no curto e longo prazo, com juros ainda altos.
“Ainda é cedo para fazer uma análise mais aprofundada; um ano de gestão é um período relativamente curto (para apresentação de resultados). Será preciso acompanhar os índices dos relatórios referentes a 2015 [a ser publicado em 2016] e 2016 [com publicação em 2017] para poder aferir o real impacto da nova gestão”, analisa.
A reportagem, de Daniella Arruda, está na edição de hoje do jornal Correio do Estado.