Economia

ENERGIA EM MS

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Empresas pagam mais de R$ 360 mi
em leilão da Aneel para MS

Concessões são para construção, operação e manutenção de linhas

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O leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizado hoje na empresa B3, antiga B&F Bovespa, na capital paulista, terminou com 31 lotes arrematados em 20 Estados brasileiros, entre eles está linhas em Mato Grosso do Sul, que teve valor mais alto na venda. Somente as linhas que vão atender o Estado resultaram em valor acima dos R$ 360 milhões.

Não receberam propostas os lotes 12 (Maranhão e Tocantis), 16 (Piauí e Maranhão), 17 (Rio Grande do Sul) e 24 (São Paulo). O certame começou às 8h30 e terminou às 14h (de Brasília).

As concessões são para a construção, operação e manutenção de 7,4 mil quilômetros (km) de linhas de transmissão e subestações com 13,2 mil megavolt-ampere (MVA).

As instalações entram em operação no prazo de 36 a 60 meses. A soma das Receitas Anuais Permitidas (RAP) dos lotes é R$ 2,7 bilhões e os vencedores recebem essas receitas pela prestação do serviço por 30 anos.

O maior deságio do leilão, de 58,86%, ocorreu no lote 10, que tem 10 linhas que servirão para cidades no Rio Grande do Sul. A vencedora  foi a Saterlite Power, por R$ 34,5 milhões.

Entre os resultados, o valor mais alto do leilão de hoje foi o do Consórcio Columbia por R$ 267,3 milhões, com deságio de 33,24%, no lote 1. O objetivo é reforçar o fornecimento de energia ao Mato Grosso do Sul e o escoamento da Hidrelétrica de Itaipu.

O lote 2, também no Paraná, foi arrematado pelo Consórcio Cesbe-Fasttel por R$ 28 milhões, com deságio de 12,5%. São 117 km de linhas e 150 MVA, que vão reforçar o serviço em Mato Grosso do Sul.

A Energisa S.A. venceu o Lote 3, com linhas e subestação em Goiás. O vencedor propôs deságio de 37,6%, com oferta de R$ 36,7 milhões. O lote tem uma linha de transmissão com 272 km e subestação de 1344 MVA para abastecer o Mato Grosso do Sul.

Atendendo também ao Mato Grosso do Sul, o lote 4 foi arrematado pela Elektro Holding por R$ 65,5 milhões e deságio de 34,5%.O Consórcio Aliança ganhou o lote 21, com lance de R$ 171,8 milhões e deságio de 34,99%, para 753 km de linha e uma subestação de 1344 MVA,em Santa Catarina. Voltado ao sul de Santa Catarina, o lote 22 foi arrematado pela Elektro Holding, com deságio de 46,17% e valor de R$ 13,5 milhões.

COMPANHIA PAULISTA

A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) arrematou quatro lotes. Com lance de R$ 18,3 milhões e deságio de 32,2%, o lote 5 ajudará o norte e noroeste do Paraná, com 36 km de linhas e uma subestação com 500 MVA.

A companhia também venceu o lote 6, com lance de R$ 46,1 milhões e deságio de 44,51%. O lote tem uma subestação em São Paulo, que servirá como compensação reativa para os sistemas de 440 e 500 quilovolts do estado.

O lote 25, que representa uma subestação localizada em São Paulo, foi vencido pela CTEEP. A oferta foi de R$ 10,7 milhões, com deságio de 57,55%. Com o segundo maior valor leiloado hoje, o lote 18, em Minas Gerais e São Paulo, teve oferta de R$ 205 milhões pela EDP Energias do Brasil, com deságio de 47,4%.

O quarto lote levado pela CTEEP foi o 29, cuja oferta foi de R$ 53,6 milhões, 52,69%. A concessão vai corrigir carregamento e tensão na rede do interior paulista.

Com linha de 330 km nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, o lote 19 recebeu R$ 99,1 milhões, deságio de 48%, pelo Consórcio Olympus II. O lote 20 foi vencido pela Elektro Holding com deságio de 52,93%, R$ 13,2 milhões. Trata-se de uma subestação em São Paulo.

Ainda no Sudeste, o lote 8, no Rio de Janeiro, foi arrematado pela Arteon Z Energia e Participações por 9,3 milhões e deságio de 37,5%. Trata-se de subestação com 300 MVA para expandir cargas para Resende (RJ).

REGIÃO NORDESTE

No Maranhão, o lote 7, com linhas de transmissão de 128 km e 1600 MVA, vai suprir a região metropolitana de São Luís do Maranhão.

O vencedor foi a EDP Energias do Brasil, que ofertou 36,5% de deságio e R$ 66,2 milhões. O lote 9, no Rio Grande do Norte, foi arrematado pela RC Administração e Participações, por R$ 11,4 milhões e deságio de 31,75%. A concessão vai beneficiar os municípios de Currais Novos e Lagoa Nova.

A EDP Energias do Brasil arrematou duas linhas e uma subestação por R$ 30,2 milhões, deságio de 4,91%. Trata-se do lote 11 com 11 mil km de linhas de transmissão e 200 MVA, de uma subestação que vai atender o nordeste do Maranhão.

O lote 13 teve como vencedor o Consórcio Reanscença, com R$ 44,4 milhões e deságio de 18,5%. São 198 km de linhas nos estados de Sergipe e Alagoas.

Sem deságio, o lote 14, que tem linha de 109 km em Alagoas, foi arrematado pelo Consórcio LT Norte por 14,2 milhões.

Com objetivo de favorecer o agreste de Pernambuco, o lote 15 recebeu lance de 24,6 milhões da Sterlite Power, com deságio de 25,87%. O lote 23, de escoamento para energia eólica na Paraíba e Pernambuco, recebeu oferta de R$ 27,4 milhões, deságio de 29%, sendo arrematado pela RC Administração e Participações.

A Elektro Holding venceu o lote 27 com R$ 12,8 milhões, deságio de 48,93%. Localizado no Ceará, o lote vai garantir intercâmbio de energia Norte e Nordeste com a entrada da usina de Belo Monte.

Com subestações no Maranhão e Piauí, o lote 28 foi vendido por R$ 16,2 milhões e deságio de 37,29%. O lote 30 foi arrematado pela por R$ 63,9 milhões, deságio de 32,07%, pela RC Administração e Participações. A linha passa pelo Piauí, Pernambuco e Ceará.

NORTE DO PAÍS

No Pará, o lote 26 arrematado pela Energisa S.A. teve lance de R$ 46,3 milhões, com deságio de 29,57%. São 592 km de linhas e 300 MVA na região de Santana do Araguaia.

Também no Pará, o lote 31 teve lance de R$ 126,8 milhões, deságio de 9,5%, pela Equatorial Energia S.A. A Cobra Brasil ganhou o lote 32, em Rondônia, com oferta de R$ 126,8 milhões e deságio de 9,5%. O empreendimento vai atender a municípios supridos hoje por geração isolada a diesel.

Voltado para a região metropolitana de Belém e nordeste do Pará, o lote 33 recebeu R$ 20,5 milhões, um de deságio de 16,14%, arrematado pela Consórcio Pará.

O Consórcio Ominum Energy ofereceu 5,7 milhões pelo lote 34, um deságio de 40,5%, que atende as regiões metropolitana de Belém e nordeste do Pará. O Consórcio Brdigital, Brenergia e Lig Global venceu o lote 35, no Pará, com R$ 18,7 milhões e deságio de 30,42%.

DESENVOLVIMENTO

Programa Precoce MS: novo sistema de cadastramento de estabelecimentos rurais já está em vigor

Os profissionais devem completar um Curso de Capacitação e anexar o certificado

18/04/2024 10h30

Divulgação

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O Programa Precoce MS implementou um novo sistema informatizado para facilitar cadastros e recadastramentos de estabelecimentos rurais, profissionais responsáveis técnicos e classificadores, visando valorizar aqueles que contribuem para a produção de animais de qualidade superior.

Com objetivo de promover práticas agropecuárias sustentáveis e melhorar aspectos como biosseguridade, bem-estar animal e gestão sanitária, o sistema agora está disponivel no Portal e-Fazenda.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Rogério Beretta, o sistema foi modernizado para melhor desempenho. 

Novas medidas

As novas medidas exigem o recadastramento dos profissionais responsáveis técnicos e classificadores, além de estabelecimentos rurais. Os profissionais devem completar um Curso de Capacitação no Precoce/MS via Escolagov e anexar o certificado.

Os estabelecimentos rurais já cadastrados permanecerão no nível "Obrigatório" até a renovação do cadastro. Os classificadores de carcaças bovinas também precisam ser recadastrados e formalizar uma ART com a empresa contratante.

As novas regras também afetam a condição legal dos estabelecimentos para cadastro no sistema, exigindo regularidade perante várias entidades, incluindo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).

Para estabelecimentos que praticam confinamento, é necessário apresentar documentação ambiental adequada.

O cálculo do incentivo para animais abatidos considerará o impacto tanto do processo produtivo quanto do produto obtido. A modernização inclui a implantação de protocolos de produção e avaliação através do "Protocolo Precoce em Conformidade", enfatizando a segurança alimentar, sustentabilidade e tecnologia nos sistemas produtivos.

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MATO GROSSO DO SUL

Quebra da safra de soja é estimada em R$ 4 bilhões

Levantamento aponta para 2,084 milhões de toneladas a menos no ciclo 2023/2024

18/04/2024 08h30

A colheita da soja atingiu 4,1 milhões de hectares, 96,4% da área Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A estiagem e as chuvas esparsas ocorridas durante o desenvolvimento da lavoura de soja em Mato Grosso do Sul já impactam em uma produção menor.

A primeira estimativa de redução da produtividade já aponta para uma queda de 13,89% na safra 2023/2024 em relação ao  ciclo anterior, gerando prejuízos acima de R$ 4 bilhões.

A quebra ainda pode ser maior, considerando que a colheita ainda não foi finalizada e os dados oficiais só são divulgados após o fim colheita. 

Dados divulgados na semana passada pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), com base no levantamento do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga MS), apontam que o Estado sai de uma produção recorde de 15,007 milhões de toneladas na safra 2022/2023 para 12,923 milhões de toneladas de grãos no ciclo atual - redução de 2,084 milhões de toneladas. 

A projeção realizada pela reportagem do Correio do Estado é norteada nos dados disponibilizados pelo relatório do Siga-MS e consultoria técnica de agentes do setor.  

O preço médio da saca de soja com 60 kg era comercializado pelo preço médio de R$ 115,19 ontem em MS, considerando que 2,084 milhões de toneladas são 34,733 milhões de sacas de soja, o prejuízo estimado para a safra 2023/2024 é de R$ 4 bilhões.

Considerando somente a redução entre a estimativa inicial, de 13,818 milhões de toneladas, para as atuais 12,923 milhões de toneladas, o prejuízo já chega a R$ 1,7 bilhão. 

Os números divulgados no boletim Casa Rural, elaborado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul) e Aprosoja-MS,  apontam para produtividade de 50,5 sacas por hectare, valor que representa uma queda de 19,12% em relação à estimativa inicial para o ciclo.

“Em relação às nossas expectativas iniciais, notamos uma queda de 6,5% tanto na produção quanto na produtividade. A produção diminuiu de 13,818 milhões de toneladas para 12,923 milhões, resultando em uma redução de 895 mil toneladas. Da mesma forma, a produtividade caiu de 54 sacas por hectare (sc/ha) para 50,5 sc/ha, uma redução de 3,5 sc/ha”, detalha o relatório.

O presidente da Aprosoja-MS, Jorge Michelc, explicou que o cenário de queda nos indicadores da safra é resultado de um ciclo com condições climáticas adversas. 

“Desde o plantio, os produtores sul-mato-grossenses enfrentaram os desafios da falta de chuva e além do atraso do plantio, foi necessário replantar mais de 240 mil hectares, principalmente na região central do estado. Agora os resultados estão aparecendo no campo, com lavoura desuniformes e de baixa produtividade, impactando na capacidade de geração de receita das propriedades”, avaliou.

A colheita da soja safra 2023/2024 atingiu 4,111 milhões de hectares, equivalente a 96,4% da área semeada em Mato Grosso do Sul.

A região sul está com a colheita mais avançada, com média de 98,5%, seguida da região central com 95,4% e a região norte com 89,3% de média de área colhida. Frente ao mesmo período do ano anterior, a operação está com atraso de 2,2 pontos porcentual.

O boletim ainda aponta que 18,3% das lavouras de MS se encontram em más condições, 20,6% em condições regulares e 61,1% em boas condições.

Ainda conforme o Siga MS, a colheita da oleaginosa deve encerrar na última semana de abril, período em que os dados de área, produtividade e produção também serão confirmados.

PREÇOS

A saca de soja com 60 kg teve desvalorização de 35% em dois anos. Em abril de 2022, a oleaginosa era negociada a R$ 174, já nesta semana o preço pago é de R$ 115,19 no mercado físico de Mato Grosso do Sul.

No mesmo período, o custo para produzir cresceu 13,85%, saindo de R$ 5.419 por hectare plantado na safra 2021/2022 para R$ 6.170 no ciclo 2023/2024.  

Considerando a estimativa do Siga MS, de que Mato Grosso do Sul vai produzir 50 sacas por hectare neste ciclo, se essas 50 sacas forem comercializadas a R$ 115,19  serão pagos R$  5,7 mil por hectare.

Com o custo de R$ 6,1 mil por hectare na hora de implantar a cultura, o produtor rural vai acumular um prejuízo de R$ 400, em média, por cada hectare plantado.

O boletim econômico com o custo de produção da soja, divulgado pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), aponta que o produtor teve despesa total de R$ 6.170,61 por hectare.  
O valor é a soma do custeio da lavoura (que inclui sementes, fertilizantes, inoculantes, etc.), de R$ 3.497,90 por hectare; dos outros custos variáveis (seguro, mão de obra, impostos), R$ 1.707,09; das despesas financeiras (juros), R$ 349,79; da depreciação de máquinas e implementos, R$ 325; de outros custos fixos, R$ 74,83; e renda fatores, R$ 216.

“É uma ferramenta auxiliar na gestão financeira agrícola. Os custos são avaliados pela soma de todas as despesas direta e indiretas, custos variável e fixo, associadas à produção da cultura, no caso, a soja”, detalha o boletim técnico. 

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