Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que não há previsão para reabertura dos 21 frigoríficos interditados depois da Operação Carne Fraca, mas afirmou que em três semanas deve haver decisão sobre o caso. Maggi cumpre agenda em Campo Grande, onde participou de inauguração de laboratório de segurança da carne e da abertura da 79ª Expogrande.
“Frigoríficos interditados estão passando por nova análise dos nossos técnicos, temos uma força-tarefa trabalhando e a medida que formos recebendo as informações e sabermos exatamente qual foi o problema, em três semanas pretendemos dar um veredito sobre o assunto, se ele [frigorífico] voltará a trabalhar ou ficará mais tempo fechado”, disse o ministro.
Operação, deflagrada pela Polícia Federal, trouxe a público a suspeita de irregularidades na produção de carne e derivados e na fiscalização do setor. Por conta disso, mercados internacionais suspenderam importação da carne e consumidores ficaram com receio de consumir os produtos.
Sobre essa questão, ministro disse que países fecharam os mercados com razão diante da informação noticiadas, mas que o governo federal fez um trabalho mostrando que o problema não era generalizado e, aos poucos, os países estão voltando a importar carne brasileira, mas que levará algum tempo para recuperar a credibilidade no setor.
“Uma coisa é ter o mercado aberto para o governo e outra coisa é a população aceitar o produto brasileiro. Então agora começa uma segunda etapa de convencimento, de mostrar que nosso produto tem qualidade, que nosso serviço de CIF [Certificado de Inspeção Federal] é bom, e isso vai demorar algum tempo. Não creio que a gente volte a normalidade absoluta em pouco tempo”, disse.
Com o fechamento de mercados, produtores reclamaram da queda do preço da arroba do boi e de prejuízos na questão de investimentos do setor. Sobre essa questão, Maggi disse que o ministério não influencia no mercado e não há nada a ser feito.
“Os mercados precisam voltar a funcionar para que haja demanda, no momento em que há demanda os preços sobem, então infelizmente essa crise é para todos nós do setor, toda cadeia sofre, o produtor, as indústrias, os consumidores ficam assustados”, afirmou.
Ministro disse ainda que futuramente serão feitas políticas voltadas a fomentar com que novos frigoríficos, investidores e empresários possam fazer investimentos na área em Mato Grosso do Sul. Atualmente, JBS é responsável pela maioria da carna produzida no Estado.
Governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), disse que o fechamento de mercados impactou na economia de Mato Grosso do Sul e que está sendo feito trabalho para mostrar ao consumidor que a carne do Estado passa por rigoroso esquema de vigilância na produção e controle de qualidade.
Conforme o governador, 70% da carne abatida no Estado é consumida no próprio Brasil e, por este motivo, está sendo feito trabalho para restabelecer a credibilidade da carne brasileira no mercado interno.
“Quando fecha os mercados, você tem uma retração nas exportações e uma diminuição no consumo interno. Então acho que agora é um tempo de ajuste para colocar as coisas no devido lugar e mostrar que a carne brasileira continua como sempre foi, a melhor carne do mundo em qualidade, em maciez, em sabor. Demora, tem um prejuízo e não é pequeno, mas o que precisamos agora é ter a rapidez e segurança para retomar esses mercados e a confiança na carne brasileira”, disse Azambuja.