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Dolly reabre fábrica, e contador admite
desvio de dinheiro de impostos

Dolly reabre fábrica, e contador admite
desvio de dinheiro de impostos

FOLHAPRESS

24/05/2017 - 18h19
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A Dolly, que teve unidades de suas engarrafadoras fechadas na última quinta-feira (17) como resultado da Operação Clone, da Secretaria da Fazenda de São Paulo, firmou acordo com a pasta para retomar as atividades.

A empresa afirma ter sido vítima de desvio de pelo menos R$ 100 milhões causada por Rogério Raucci, sócio do escritório de contabilidade Raucci & Domingues, que prestava serviços à empresa desde 2001.

O esquema, segundo a Dolly, veio à tona a partir de depoimento de Esaú Domingues, que possui 1% das ações do escritório de contabilidade.

Em depoimento para o Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público de SP) feito no dia 15 de maio, Domingues relatou um esquema no qual o dinheiro que deveria ser usado para pagar impostos era desviado para o escritório de contabilidade.

Para isso, eram usados recibos de pagamento de impostos falsos criados por Raucci, segundo Domingues.

DECISÕES TRABALHISTAS

Segundo Laerte Codonho, presidente da Dolly, Raucci era homem de confiança da empresa e as fraudes só foram descobertas neste ano. Porém havia indícios, entre eles o fato de o contador ser dono da equipe de automobilismo RR Racing Team e ter filhos competindo na Fórmula 3 e na Fórmula 4, o que não seria condizente com seu padrão de rendimentos.

Codonho diz que, embora estranhassem o fato, só descobriram a fraude recentemente.

O empresário afirma que também foram falsificadas decisões a respeito de ações trabalhistas, com a participação do ex-advogado da Dolly Luis Alberto Travassos. O objetivo era criar punições falsas para desviar os recursos da empresa.

A reportagem tentou entrar em contato com Raucci, por telefone e e-mail, e Travassos, em seu telefone celular, mas não obteve resposta até as 18h30 (de Brasília).

ESQUEMA

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Domingues disse que se tornou sócio de Raucci em 2001, quando era funcionário da Dolly, por sugestão de outro contador que atuava na companhia naquela época.

Ele diz que Raucci também trabalhou na Dolly até a metade de 2016. Era encarregado da contabilidade e do setor jurídico das empresas do grupo e tinha total confiança da direção da companhia. "Era praticamente um braço direito", diz.

Também afirma que a Receita estadual encaminhava notificações para as empresas relacionadas à marca Dolly, mas o endereço eletrônico constante no cadastro do fisco como sendo das empresas era o e-mail do escritório de contabilidade dele e de Raucci.

Domingues tem ensino superior incompleto e é técnico contábil. Ele diz ter percebido desvios desde 2008, mas afirma que não falou nada por ser subordinado a Raucci, assim como o advogado Travassos.

No depoimento, ele afirma que, por sua participação no esquema, emitia cheques da empresa de contabilidade para sua conta, em valores entre R$ 20 mil e R$ 40 mil.

CARROS DE LUXO

Segundo ele, a decisão de contar o que sabia foi resultado da preocupação com o risco de a empresa fechar e funcionários perderem seus empregos.

"Eu me sinto arrependido. Nunca tinha uma consciência tranquila. Mas ele [Raucci} era como era um diretor lá dentro e um sócio majoritário, ditava as regras. Se falasse qualquer coisa, sofreria consequências." Segundo a Dolly, Domingues devolveu à empresa R$ 5 milhões.

Domingues afirma também no depoimento que Raucci adquiriu com os desvios mais de 30 carros de luxo, entre eles uma Maserati, um BMW 750, um Porsche Cayenne, dois Porsche Cayman, um Corvette, um Mercedes S500, duas Mercedes SLK, um Dodge Ram, um Chevrolet Suburban e dois Mini Cooper.

Domingues conta ter deixado a companhia em janeiro. Em seu depoimento, ele foi acompanhado do advogado da Dolly, José Valmi Brito.

DÍVIDA

Segundo a Fazenda, a Dolly devia cerca de R$ 2 bilhões de ICMS. A secretaria afirmou que, após ter cassado inscrições estaduais de empresas ligadas à marca em dezembro de 2016, o grupo empresarial abriu novas companhias no mesmo local.

A Secretaria da Fazenda informou que a Ragi Refrigerantes, uma das empresas do grupo da Dolly, com fábrica em Diadema, pagou na tarde desta quarta-feira (24) R$ 33 milhões em débitos que tinha com a Fazenda, valor atualizado com juros e multa.

Além da quitação do débito da Ragi, foram estabelecidas outras exigências.

Entre elas estão a entrega de toda a escrituração fiscal digital das empresas em até 30 dias e um plano de diminuição de dívida, baseado na adesão ao Programa Especial de Parcelamento do ICMS.

A secretaria afirma que a fabricante de bebidas ainda possui dívidas com o Estado que somam cerca de R$ 2 bilhões (já inscritos em dívida ativa) e é qualificada como grande devedora. Por isso, receberá acompanhamento rigoroso do Estado.

Codonho, presidente da Dolly, afirma que foi pago o valor de ICMS que teria sido desviado pelos contadores, mas a maior parte da dívida da empresa se refere a multas por falta de pagamento de impostos e por não receber fiscais da Fazenda. Essas punições devem ser discutidas na Justiça, diz.

Raio-X Dolly

Ano de fundação 1987
Número de funcionários cerca de 2.000
Faturamento Não informado
Principais concorrentes Coca-Cola, Pepsi e Ambev

Economia

Lula nega crise na Petrobras e diz que uma palavra mal colocada 'cria uma semana de especulação'

Presidente apontou ainda que a principal "crise" da empresa está relacionada ao desenvolvimento

23/04/2024 16h00

Lula e Prates, presidente da Petrobras Foto: Ricardo Stuckert

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou nesta terça-feira (23) que exista uma crise na Petrobras e acrescentou que a empresa está "tranquila".

Lula ainda disse que é normal haver desentendimentos e que muitas vezes uma fala mal colocada pode criar "uma semana de especulação".

O presidente também enalteceu a empresa e acrescentou que a principal crise da empresa está relacionada com o seu desenvolvimento, uma "crise de crescimento".

Lula fez a declaração durante café com jornalistas no Palácio do Planalto. Questionado sobre a existência de uma crise na Petrobras, respondeu que a empresa está "tranquila" e não citou a situação do presidente da empresa, Jean Paul Prates, que esteve ameaçado de demissão, segundo apontaram auxiliares presidenciais.

"A Petrobras nunca teve crise. A crise da Petrobras é o fato de ela ser uma empresa muito grande", afirmou o presidente.

Na sequência, ele reconheceu que houve desentendimentos públicos entre integrantes do seu governo: em entrevista à Folha de S.Paulo, o ministro da Energia, Alexandre Silveira, afirmou ter conflitos com Prates, desencadeando várias reações políticas. No entanto, Lula minimizou a situação.

"O fato de você ter um desentendimento, uma divergência, uma colocação equivocada faz parte da existência do ser humano. Quando Deus nos fez, que deu boca, já estava previsto isso", afirmou o presidente.

"Nem sempre a boca fala somente as coisas que são boas. Muitas vezes uma palavra mal colocada cria uma semana de especulação", completou.

O presidente então passou a listar todos os desafios que a empresa precisa enfrentar, ressaltando que essas seriam as verdadeiras crises que precisam ser consideradas.

"A Petrobras tem essa crise, uma crise de crescimento, uma crise de descobrir novos poços de petróleo, uma crise de se transformar, não apenas numa empresa de óleo e gás mas também numa empresa de energia. Porque tem que cuidar do que é eólica, tem que cuidar do que é solar, tem que cuidar do que é, sabe, as nossas plataformas do offshore, para produzir energia solar, energia eólica", afirmou.

O presidente deu sinal verde para que o governo vote pela distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da Petrobras no dia 19 de abril.

A proposta original da diretoria da Petrobras já era fazer a distribuição de 50% dos R$ 43 bilhões de lucro adicional que a companhia teve em 2024, sob a forma de dividendos extraordinários. Isso representaria uma receita adicional de R$ 6 bilhões para a União.

No entanto, a medida foi barrada no conselho de administração com apoio massivo dos representantes do governo. Na ocasião, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, se absteve.

A decisão deflagrou uma escalada nos desentendimentos entre Prates e o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), que atuou pela retenção dos dividendos.

O presidente da companhia passou a ser alvo de fogo amigo dentro do governo, com a especulação de nomes para substituí-lo no cargo. O processo de fritura de Prates se intensificou no início do mês, mas perdeu força nos últimos dias, garantindo a sobrevida do executivo no comando da estatal.

Segundo aliados de Lula, Prates ficará no cargo, após duas semanas de turbulência, mas uma permanência maior está condicionada a mudanças de conduta, segundo aliados do chefe do Executivo.

Outro ponto que pesou em favor da manutenção de Prates, ao menos temporária, foi a ausência de um sucessor natural para o cargo.

O ingresso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no debate mudou o cenário, em uma derrota aos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Silveira, que eram contrários à permanência de Prates na função.

Este é o primeiro café do presidente com jornalistas neste ano. Em 2023, foram quatro, dos quais a Folha de S.Paulo participou de três -com exceção do café com mídia chamada independente.

Participam do encontro desta terça: Folha de S.Paulo, Estado de S. Paulo, G1, Bloomberg, Valor, Canal Meio, O Globo, BandNews, ICL, Correio Braziliense, Broadcast, Jovem Pan, CBN, Metrópoles, Rádioweb, Reuters, TV Brasil, TV Record, TV Gazeta, My News, Veja, Poder360, UOL, Brasil de Fato, Carta Capital, Jota, DCM, O Tempo, R7, Rede TV, SBT, CNN, Revista Fórum, BBC Brasil, Itatiaia, Meio Norte, GloboNews.

Governo Federal

Programa do governo irá beneficiar empresas de Mato Grosso do Sul

O programa Acredita lançado na segunda-feira (22), tem como objetivo facilitar acesso a crédito, renegociação de dívidas a microempreendedores, pequenas e médias empresas em Mato Grosso do Sul

23/04/2024 15h30

A região Centro-Oeste do país concentra 1,32 milhões de MEIs, 650.164 de microempresas e 116.067 empresas de pequeno porte, no Brasil são 15,6 milhões de microempreendedores Crédito: EBC

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O programa Acredita, lançado pelo Governo Federal, com intento de ampliar acesso a crédito, renegociar dívidas, irá atender Microempreendedores Individuais (MEIs), microempresas e empresas de pequeno porte.

Segundo dados divulgados pelo governo Federal, em Mato Grosso do Sul são 333.470 MEIs, 96.217  microempresas e 19.319 pequenas empresas que serão beneficiadas pelo programa que foi lançado na segunda-feira (22) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Durante a cerimônia o presidente Lula, destacou que para o desenvolvimento da sociedade é preciso que tenha condições e para atender os empreendedores deste ramo a equipe criou o programa Acredita que libera linha de crédito e proporciona condições para renegociação de dívidas. 

“Nós estamos criando as condições para que, independentemente da quantidade, da origem social, do tamanho dos negócios, as pessoas tenham o direito de ter acesso ao sistema financeiro e pegar um crédito", afirmou Lula.

A região Centro-Oeste do país concentra 1,32 milhões de MEIs, 650.164 de microempresas e 116.067 empresas de pequeno porte, no Brasil são 15,6 milhões de microempreendedores.

Em Mato Grosso do Sul (54,6%) das microempresas são comandadas por homens e (45,4%) por mulheres. 

O programa Acredita seguirá quatro eixos:

  • Facilitar o acesso ao microcrédito para inscritos no CadÚnico;
  • Eixo voltado às empresas, por meio do programa Desenrola Pequenos Negócios e Procred 360;
  • Em processo de desenvolvimento a frente que atenderá o mercado para crédito imobiliário;
  • E ainda, investimento no Eco Invest Brasil - Proteção Cambial para Investimentos Verdes (PTE);

O último prioriza incentivar investimentos estrangeiros em projetos sustentáveis do país. “Esse programa que foi lançado hoje é efetivamente o início de um futuro promissor que esse país está anunciando ao seu povo”, destacou o presidente Lula.

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