Economia

Economia

A+ A-

Dólar comercial fecha a R$ 3,60 pela primeira vez em 12 anos

Valor da moeda americana é o maior desde fevereiro de 2013, quando fechou em 3,62

Continue lendo...

As apreensões políticas ofuscaram o alívio no exterior com as novas medidas adotadas pela China e levaram o dólar comercial a fechar a R$ 3,60 nesta terça-feira (25). A Bolsa brasileira conseguiu fechar em alta, embora tenha reduzido os ganhos no fim da sessão.

O dólar comercial subiu 1,54%, para R$ 3,607, o maior valor desde 21 de fevereiro de 2003, quando fechou a R$ 3,62. Corrigido, o valor seria equivalente a R$ 5,76. Na máxima, a cotação chegou a R$ 3,61.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro e que fecha mais cedo, teve alta de 0,73%, para R$ 3,566. Foi o maior valor desde 26 de fevereiro de 2003, quando encerrou a R$ 3,588 -o equivalente a R$ 5,71, após correção.

O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, subiu 0,47%, para 44.544 pontos. No início dos negócios, o índice chegou a subir mais de 2%, mas a virada de humor nos mercados americanos pesou e reduziu o ganho da Bolsa brasileira.

O cenário político brasileiro ofuscou o alívio causado pelas medidas anunciadas pelo governo chinês mais cedo. A decisão do ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de pedir investigação de uma empresa da campanha da presidente Dilma Rousseff causou apreensão aos investidores.

Além disso, a notícia da saída do vice-presidente, Michel Temer, da articulação política causa preocupação em relação a um potencial isolamento do governo, que já enfrenta dificuldades no Congresso para aprovar suas medidas de ajuste fiscal.

Soma-se a essa situação o rumor de que o ministro Joaquim Levy deixaria a Fazenda por não conseguir levar à frente seu plano para acertar as contas do país. "Qualquer ruído na área política acaba gerando um impacto nas condições econômicas do país, que já estão fragilizadas", avalia Carlos Pedroso, economista-chefe do Banco de Tokyo-Mitsubishi.

Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, o mercado perdeu o parâmetro de qual seria a cotação do dólar que refletiria os fundamentos econômicos do país. "A gente nunca sabe se a cotação do dólar está correta no país", avalia.

"Nota-se que o mercado está perdido. Nós perdemos o parâmetro da taxa real por causa da precificação que o mercado vem fazendo aleatoriamente, embutindo crise política, especulação, expectativa de aumento de juros nos Estados Unidos, possibilidade de rebaixamento da nota do Brasil. A gente está muito precificado."

EUA

Dados econômicos nos Estados Unidos também contribuíram para a valorização do dólar nesta sessão. Os preços de novas casas cresceram 0,2% em junho em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2014, a alta é de 4,5%.

Já o Conference Board informou que seu índice de confiança do consumidor saltou para 101,5 neste mês, leitura mais alta desde janeiro, em meio ao otimismo sobre o mercado de trabalho. O resultado veio mais forte do que os 91,0 apurados em julho.

Os números, que se somam a uma leva de dados que têm pintado um quadro favorável para a economia americana em meio a turbulências mundiais, devem ser bem recebidos pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).

"Mas a decisão de aumentar os juros agora está mais dependente de China do que de dados econômicos dos EUA. Enquanto durar a incerteza sobre a saúde da economia chinesa, o Fed deve adiar o aumento dos juros", avalia Pedroso, do Banco de Tokyo-Mitsubishi.

ALÍVIO

No exterior, as Bolsas europeias conseguiram fechar em alta estimuladas pelas medidas chinesas -que, como foram anunciadas após o fechamento dos mercados locais, não impediram que as Bolsas chinesas desabassem pelo quarto dia seguido.

O banco central chinês decidiu cortar os juros no país e flexibilizar as regras de empréstimos aos bancos, em uma tentativa de conter a forte queda que atingiu as Bolsas chinesas e gerou pânico generalizado nos mercados mundiais na "segunda-feira negra".

"Ao reduzir os juros e liberar os depósitos compulsórios, o governo tenta reforçar o caixa dos bancos para emprestarem mais, em uma tentativa de reanimar a economia lá", afirma Galhardo, da Treviso Corretora.

Na Europa, os principais índices acionários reagiram com otimismo e fecharam em alta. Em Londres, o índice FTSE-100 avançou 3,09%, para 6.081 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX subiu 4,97%, para 10.128 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 avançou 4,14%, para 4.564 pontos.

Em Milão, o índice FTSE-MIB teve valorização de 5,86%, para 21.649 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou alta de 3,68%, a 10.115 pontos. E em Lisboa o índice PSI-20 se valorizou 4,71%, para 5.215 pontos.

Nos Estados Unidos, os índices chegaram a subir com a notícia chinesa, mas fecharam em baixa nesta sessão. O Dow Jones caiu 1,29%, enquanto o S&P 500 teve queda de 1,35% e o índice da Bolsa Nasdaq teve desvalorização de 0,44%.

AÇÕES

Aqui, as ações da Petrobras se recuperaram do forte tombo de segunda-feira, quando caíram mais de 5%. Os papéis preferenciais -mais negociados e sem direito a voto- da Petrobras subiram 1,80%, para R$ 7,90, e os ordinários -com direito a voto- tiveram alta de 2,07%, para R$ 8,88. No dia anterior, as ações preferenciais fecharam no menor patamar desde 2003.

As ações foram beneficiadas pela recuperação dos preços do petróleo. Apesar da valorização, as cotações seguem próximas às mínimas de seis anos e meio, por causa do excedente de oferta e pelas preocupações com a desaceleração da economia da China, maior consumidor global de energia.

As ações da Vale, que abriram em alta, fecharam em baixa nesta sessão. Os papéis preferenciais caíram 0,89%, para R$ 12,27, e os ordinários cederam 0,32%, para R$ 15,35. O preço do minério de ferro fechou com leve valorização de 0,32% nesta terça-feira.

Economia

Frigorífico de MS é um dos escolhidos para exportar carne de frango para Malásia

Somente em 2023, o Brasil exportou para a Malásia mais de 13,6 mil toneladas de frango halal, o que corresponde a cerca de US$ 20 milhões; com as novas habilitações a quantidade pode dobrar

22/04/2024 18h15

Novas habilitações de frigoríficos brasileiros para exportação de carne de frango halal à Malásia Divulgação Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)

Continue Lendo...

Mato Grosso do Sul está entre outros três estados que tiveram plantas habilitadas para exportação de carne de frango halal para Malásia. A confirmação foi feita pelo Departamento de Serviços Veterinários (DVS) e pelo Departamento de Desenvolvimento Islâmico (JAKIM) do país asiático.

Em outubro e novembro de 2023, uma missão de auditoria foi realizada por funcionários da Malásia. A confirmação ocorreu na tarde desta segunda-feira (22) e além do Estado, foram escolhidas as novas habilitações no Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O frango halal segue os preceitos islâmicos tanto na criação quanto no abate. A Malásia é um país que segue normas rigorosas em específico para os produtos halal que devem seguir todos os critérios, de acordo com a lei islâmica. 

“Esse avanço é estratégico para o setor agropecuário brasileiro e demonstra a capacidade do país de atender a mercados altamente exigentes, mantendo-se fiel aos padrões internacionais de qualidade e segurança alimentar. A expansão das exportações para a Malásia também deve impulsionar a economia local, gerando mais empregos e oportunidades no setor”, ressaltou Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), no ano anterior o Brasil exportou para a Malásia mais de 13,6 mil toneladas de frango halal, o que corresponde a cerca de US$ 20 milhões.

Com a habilitação das novas plantas, a expectativa é que o volume de carne de frango halal exportada para o país asiático dobre, o que transformaria o país em um dos principais fornecedores de carne de frango deste no mercado internacional. 

Para a efetividade da habilitação das novas plantas, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Ministério das Relações Exteriores (MRE) trabalharam em conjunto.

Assine o Correio do Estado

 

 

 

Economia

Lula diz que não quer criticar taxa de juros, mas que 'está difícil'

Presidente afirma que crescimento da economia neste ano vai surpreender os 'pessimistas'

22/04/2024 18h00

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva Agência Brasil/

Continue Lendo...

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (22) que não iria repetir as tradicionais críticas às taxas de juros, para não ofuscar as medidas que são anunciadas pelo seu governo. No entanto, acrescentou que "todo mundo sabe que está difícil".

"Eu não quero nem falar mal de juros, de outras coisas, se não a manchete do jornal será essa e não o programa Acredita", afirmou o presidente Lula.
"Você veja que ninguém falou mal de juro, que ninguém falou mal. Todo mundo sabe que está difícil, mas hoje, aqui, a gente tomou a seguinte decisão: a gente não ficar lamentando o que é difícil, o que a gente não controla. A gente vai fazer aquilo que a gente pode", completou.

Lula participou na manhã desta segunda-feira (22) de cerimônia de lançamento do Acredita, no Palácio do Planalto. Trata-se de de um programa estimular o crédito para empreendedores e famílias de baixa renda, além de renegociar dívidas de pequenos negócios.

A MP (medida provisória) que institui o programa prevê ainda medidas para impulsionar o mercado imobiliário e facilitar atração de investimentos estrangeiros para o Brasil.
O mandatário acrescentou que está otimista com o desempenho da economia brasileira. Disse que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), em 2,9%, surpreendeu já os críticos e analistas, mas que ainda não é o índice ideal. Acrescentou que "ainda é pouco".
"Um crescimento de 2,9% em 2023 é claro que é pouco, mas, diante da expectativa do mercado, foi excepcional. Não sou eu ou o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad acreditando na economia, são os empresários acreditando na economia", afirmou.
Lula então acrescentou que o crescimento da economia neste ano vai surpreender os "pessimistas".

"Eu quero alertar aos pessimistas: esse país vai crescer neste ano mais do que vocês falaram até agora. Os empregos vão ser gerados mais do que vocês imaginaram até agora. A massa salarial vai crescer mais do que vocês falaram até agora", completou.
O presidente então exaltou o programa lançado nesta segunda-feira, acrescentando que o desenvolvimento do país está necessariamente atrelado à criação de oportunidades e oferta de crédito para a população. E então disse que o principal benefício do programa é atender uma parcela da população que necessita de uma ordem menos de recursos, mas que não são atendidos pelos bancos privados.

"As pessoas que precisam de R$ 1.000, R$ 500, de R$ 1.500, de R$ 2.000, para curar uma dor qualquer que tenham dentro de casa. Banco não foi preparado para receber pobre, que chegue lá de sandália, não vou dizer o nome da sandália para não fazer propaganda", disse o presidente.
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).