Ano atípico por causa da Copa do Mundo e eleições, desaceleração da economia, com retração de investimentos, fim de grandes empreendimentos imobiliários principalmente na Capital e ainda a migração da mão-de-obra para a informalidade contribuíram para o setor da construção civil acumular neste ano saldo negativo de 5.207 empregos, 164,18% a menos que o resultado do ano passado, quando foram gerados 8.113 postos de trabalho no setor, conforme o Cadastro Geral de Desempregados e Empregados (Caged), divulgado anteontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A análise é do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande (Sintracom-CG) e do Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção do Estado de Mato Grosso do Sul (Sinduscon) e para o mês de dezembro, a tendência é que o encolhimento de postos de trabalho permaneça. Recuperação de empregos no Estado, só mesmo após o primeiro trimestre de 2015, ano ainda considerado “imprevisível” economicamente.
Para o presidente do Sintracom-CG, José Abelha Neto, a construção civil no Estado vem de um crescimento muito forte nos últimos 10 anos, mas 2014 foi um ano de quebra de ritmo nos empregos. “Um pouco da baixa se deve ao futebol; ao fato de ser um ano político, por mais que o governo eleito seja o mesmo que vai continuar em 2015; ao empreendedor, que parou de investir em imóveis para observar como o mercado iria se comportar; e também a grandes empreendimentos, como Plaenge, Brooksfield e PDG, que terminaram neste ano, mas já com perspectiva de iniciar novos em 2015. Mas a falta de mão-de-obra também está relacionada a pequenas obras, para pessoa física, sem carteira assinada”, ressaltou.
A reportagem de Daniella Arruda está publicada na edição deste domingo (21) do jornal Correio do Estado.