A cerca de 80 dias para o Natal e em meio a indicadores de emprego desanimadores para o comércio em Mato Grosso do Sul, trabalhadores que apostam na inclusão ou recolocação no mercado de trabalho por meio dos contratos temporários deverão encontrar menos oportunidades de vagas neste fim de ano no Estado e na Capital. Sindicatos, empresários e entidades do varejo ouvidos pelo Correio do Estado projetam queda de até 15% no número de contratações de temporários em 2015 em relação ao ano passado em Mato Grosso do Sul e Campo Grande. Serão 8,5 mil trabalhadores contratados no Estado, contra 10 mil no ano passado — deste total, 3,5 mil serão na Capital.
O cenário acompanha tendência anunciada na última semana por pesquisa nacional divulgada pelo SPC Brasil e Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). Conforme o levantamento, nove de cada 10 empresários não contrataram nem pretende contratar novos funcionários para reforçar o quadro de pessoal no fim do ano, reflexo direto da falta de confiança na economia e freio nos investimentos. As duas entidades estimam que apenas 24,4 mil vagas temporárias serão criadas no fim de 2015 no País. No ano passado, foram 209 mil vagas.
O presidente da Federação dos Empregados no Comércio e Serviços de Mato Grosso do Sul (Fetracom-MS), Pedro Lima, destaca que tradicionalmente o fim do ano é “o período em que o comércio vende mais, há uma maior movimentação de consumidores, o comércio fica mais bonito, o empresário investe e o poder público também”; porém reconhece que haverá queda de 10% a 15% nas contratações de temporários no Estado, levando em conta principalmente a conjuntura econômica do País. “Pelo cenário nacional, pela crise estabelecida e que não é de curto prazo, normalmente (há contratações temporárias) para o comércio, mas não vai ser na proporção dos outros anos”, enfatizou.
*A reportagem, de Daniella Arruda, está na edição de hoje do Jornal Correio do Estado.