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Assentos de avião não se adequam à anatomia humana, diz estudo

Assentos de avião não se adequam à anatomia humana, diz estudo

paraiba.com.br

16/09/2014 - 11h15
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Reclinar ou não reclinar? Eis a questão debatida calorosamente entre passageiros de três voos que foram forçados a pousar quando alguns deles começaram a brigar por causa de assentos reclinados.

Mas será que as pessoas são realmente o problema? Talvez a verdadeira questão seja a de que maioria dos assentos de avião não é projetada para acomodar totalmente o corpo humano em suas várias formas e tamanhos.

"Estamos nos digladiando, mas os bancos não foram projetados corretamente", disse Kathleen M. Robinette, professora e chefe do departamento de Design, Habitação e Merchandising da Universidade Estadual de Oklahoma. "Os assentos não servem para a gente".

Ela entende do assunto, pois é autora da pesquisa antropométrica realizada pela Força Aérea, com um consórcio de 35 organizações, publicada em 2002 que é amplamente utilizada por fabricantes de assento e outros projetistas.

A pesquisa, chamada de Projeto Civil Americano e Europeu sobre Recursos Antropométricos de Superfície, mediu os corpos de 4.431 pessoas na América do Norte, na Holanda e na Itália. Uma enorme quantidade de dados sobre os indivíduos foi coletada, indo de altura e peso até tamanho do sapato e do sutiã. Robinette e seus colegas reproduziram imagens em 3D dos indivíduos, permitindo medições detalhadas nas posições em pé e sentado.

Para projetistas de assentos, os dados mais relevantes vieram de medições das pessoas sentadas, incluindo a distância das nádegas até o joelho, a largura dos quadris e a altura dos joelhos.

Os dados deram uma visão precisa das variações da forma humana, Kathleen disse, mas as medidas não foram utilizadas corretamente.

Os projetitas muitas vezes acham que quase todos ficarão confortáveis se o assento for projetado para o homem que se encaixa em 95% das medições, ou seja, são maiores que quase todos (excetuando-se 5%) – e, teoricamente, que todas as mulheres. Mas, mesmo nesse grupo, existem grandes diferenças.

Tomemos a medida entre as nádegas e o joelho dos maiores homens no estudo: no grupo norte-americano, a média era de 67 centímetros, mas os holandeses eram maiores, com 70 centímetros. Leva-se em conta também o fato de que ninguém em um avião se senta com as costas retas e joelhos dobrados a 90 graus, além de variações no comprimento da panturrilha e da coxa.

O resultado é que as medições realmente não representam formas diferentes do corpo e variações no modo em que as pessoas se sentam.

Além disso, escolher o 95% dos homens significa que os outros 5%, cerca de 1 em cada 20 homens, estarão usando assentos pequenos demais. "Isso corresponde a 10 pessoas em cada avião que ficarão desconfortáveis, bem como as que estão ao lado delas", disse Kathleen.

Uma grande falha no design de assentos, no entanto, é que o homem usado como modelo não é necessariamente maior que uma mulher, particularmente nas partes do corpo em contato com o assento.

Em termos de largura de quadril, mulheres são maiores que homens. No estudo, 95 por cento das mulheres norte-americanas tinham uma largura de quadril de 50 cm em comparação com 43,5 cm dos homens.

De acordo com o SeatGuru.com, site que coleta dados sobre tamanhos de assento de dezenas de companhias aéreas, a largura adotada pela classe econômica típica varia entre 43 e 45,7 centímetros. Isto significa que os assentos serão confortáveis para muitos, mas, para cerca de 1 em 4 mulheres, ele será muito pequeno nos quadris, fazendo com que 'invadam' o assento adjacente.

Na verdade, a parte mais larga do corpo são os ombros, motivo pelo qual acabamos por bater cotovelos e ombros com passageiros ao nosso lado, ou nos inclinando na direção da janela ou do corredor para evitar o contato com o vizinho de assento.

A questão vai além do conforto. Kathleen observa que os passageiros espremidos e que se tocam continuamente estão mais propensos a espalhar vírus ou outras doenças. As pessoas confinadas em lugares apertados e que não podem se mover confortavelmente também se arriscam a desenvolver "hot spots" – princípio das escaras que ocorrem em pacientes acamados que não são movidos com frequência.

A preocupação maior é o risco de coágulos sanguíneos, incluindo uma condição que pode ser fatal chamada trombose venosa profunda.

"Quando sentamos de um modo em que não podemos nos mover, surgem pontos de compressão após meia hora, mais ou menos. A dor e o desconforto são seu corpo dizendo que algo está errado, e no avião, há o risco de coágulos de sangue. Esse é um problema grave que estamos subestimando", explica Kathleen.

Quando se trata do assento reclinável, a medida de conforto mais importante é a distância entre eles, medida de qualquer ponto em um assento até o mesmo ponto do da frente ou atrás dele.

 

De acordo com o SeatGuru, a distância entre os assentos é a somatória do espaço para sentar e esticar as pernas. A medida nos voos de curta duração é de cerca de 79 centímetros na maioria dos aviões, variando de apertados 71 centímetros em algumas companhias aéreas a espaçosos 97 em outras.

"Essa distância é o que mais preocupa os passageiros", disse Jami Counter, diretor do SeatGuru e do TripAdvisor. "Quando falamos em um padrão de 78 centímetros, isso é bem apertado; 71 é terrivelmente apertado. Os aviões parecem realmente apertados e lotados".

Os funcionários da Recaro Aircraft Seating, empresa alemã fabricante de assentos, disseram que o projeto precisa levar em conta os requisitos de segurança, peso, conforto dos passageiros e necessidades de espaço do avião, e precisa ser suficientemente flexível para poder ser usado em vários layouts das aeronaves.

Novo modelo com encosto fino pode ser o fim do problema

A Recaro introduziu um novo assento com encosto mais fino, o que dá mais espaço para as pernas do passageiro de trás. Os projetistas também moveram o bolso do assento para cima da mesinha.

A Recaro recebeu encomendas de mais de 200 mil assentos desde que introduziu esse modelo no final de 2010.

"Claro, é possível instalar assentos em uma aeronave a uma distância mais confortável um do outro, para que todo mundo tenha espaço suficiente para as pernas", disse Rene Dankwerth, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da Recaro, em resposta por escrito. "No entanto, o preço da passagem certamente aumentaria".

Com quase dois metros de altura, o professor associado de Ciência Comportamental na Booth School of Business da Universidade de Chicago Devin Pope sabe o risco de se sentar atrás de alguém que gosta de reclinar o assento.

E comparou o fato ao clássico experimento de economia chamado o Jogo do Ditador, em que uma pessoa recebe US$10 e pode ficar com tudo ou dividi-lo com alguém. Surpreendentemente, o 'ditador' muitas vezes opta por dividir o dinheiro.

"Às vezes, as pessoas realmente se importam umas com as outras", disse. "Acho que isso mostra por que muita gente não reclina o encosto da cadeira".

"leão"

Em 4 dias, Receita Federal recebe 5% das declarações de Imposto de Renda em MS

Ao todo, 35.250 de 623.365 declarações foram entregues até segunda-feira (18)

18/03/2024 12h00

Aplicativo da Receita Federal DIVULGAÇÃO

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Dados divulgados pela Receita Federal apontam que 35.250 Declarações de Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPFs) foram entregues, entre 15 e 18 de março de 2024, em Mato Grosso do Sul.

A Receita Federal estima que 623.365 declarações sejam entregues até 31 de maio. Portanto, até o momento, 5,6% dos documentos foram declarados. No Brasil, o número é de 2,2 milhões.

Na sexta-feira (15), delegado da Receita Federal em Campo Grande, Zumilson Custódio da Silva, avaliou o ritmo de entrega como positivo, e, que isso se dá por conta da facilidade no preenchimento e envio da declaração.

“O programa é amigável e oferece todas as condições para que todos prestem contas com rapidez e segurança, uma vez que a Receita Federal oferece até mesmo a possibilidade de o contribuinte utilizar a declaração pré-preenchida”, detalhou o delegado.

O Imposto de Renda, ano-base 2023, pode ser declarado de 15 de março a 31 de maio de 2024, por meio deste site ou pelo aplicativo da Receita Federal. Quem perder o prazo pagará multa de 1% sobre o imposto devido, com valor mínimo de R$ 165,74, ou 20% do imposto devido, prevalecendo o maior valor.

O governo federal publicou, em fevereiro, a Medida Provisória (MP) nº 1.206/2024, que isenta do Imposto de Renda aqueles que tiveram renda de até dois salários mínimos (R$ 2.824).

Segundo o Ministério da Fazenda, 15,8 milhões de brasileiros serão beneficiados. A nova tabela teve efeito imediato e entrou em vigor a partir de sua publicação. A partir de agora, o contribuinte com rendimentos de até R$ 2.824,00 mensais já será beneficiado com a isenção.

OBRIGATORIEDADE E CONSEQUÊNCIA

É obrigado a declarar o Imposto de Renda em 2024 o contribuinte que:

  • Recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 30.639,90, o que inclui salário, aposentadoria e pensão do INSS ou de órgãos públicos
  • Recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte (como rendimento de poupança ou FGTS) acima de R$ 200 mil
  • Teve ganho de capital (ou seja, lucro) na alienação (transferência de propriedade) de bens ou direitos sujeitos à incidência do imposto; é o caso, por exemplo, da venda de carro com valor maior do que o pago na compra
  • Teve isenção do IR sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguida de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias
  • Realizou vendas na Bolsa de Valores que, no total, superaram R$ 40 mil, inclusive se isentas. E quem obteve lucro com a venda de ações, sujeito à incidência do imposto. Valores até R$ 20 mil são isentos
  • Tinha, em 31 de dezembro, posse ou propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, acima de R$ 800 mil
  • Obteve receita bruta na atividade rural em valor superior a R$ 153.199,50
  • Quer compensar prejuízos da atividade rural de 2023 ou anos anteriores
  • Passou a morar no Brasil em 2023 e encontrava-se nessa condição em 31 de dezembro

Quem deixar de declarar imposto de renda está sujeito as seguintes penalidades:

  • Pagamento de multa de no mínimo R$ 165,74
  • CPF irregular
  • Cair na Malha Fina
  • Ser acusado de sonegação fiscal

TABELA

A tabela mensal ou anual de desconto do Imposto de Renda é uma orientação para que os contribuintes saibam a partir de que valor há obrigatoriedade de fazer o recolhimento do tributo e quem está isento do IR.

Base de Cálculo

Alíquota (em %)

Dedução (em R$)

Até R$ 2.112,00

isento

R$ 0,00

de R$ 2.112,00 até R$ 2.826,65

7,5%

R$ 158,40

de 2.826,66 até 3.751,05

15,0%

R$ 370,40

de 3.751,06 até 4.664,68

22,5%

R$ 651,73

Acima de 4.664,68

27,5%

R$ 884,96

* Colaborou Glaucea Vaccari 

Mato Grosso do Sul

Financiamento de imóveis começa ano com queda de 42%

Juros altos, com taxas próximas à Selic, e metro quadrado com preço caro têm afastado compradores

18/03/2024 08h30

GERSON OLIVEIRA

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Levantamento da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) registra queda de 41,89% na quantidade de imóveis financiados em Mato Grosso do Sul no primeiro mês deste ano. No mesmo período de 2023, foram negociadas 487 unidades habitacionais. Agora, em janeiro deste ano, 283 negócios foram acordados.

Ao se analisar os valores, a diferença resulta em uma perda porcentual de 29,99%, uma vez que, em janeiro do ano passado, foram disponibilizados R$ 161,620 milhões (contra R$ 113,143 milhões no primeiro mês deste ano). 

Ou seja, R$ 48,477 milhões a menos foram liberados para a comercialização de imóveis.
Segundo a análise de especialistas, a redução do volume aplicado na poupança teve influência direta no cenário de Mato Grosso do Sul. 

E o principal motivo para a queda de financiamento imobiliário são os altos juros dos financiamentos imobiliários praticado pelos bancos. As taxas ainda estão muito parecidas com a Selic, fazendo que 
o valor contratado do financiamento quase dobre ao fim do período.

Nas simulações feitas pelo Correio do Estado, por exemplo, as taxas de juros em financiamentos imobiliários no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que utiliza os recursos do sistema brasileiro de poupança, variaram entre 9,5% e 12,5% ao ano, a depender do relacionamento que o cliente tenha com o banco.
Nessas simulações, ao fim de prazos comuns em financiamentos, como 180 ou 240 meses, o valor pago aos bancos durante os contratos praticamente dobraram: em crédito de R$ 100 mil, a somatória das parcelas se aproxima dos R$ 200 mil no período, por exemplo.

Como já publicado pelo Correio do Estado, segundo dados da Abecip, no ano passado, Mato Grosso do Sul registrou queda de 34,71% na quantidade de imóveis financiados. Em 2023, foram 5.944 moradias financiadas, enquanto em 2022, 9.104.

Em relação aos valores, a diferença ocasionou uma perda porcentual de 29,94%, tendo em vista que no ano passado foram R$ 1,826 bilhão de recursos disponibilizados, contra R$ 2,606 bilhões em 2022. Ou seja, R$ 780 milhões a menos foram liberados para a comercialização de imóveis.

Análise

Para o economista Eduardo Matos, o cenário surgiu como resultado do ocorrido em 2020, quando houve o estouro da pandemia de Covid-19, fato que interferiu no movimento econômico mundial.

“Em primeiro lugar, a recessão global, ao mesmo tempo a alta dos preços. Ninguém estava comprando nada, ninguém estava financiando nada”, opina.

Já em 2022 houve a retomada da economia. A partir do fim da reclusão das pessoas, com uma volta gradual à normalidade, a roda da economia voltou a girar.

“Contudo, no período pós-pandêmico, [com relação às] famílias de renda média, algumas voltaram para a classe baixa. Essas pessoas eram aquelas que utilizavam o sistema de poupança e empréstimos e deixaram de ser o público desse serviço, passando a ser o público do [programa] Minha Casa, Minha Vida [MCMV]”, relata.

Matos salienta que muitas famílias ainda preferem o aluguel, tendo ainda a questão dos juros que seguem em alta, como uma das justificativas para o movimento de queda nos financiamentos imobiliários no Estado.
“Em resumo, há todo um contexto, e não só um fator único, mas diversos, que seguraram um pouco os contratos, o founding de poupança”, analisa.

FINANCIAMENTO 

Sobre a modalidade, o mestre em Economia Lucas Mikael esclarece que o financiamento imobiliário com recursos da poupança é um tipo de empréstimo voltado para a compra ou para a construção de imóveis, utilizando os depósitos feitos na caderneta de poupança como fonte de financiamento.

“Normalmente oferecido por instituições financeiras, esse modelo visa proporcionar aos clientes uma maneira acessível de conquistar a moradia própria”, detalha.

Já para Matos os financiamentos imobiliários podem ser feitos de duas formas. “Pelo MCMV, programa social que visa beneficiar as famílias de baixa renda, e pelo financiamento em questão feito pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos [SBPE]”, comenta.

Em relação a essas modalidades, os bancos acessam os recursos das cadernetas de poupança, pagando um juro de aproximadamente 0,6% (ou até menos) do que paga a Selic a seus clientes, e financiam aos próprios clientes em taxas maiores que a remuneração entregue na caderneta. É de operações como essa que vem parte da lucratividade dos bancos.

Mas também as operações de crédito, que permitem que famílias que não têm imóvel nenhum levantem dinheiro suficiente para a aquisição da casa própria. Normalmente nesse modelo, o próprio imóvel adquirido é dado em garantia em caso de não pagamento do empréstimo.

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