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Empresas e órgãos públicos devem
melhorar segurança cibernética

Empresas e órgãos públicos devem
melhorar segurança cibernética

AGÊNCIA BRASIL

21/05/2017 - 12h52
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O ciberataque global com o vírus WannaCry, que infectou milhares de computadores em diversos países do mundo na semana passada, acendeu o alerta para a importância da segurança cibernética no mundo corporativo e em órgão públicos.

Essa cultura de prevenção para diminuir o risco de ataques e prejuízos para as empresas ainda não está disseminada como deveria no Brasil, disse o presidente da SaferNet, Thiago Tavares Nunes de Oliveira.

O especialista lembra que, no ataque da semana passada, só foram infectadas máquinas que estavam com o sistema operacional desatualizado, e a atualização estava disponível há dois meses.

“Essa é uma constatação que comprova que as boas práticas de segurança que deveriam ser seguidas por todos, tanto usuários finais e principalmente usuários corporativos, não têm sido seguidas”, diz Oliveira, que também é presidente da Câmara de Direitos e Segurança do Comitê Gestor da Internet no Brasil.

Oliveira diz que os usuários só percebem a importância de fazer um backup de seus dados quando perdem um pen drive ou quando o disco rígido do computador queima.

“Isso vai desde as pequenas, médias e grandes empresas até órgãos públicos e o usuário final, que não têm grandes estruturas para dar suporte. E, junto com isso, se vão as fotos da família, os arquivos de trabalho e até informações confidenciais do usuário, que correm o risco de se tornar públicas

PREVENÇÃO

Outros especialistas em segurança da informação também alertam para a necessidade de melhorar as práticas de prevenção nas empresas.

Para a diretora da Consultoria FTI, Thais Lopes, as empresas brasileiras ainda têm um nível de maturidade menor com relação à preocupação com ataques cibernéticos. “Mas isso está mudando, estamos dando os primeiros passos com relação à segurança das comunicações das empresas, tanto públicas quanto privadas”, avalia.

Ela cita pesquisa feita com mais de 500 executivos em diversos países, que mostra grande preocupação com o risco de ataques cibernéticos, tanto para prejuízos financeiros quanto para a reputação da empresa.

Segundo a especialista, as empresas devem não apenas investir na área de tecnologia da informação, mas também treinar seus funcionários para saber como reagir e conhecer os possíveis tipos de ataques.

A falta de preocupação dos brasileiros com sua segurança digital também chama a atenção do presidente da empresa Psafe, especializada no assunto, Marco DeMello.

Segundo ele, em geral as empresas e os usuários brasileiros não se preocupam “nem de perto” do que deveriam com aasegurança digital. “Está na hora de as pessoas acordarem e terem mais cuidados com atualizações, senhas, redes sociais, aplicativos e sites que acessam. Não adianta trancar a porta de casa todos os dias e sua senha ser 12345. Sua vida digital estará totalmente exposta”, alerta.

Um cenário ainda mais sombrio é desenhado pelo especialista Dani Dilkin, diretor de Risco Cibernético da consultoria Deloitte. Ele alerta que nas próximas semanas o mundo poderá sofrer outros ataques, que serão variações do WannaCry.

As causas, segundo ele, são o aprimoramento das técnicas de desenhos de programas maliciosos e a publicação de ferramentas que podem ser usadas para explorar a vulnerabilidade de outros sistemas. “Vamos ver, a partir daqui, esse tipo de incidente que aconteceu na semana passada o tempo todo”, prevê.

PREPARADO

Todos os dias, o Banco do Brasil (BB) é alvo de ataques cibernéticos de toda natureza, desde os mais clássicos, como vírus, até os mais sofisticados, como o que atingiu diversas empresas na semana passada.

“São centenas de milhares de ataques que empresas como a nossa estão sujeitas a receber. Todos os dias, minutos e segundos, o banco detecta, intercepta e bloqueia esses ataques”, diz a gerente da Unidade de Arquitetura e Governança de Tecnologia da Informação do Banco, Mônica Luciana Martins.

Segundo ela, o BB já havia sido alertado para um possível ataque como esse, e se preparou com atualizações de softwares e bloqueios de vulnerabilidades. Atualmente, cerca de 120 funcionários trabalham para garantir a segurança dos dados da instituição.

O banco tem um comitê de prevenção, que se reúne a cada dois meses, para definir medidas de segurança que serão implementadas, de acordo com os objetivos de negócio da empresa. A política estratégica de segurança é revista pelo menos a cada ano.

Também são realizadas campanhas internas, cursos a distancia e presenciais e várias ações de comunicação para disseminar a cultura de segurança da informação para os funcionários.

“Para disseminar a consciência de que as informações dos clientes e do banco têm extrema importância para nós, é um ativo de altíssima importância e deve ser tratada de forma correta”, diz o gerente de Segurança Institucional do BB, Adilson Augusto Lobato.

As determinações para funcionários vão desde orientações sobre abertura de e-mails, arquivos que podem ser salvos, onde devem ser armazenadas as informações corporativas, o uso do e-mail corporativo apenas para serviço e os cuidados com credenciais de acessos.

Os servidores também são orientados sobre como tratar as informações corporativas, até o que pode ou não fazer em redes sociais e em aplicativos de trocas de mensagens.

SEGURANÇA ELEVADA

O gerenciamento de sites, sistemas e e-mails do setor público federal é feito pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). “Trabalhamos para ter um padrão de segurança elevadíssimo”, diz a presidente do órgão, Glória Guimarães.

Além da aplicação de “vacinas”, que são antivirus para evitar que as redes e computadores sejam infectados, o Serpro atua com um Grupo de Resposta Rápida a Ataque, que bloqueia imediatamente qualquer entrada de ameaças.

“Estamos sempre colocando todas as nossas posições atualizadíssimas com relação à segurança e educação”, diz a presidente do Serpro,

Segundo ela, também é feito um trabalho de educação dos servidores para evitar problemas de segurança. Entre as orientações estão a de desligar os computadores à noite, não abrir e-mails ou mensagens maliciosos e fazer backup das máquinas para salvar os arquivos. O sistema de e-mail utilizado pelo Serpro, chamado de Expresso, utiliza criptografia de ponta a ponta para garantir a segurança das informações enviadas e recebidas.

Também são de responsabilidade do Serpro os serviços da Receita Federal, como a declaração do Imposto de Renda. “A vida fiscal de todo cidadão está aqui, por isso temos que ter bastante cuidado e critério com essas informações”, diz Glória.

REGRAS DE OURO

Além das empresas, os usuários comuns devem incorporar, no seu dia a dia, hábitos para garantir a segurança de dados, como o uso de antivirus e a realização periódica de backup dos dados.

“É o preço que se paga para se manter seguro online. Da mesma forma que você faz seguro de carro e plano de saúde para não usar, deve fazer o backup para não precisar usar, mas, se precisar um dia, ter aquela segurança”, diz o presidente da SaferNet, Thiago Tavares Nunes de Oliveira.

Ele dá cinco “regras de ouro” para garantir a segurança do uso da internet:

1 – Manter o sistema operacional sempre atualizado. As atualizações de segurança dos sistemas tanto de computadores quanto de celulares devem ser feitas regularmente, de preferência de forma automática.

2 – Manter um antivirus atualizado. “Não se concebe hoje usar um computador sem antivirus atualizado”, diz o especialista.

3 – Ter sistemas de antispyware e antimalware, que protegem contra códigos maliciosos que interceptam as comunicações. É similar ao antivirus, mas tem a finalidade de impedir programas espiões.

4 – Manter um backup atualizado dos dados, de preferência em um HD externo

5 – Ter muito cuidado com os links que você clica por aí. Normalmente, o vetor de propagação dos virus e códigos maliciosos se dá por e-mail e por mensagens instantâneas. Então, isso vem normalmente na forma de um link, isso pode infectar sua máquina.

Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

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O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

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Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

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