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SUS passa a oferecer técnica capaz de curar anemia falciforme

Transplante de medula é único tratamento curativo para a doença genética

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Pacientes com anemia falciforme agora poderão fazer o transplante de medula óssea – única técnica capaz de curar a doença – no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Até então, o procedimento era feito no Brasil somente em caráter experimental, dentro de projetos de pesquisa. Com a publicação de uma nova portaria no Diário Oficial da União desta quarta-feira (1º), o transplante passa a fazer parte das opções de terapia.

A anemia falciforme é uma doença genética caracterizada por alterações nas hemácias, ou glóbulos vermelhos do sangue, que são responsáveis principalmente por transportar oxigênio dos pulmões até os tecidos do corpo. Mais frequente na população negra, estima-se que a doença afete cerca de 50 mil pessoas no Brasil. Ela pode ser detectada logo após o nascimento, no teste do pezinho.

Por causa do formato irregular das hemácias, o fluxo sanguíneo pode ser obstruído e a oxigenação dos órgãos é prejudicada. Os sintomas são crises de dores, olhos e pele amarelados, infecções frequentes, priapismo (ereção dolorosa e prolongada que ocorre independentemente de estímulo sexual), entre outros.

O paciente precisa de acompanhamento médico durante toda a vida e pode ser submetido a transfusões de sangue com frequência. Os tratamentos até então disponíveis visavam somente a amenizar os sintomas.

SEM OPÇÃO

"Tem pessoas que vivem muito bem com essas medidas de suporte. Mas há pacientes com crises de dor repetidas, ou com quadros neurológicos ou que têm reações às transfusões sanguíneas em que não tem o que fazer", diz a hematologista Belinda Simões, professora Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP.

Os pacientes têm problema de alfabetização porque faltam muito na escola, têm que estar sempre no hospital, além de dificuldade em conseguir emprego. Ela dá uma qualidade de vida muito ruim e o transplante é a única possibilidade de cura"
Belinda Simões, médica hematologista

É para esses casos que o transplante de medula é indicado. Belinda explica que o procedimento envolve "matar a fábrica que produz o sangue anormal" com quimioterapia e introduzir, por meio da medula doada, uma nova "fábrica" que produza sangue saudável. Para o transplante ser possível, é preciso ter um doador compatível dentro da própria família.

Para a hematologista Lúcia Silla, presidente da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO), a inclusão do procedimento – tecnicamente chamado de transplante de células-tronco hematopoéticas alogênico – pelo SUS é muito importante.

“A anemia falciforme tem casos extremamente graves, em que o paciente sofre muito. E o transplante cura”, diz a médica. Ela acrescenta que, apesar de o transplante ser um procedimento agressivo, na anemia falciforme, a experiência mundial mostra que mais de 80% dos casos têm sucesso.

'OUTRA VIDA'

Cerca de 40 pacientes com anemia falciforme já foram submetidos à técnica no Brasil, a grande maioria em hospitais públicos e sempre em caráter experimental. Um deles foi Elvis Silva Magalhães, de 48 anos, que hoje está curado.

"Saí de uma condição em que tinha que fazer transfusões a cada quatro dias, fazer curativos diários por causa de úlcera no tornozelo e priapismo toda noite”, conta. "Imagine passar 38 anos enfrentando essa doença e, um belo dia, sou transplantado e simplesmente passei os primeiros seis meses após o transplante sem acreditar. Nunca mais tive crise de dores, nunca mais tive úlcera nem nada. É outra vida totalmente diferente e é isso que a gente queria que outros pacientes tivessem."

No ano passado, ele chegou a se reunir, junto com outros representantes de pacientes, com o ministro da Saúde Arthur Chioro para reivindicar que a técnica fosse oferecida pelo SUS. Para Magalhães, que lidera a associação de pacientes com anemia falciforme em Brasília, a incorporação do tratamento pelo SUS "é uma questão de justiça social", já que outros pacientes devem ter o direito ao mesmo tratamento que ele fez.

Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

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O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

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Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

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